quinta-feira, maio 09, 2024

S. Tomé, a Rússia, a CPLP e nós


Se tiverem uns escassos minutos, gostava que ouvissem a curta conversa que ontem tive com Pedro Bello Moraes na CNN Portugal sobre a decisão santomense de estabelecer um acordo com a Rússia. Muitas vezes, é importante pensar fora do "wishful thinking". 

Veja aqui.

8 comentários:

manuel campos disse...


Essencial a sua chamada de atenção para o facto de Portugal não ser nenhum "primus inter pares", uma confusão mental que só tem "prejudicado" o modo como a opinião pública vê o nosso papel no conjunto daqueles países.










Erk disse...

A Rússia, todos sabemos, é uma ditadura da pior espécie. Para os comunas de trazer pela caixa de comentário, comparável à do Salazar, mas com mais gente morta, menos pudor em o fazer e igual mais pulsão imperialista.

Era como o Chega chegar ao poder, vá imaginem lá.

Agora imaginem que esse país, governado pelo Chega, fazia um acordo semelhante ao que aqui é falado, com inenarráveis objectivos, como outros que já estabeleceu em áfrica e que tudo menos têm feito pela pacificacão e instauração de democracias.

Embora bem saibamos que os comunas têm pouco interesse em democracia, mais na instauração do seu tipo de ditadura...

Luís Lavoura disse...

Ouvi e encolhi os ombros. Que São Tomé receba (e dê) apoio militar da Rússia é coisa que não aquece nem arrefece.

Anónimo disse...

Fernando Neves
Era altura de se compreender que Putin foi mas já não é comunista. Há em Portugal quem tenha vindo de mais à esquerda para a direita. Vário. O regime russo é nacionalista de extrema direita. Como dizia um primo meu, afinal os maus não são os comunistas, são os russos.

manuel campos disse...


As minhas desculpas por ter deixado ali aquele enorme espaço em branco, que não foi devido ao adiantado da hora, à 01.37 da manhã ainda por aqui a madrugada é uma criança.
Mas tinha escrito mais, resolvi apagar e não tive o cuidado de redimensionar a janela, para dizer a verdade acho que ainda bem que apaguei, tinha dado uma volta por aí e percebido que muita gente que ficou caladinha com as posições do Brasil face à Rússia (é o primo rico) já estavam numa de correr porta fora S.Tomé (é o primo pobre).
Como tenho andado por aí com uma vida mais “animada” era muito capaz de ser asneira.

Por vida animada.
Começo a ficar convencido que há um número significativo de lisboetas que todos os dias se metem no carro para andarem por aí com um único propósito: sadismo.
O semáforo está verde e vão ali à nossa frente devagar, devagarinho (é um direito que lhes assiste, apesar de não ser bonito).
Assim que passa a amarelo, aceleram e já passam com o vermelho, deixando-nos a nós ali especados, como é nossa obrigação.
Pode ser que eu esteja já numa fase adiantada de “ver coisas” mas imagino-os a olhar pelo retrovisor e a rirem-se com aquele risinho malicioso do Muttley dos desenhos animados (ouvir aqui “Muttley Laugh”).

João Cabral disse...

Não falou sobre o PM são-tomense ter vindo pedir a revisão do Acordo Ortográfico, pena.

Joaquim de Freitas disse...

"Acordo com a Rússia é uma aposta arriscada, mas legítima"." Disse o Senhor Embaixador.
De maneira “soft” disse o nome do risco: os EUA. Claro. O problema é que todo e qualquer acordo da Rússia com quem quer que seja, é imediatamente posto na “mira”… Porque os EUA é o gendarme do mundo…Que defende os seus interesses por todos os meios…

Mesmo os “grandes” não escapam à sua vigilância! Vimos a Alemanha dobrar o joelho, quando Biden decidiu acabar com os gasodutos da Gazprom…

E a França perder o seu contrato fabuloso dos submarinos australianos…

O Acordo de São Tomé com a Rússia é legítimo? Claro que é! Conforme ao Direito Internacional.

O problema é que neste momento há 32 países que sofrem com “sanções”, embargos ou bloqueios ilegais.

Sim, São Tomé corre o mesmo risco que o Panama, ou a Venezuela, e tantos outros.

O vampiro estado-unidense é insaciável...

Anónimo disse...

A primeira coisa que me chama à atenção é o facto de porque Diabo temos de nos preocupar sobre uma decisão que um país soberano como S. Tomé toma. Se S. Tomé abrisse as portas aos EUA, permitindo a colocação de uma base militar norte-americana, ninguém se preocuparia. Pelo contrário, até se congratulavam. S. Tomé tem todo o direito em querer relacionar-se com quem bem entender, seja, por exemplo, com a Rússia, seja, com a China, etc.
Quais, então, os riscos em que incorre S. Tomé por ter tomado esta decisão? O de sofrer uma chantagem dos EUA – a, eventualmente, acontecer, não me admiraria que, de seguida, viesse a ser apoiada pelos subservientes países da UE e Nato. Chantagem que se poderá traduzir em retaliações de carácter económico, por exemplo. Isto faz-me lembrar uma situação semelhante sucedida com as ilhas Salomão, no Pacífico, no acordo militar que Pequim se proporia e que deixou muito incomodados a Austrália, Nova-Zelândia e claro os EUA e o seu cão de trela, o RU. Ou seja, os EUA traçam uma zona de influência por esse Mundo fora, do Atlântico, Pacífico e Índico, mas o sacrossanto Ocidente não se ofende e acha bem. Já se a China ou a Rússia procurarem entrar nesse espaço de influência, “aqui d'el rei” que os russos e chineses constituem uma ameaça à segurança dessa zona de influência norte-americana e do Mundo (ocidental)! Dizer-se que a Rússia – e a China – não pedem contas sobre a democraticidade dos países onde se procuram instalar, leva-me a recordar que os EUA nunca se preocuparam também com questões idênticas de Direitos Humanos, em determinadas situações, como sucede, por exemplo, na Arábia Saudita, um regime de facínoras, bem como sucedeu com a Ditadura de Salazar, não se opondo à adesão de Portugal à Nato e mantendo sempre uma posição colaborante com a Ditadura, como igualmente sucedeu com os regimes sanguinários de Pinochet no Chile, de Videla na Argentina, de Strossner no Paraguai, no Panamá, na Nicarágua, e enfim em vários outros países da América Latina, a par das Ditaduras na Coreia do Sul, no Vietname do Sul, em tempos mais recuados, etc. E o tal sacrossanto Ocidente conviveu bem com as patifarias perpetradas pelos EUA nesses países, onde nalguns vieram a instalar bases militares. Quanto ao Brasil, no que respeita à sua posição relativamente à Ucrânia, não só está no seu direito de tomar a atitude que quiser, como país soberano que é, como porque ao ser parte dos BRICS (e constituinte desse grupo) tem de ter uma posição pragmática no que à Rússia respeita - compreensivelmente. É bom até que não siga hoje as pisadas da Ditadura dos generais, subserviente de Washington, já que os EUA apoiavam esse regime. Quanto à Rússia ser uma Ditadura - que não é - Ditadura foram as de Salazar, Pinochet, dos generais na Grécia, a Argentina de Videla, a Arábia Saudita, Estaline, o Kim da CdN, etc, com as outras que mencionei atrás. Autocracia? Talvez por aí. Em resumo, fico perplexo quando se suscitam este tipo de preocupações se um país soberano como S. Tomé, ou as Ilhas Salomão, ou outro qualquer, faz as escolhas e alianças que bem entende. A talhe de foice, leio que Cabo-Verde deverá participar na tal comédia da “Conferência de Paz”, na Suíça, relativamente à Ucrânia – com base nos 10 pontos...do traste do Zelensky. Vai ser um “sucesso”, esse acontecimento, imagino! Tal decisão, soberana, de CV, não suscitou qualquer reparo. Todavia, se CV assumisse, por exemplo, uma postura onde constassem, por exemplo, as posições de Moscovo, com vista a uma apreciação mais completa para um processo de paz, oh Diabo, caía-lhe o Carmo e a Trindade – ocidentais - em cima. Esta hipocrisia e cinismo ocidentais já fede e muito! A terminar, convém lembrar que os só os EUA possuem cerca de 900 bases militares/navais espalhadas pelo Globo, o RU tem cerca de 90 (a última da quais foi na Noruega), enquanto que a Rússia e a China juntas não chegam a ter 45 bases militares em países terceiros. Ou seja, se há um país que constitui uma ameaça ao Mundo, são os EUA, ao espalharem poderio militar pelos 4 cantos do planeta.
a) P. Rufino

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...