sexta-feira, maio 31, 2024

A guerra e a democracia

Numa intervenção que fiz na CNN Portugal, chamei a atenção para alguns aspectos da guerra na Ucrânia que, em minha opinião, têm sido pouco sublinhados. Vou desenvolvê-los aqui.

O primeiro é dizer, com todas as letras, que a NATO não está em guerra com a Rússia. Isto não é uma "technicality", é uma realidade. E, que eu saiba, também nenhum Estado membro da NATO, muito menos Portugal, está em guerra com a Rússia. Se outro país NATO se considerar como tal, tem de avisar, porque, nesse caso, todos os restantes Estados devem avaliar se são obrigados a mostrarem-se solidários com esse eventual estado de guerra.

A segunda é que não é por acaso que uma entidade chamada NATO não está, enquanto instituição de defesa coletiva, a dar qualquer apoio material à Ucrânia, embora o recorrente jingoísmo verbal do seu secretário-geral possa induzir o contrário. Quem o faz, à medida decidida por cada um, sob um compromisso político, são os diferentes países NATO. Esses países, tal como s NATO, também não estão em guerra com a Rússia, mas, ao contrário da NATO, podem prestar ajuda material a um país estrangeiro. E há algo muito importante que também tem sido pouco dito: nenhum país NATO é um aliado militar da Ucrânia, com um compromisso de solidariedade de defesa com a Ucrânia. Quem não conseguir perceber isto deve perguntar-se por que razão os EUA são, a grande distância, o país mais cuidadoso com a ideia da entrada da Ucrânia para a NATO.

A terceira é uma coisa que alguns hesitam em dizer alto: a Rússia, até hoje, nunca ameaçou nenhuma fronteira da NATO. E não o faz porquê? Não é por "bondade". É porque sabe que, se acaso o fizer, terá de enfrentar a cláusula de defesa coletiva inscrita no artigo 5° do Tratado de Washington. Ou, para sermos mais claros: teria de haver-se com os EUA. Se há país que sabe isso bem é a Rússia.

A quarta é um mito urbano recorrente: se a Ucrânia caísse nas mãos da Rússia, toda a Europa ficaria ameaçada, nenhum país europeu ficaria isento da possibilidade de uma invasão russa. Trata-se de um mito, por várias razões. Desde logo porque nenhum dos pressupostos subjacentes às ambições russas sobre o território ucraniano se verifica face a qualquer outro país europeu. Mas, dando de barato que a Rússia poderia ter essa ambição escondida, gostava que alguém respondesse a esta questão: se a Rússia não é capaz de tomar Kharkiv e, muito menos, Kiev, se, ao fim de dois anos e tal, se arrasta penosamente com avanços e recuos de algumas centenas de quilómetros no território ucraniano, há alguma plausibilidade de que venha a conseguir obter, por milagre, um poder militar que lhe permita chegar a países protegidos pela cláusula de defesa coletiva da NATO? Percebo que esta "ameaça" possa ser um argumento para a manutenção de um "estado de alerta" em todo o espaço da aliança, para um maior empenhamento de todos e de cada um em matéria de defesa e segurança, mas não nos tomem por parvos: não há um mínimo de verdade de que a Rússia seja uma real ameaça militar para o espaço NATO. O que não significa, bem entendido, que seja indiferente à NATO o destino da Ucrânia, cuja queda na tutela russa seria muito negativa para os seus interesses.

A quinta é o facto deste sucessivo "deslizar" da guerra da Ucrânia para patamares de mais profundo envolvimento do ocidente no conflito, em casos mais recentes configurando o uso de meios que pressupõem uma mais direta intervenção na guerra (hipótese de criação de uma zona de exclusão aérea, pessoal de forças armadas NATO no terreno de luta ucraniano, etc.) dever ter um escrutínio democrático a níveis nacionais. Se alguns países NATO, com a complacência ou sob o silêncio de outros, tomarem iniciativas que, a prazo, possam vir a envolver a organização e os seus Estados num eventual conflito, eu, como cidadão português, quero que a Constituição da República seja respeitada: se Portugal pode vir a entrar numa guerra, se essa possibilidade existe, então a Assembleia da República tem de dar o seu aval. Portugal não pode "ir entrando" numa guerra "devagarinho", mesmo que por uma iniciativa de outros, até ao dia em que isso seja um facto, sem que as intituições da República se tenham previamente - repito, previamente - pronunciado nesse sentido. Até lá, nenhum governo português tem mandato para concordar com decisões que possam levar o país a um estado de guerra. Mais: o governo não pode dar o seu aval a decisões que contribuam para um agravamento de tensões, que possam vir a redundar numa guerra que envolva o país. O presidente da República, mais do que ninguém, tem de estar muito atento a isto. E a oposição também. 

Gostava que se pensasse a sério nisto, fora de ambientes emocionais.

16 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Os países membros da NATO e os seus parceiros entregaram quase todos os veículos de combate prometidos à Ucrânia nos últimos meses. “Aliados e parceiros do grupo de contacto liderado pelos EUA enviaram 230 tanques, 1.550 veículos blindados e quantidades significativas de munições, ou 98% do equipamento prometido, para a Ucrânia para equipar nove novas brigadas blindadas”, disse o secretário-geral do Atlântico. Aliança, Jens Stoltenberg.

Nao a NATO nao està em guera com a Russia!

“No total, treinamos e equipamos mais de nove novas brigadas blindadas ucranianas. Isto colocará a Ucrânia numa posição forte para continuar a retomar o território ocupado”, acrescentou o Secretário-Geral da NATO.

Nao, a NATO nao està em guerra com a Russia !

Em 2023, na Cimeira de Vilnius, os "Aliados" reafirmaram que, de acordo com o seu compromisso, a Ucrânia se tornaria membro da NATO.

O Ocidente fornece armas, treino e parcerias à Ucrânia, mas sem quaisquer garantias de segurança ou envio de tropas. Para o momento...

Mas, uso de armas ocidentais em solo russo: Vladimir Putin alerta e ameaça com “sérias consequências”.

Segundo Vladimir Putin, isto seria uma escalada porque mesmo que fossem os militares ucranianos a realizar os ataques, estes seriam preparados pelos ocidentais que fornecem as armas.

“A tarefa não é preparada pelo exército ucraniano, mas por representantes dos países da NATO”.

Nao, a NATO nao està em guerra com a Russia.

O presidente americano, Joe Biden, que se recusou a fazê-lo até agora, deu o seu acordo para que a Ucrânia atacasse, sob certas condições, alvos em solo russo, no oblast de Kharkiv, disse quinta-feira, 30 de maio, um funcionário americano, segundo a Agence France -Pressione. “O presidente encarregou a sua equipa de garantir que a Ucrânia possa usar armas americanas para contra-atacar na região de Kharkiv, de modo a retaliar quando as forças russas a atacarem ou se prepararem para “atacar”, disse esta fonte.

Claro, que Donald Trump desperta medo entre os aliados ao questionar o princípio da solidariedade dentro da NATO. Muitos jà sonham de o ver na prisao...em Kiev !

Unknown disse...

Conclusão: Portugal deve ser o último país a ajudar a Ucrânia com pessoal militar, depois de lá estarem todos e quando já não pudermos escapar e a casa estiver a arder.E ainda assim, com a autorização da AR. País prevenido vale por dois...

Ana Pereira disse...

Bom dia. Já há algum tempo que acompanho as suas intervenções e, mais uma vez, obrigada pelas suas palavras.
Atentamente, Ana Pereira.

Luís Lavoura disse...

nenhum Estado membro da NATO está em guerra com a Rússia

Portugal não pode "ir entrando" numa guerra "devagarinho" sem que as intituições da República se tenham previamente pronunciado nesse sentido,

Atualmente e desde há muito tempo, estar em guerra formalmente, isto é, com uma declaração oficial de guerra, está fora de moda. Atualmente os países entram em guerra uns com os outros sem o declarar formalmente, precisamente em grande parte para se eximirem à supervisão parlamentar que uma tal declaração exigiria.
Por exemplo, a Rússia não declarou guerra à Ucrânia, aliás a Rússia não está em guerra: ela está somente a efetuar uma operação militar especial.
Da mesma forma, durante as guerras coloniais o Reino Unido nunca declarou guerra: efetuou operações militares no Iémen, no Quénia, na Tanzânia e em muitos outros países, mas nunca esteve em guerra.
É neste quadro que devemos interpretar o facto de nenhum país da NATO estar em guerra com a Rússia: mesmo que estivessem (ou estejam) de facto, não o estariam (ou estão) de forma declarada.

Erk disse...

Ou seja, os ucranianos que se lixem com F.

Como se lixaram os austríacos (ei, já eram quase alemães, falavam a mesma língua e tudo) depois os checoslovacos, depois os polacos na segunda grande guerra, etc.

Bem dito, senhor Chamberlain.

E a vantagem de Portugal não entrar em guerra. (E depois o bónus de poder ser que os refugiados ucranianos cá deixem o ouro deles a caminho dos EUA.)

Agora vou ali dar os meus anéis e o número da minha conta bancária aos ladrões para que não me assaltem.

krrosinha disse...

Agradeço a sua publicação!
Acompanho-o há muito tempo na CNN. Nas 5.ª feiras, tenta manter o controlo, entre o entusiasmo de Agostinho Costa e a cegueira da Diana Soler, que só pensa com o coração, não vê o quadro todo que a rodeia!
Verdade, e temos de ser realistas, Agostinho Costa, na sua loucura, como é apelidado por muitos, tem visto o quadro todo. E o quadro é que a Ucrânia, pouco a pouco, está a perder território ( desde outubro de 2022 que isso acontece) e nós, pouco a pouco caminhamos para a guerra total, que será nuclear pois, de forma convencional, a Rússia não aguenta a Nato ( este é umas das falhas do general Agostinho Costa).
Não posso concordar quando diz que a NATO não está em guerra com a Rússia. Não o declarou, ams está! E, a ajuda não vem apenas dos países de forma unilateral. Está a ver por pressão da NATO, do seu Secretário Geral. Compreendo que, pela sua posição, não o queira assumir.
Peço-lhe que continue a chamar a atenção para o risco que toda a Europa vive. Sim, a Europa! Os Estados Unidos vão estão do outro lado: a mandar armas, a mandar homens, mas com o seu território intacto!


Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Questões pertinentes Sr. Embaixador.

Na questão NATO em guerra, estou muito de acordo com o acertado comentário de krrosinha.

Joaquim de Freitas disse...

krrosinha disse.

Peço-lhe que continue a chamar a atenção para o risco que toda a Europa vive. Sim, a Europa! Os Estados Unidos vão estão do outro lado: a mandar armas, a mandar homens, mas com o seu território intacto!"

Eu acrescentaria: território intacto!" Como de custume. Os dividendos vêm no fim...

A reacção do Ocidente à invasão russa da Ucrânia é, em última análise, na sua versão francesa, um sintoma bastante contundente do estado em que nos encontramos.

O furioso delírio bélico que se apoderou das elites francesas, e nao so, como verifico aqui, aliado ao seu ocidentalismo indestrutível, impede-as de aceder à realidade e de fazer o esforço de uma análise que nos permita abstrair-nos dos preconceitos que nos dão a imagem da realidade do que faríamos e gostaria que fosse. Isto é, em bom francês, tomar os seus desejos como realidades.

Há precedentes para fazer comparações. A da invasão soviética do Afeganistão em Dezembro de 1979. Alimentados pelo anti-soviético e pelo anticomunismo, os debates no nosso país acirraram-se. Foi um confronto político particularmente difícil. Para ter uma memória muito precisa, posso testemunhar que o nosso país nunca caiu em tais excessos. Este não é um bom sinal para o que nos tornamos.

Delírio guerreiro...

Uma menção especial para a parte pequeno-burguesa do bloco de elite. O que vemos nas plataformas de TV ocidentais, com o reforço dos inevitáveis generais aposentados e das meninas de olhos azuis de Lvov ou Kiev, promovidas a "consultantes" de tudo e de nada, que na verdade apenas reflectiam a opinião das camadas a que pertencem.

Estes pequeno-burgueses são os primeiros portadores do espasmo delirante que tomou conta do nosso país e da Europa de Ursula der von Leyen, desde a agressão russa.

O que os leva a dizer qualquer coisa, a tomar toda a propaganda inevitável em tempos de guerra, por verdades reveladas. Para transformar palhaços ou bandidos duvidosos e corruptos em heróis. Falar sobre o destino das armas, munidos de seu total desconhecimento das questões militares.

E sobretudo, mostrar um delírio guerreiro à cabeça mesmo do Estado, generoso com o sangue alheio enquanto grita com a traição daqueles que clamam pela razão e fazem campanha pelo fim dos combates.

Revelando a sua cobardia moral, uma vez que ficaram em silêncio quando o Ocidente fez muito pior. E revelando com o argumento, segundo o qual podemos bombardear os árabes mas não os brancos, um racismo que vemos apenas pedindo para ser expresso.

Conseguindo assim dar razão a Aimé Césaire dizendo sobre a Shoah: “no fundo, o que a burguesia não perdoa Hitler não é o crime em si, o crime contra o homem... é o crime contra o homem branco.»

E, infelizmente, o impulso que testemunhamos hoje testemunha este colapso ao nível das elites ocidentais em geral, e das elites francesas em particular, que já nem sequer fazem o esforço para se exibirem.

E ver ontem, LCI, canal francês de TV, convidar durante duas horas o algoz de Gaza, o tal Benjamim mal nomeado, vir defender e justificar os milhares de mortos vítimas do genocídio e os bebés decapitados há dias em Rafah, é demais...

Carlos disse...

O ponto 5 é de crucial importância e todavia não tem sido discutido de forma séria nesta campanha eleitoral para o parlamento europeu. Sendo certo que não se pode caucionar a invasão Russa, a Comissão Europeia através da sua presidente encetou uma deriva sem fim, forçando a mão aos Estados Membros sobre a adesão da Ucrânia contradizendo o equilíbrio de poderes estabelecido nos tratados.

É por isso que a alteração da regra da unanimidade é algo que não pode ser considerado sem uma discussão profunda pois constitui um gesto de alienação da soberania nacional com repercussões profundas no curto, médio e longo prazo. Embora eu não seja adepto do referendo este é um tema em que está em causa a sobrevivência da Nação. Pessoalmente estou contra uma maior federalização da União Europeia. A prática tem demonstrado que já é difícil salvaguardar o interesse nacional com o actual arranjo e num cenário federal seremos sempre olhados com complacência no melhor dos casos, eventualmente ignorados provavelmente menosprezados. É só lembrar o que disse o Dijsselbloom a propósito da dívida … a frase vale por um tratado sobre as boas intenções federalistas.

Luís Lavoura disse...

krrosinha

a Ucrânia, pouco a pouco, está a perder território e nós, pouco a pouco caminhamos para a guerra total, que será nuclear pois, de forma convencional, a Rússia não aguenta a Nato.
Não posso concordar quando diz que a NATO não está em guerra com a Rússia. Não o declarou, mas está!


Muito bem escrito! Totalmente de acordo!

Lúcio Ferro disse...

"(...)Até lá, nenhum governo português tem mandato para concordar com decisões que possam levar o país a um estado de guerra. Mais: o governo não pode dar o seu aval a decisões que contribuam para um agravamento de tensões, que possam vir a redundar numa guerra que envolva o país.(...)". Seixas da Costa.
Dar o aval do nosso governo (como acaba de fazer Rangel) para que possam ser usadas armas ocidentais de longo alcance, que vão ser coordenadas por sistemas de satélite e outros manobrados por militares ocidentais, para atingir alvos na Rússia profunda é o quê? Não sei, mas sei o que Putin e Lavrov já disseram. É esperar que Moscovo e/ou São Petersburgo sejam atingidas e logo veremos o que fará o Parlamento, se ainda existir Parlamento.

Anónimo disse...

Acompanho o que diz a 100%. Já é tempo de esta conversa ser reservada a adultos.

Anónimo disse...

Senhor embaixador, a razão pela qual o leio é que costuma fazer uma análise muito pessoal e complexa das relações internacionais e dos acontecimentos, em geral. Surpreendeu-me agora com o seu muito legalista e formal “a NATO não está em guerra com a Russia”. Como sabe a situação é ambígua, e essa ambiguidade é criada não só pelos próprios países membros da NATO, como pela própria estrutura da NATO, com o seu secretário geral a aparecer com frequência, não enquanto senhor Jens Stoltenberg, a dar a sua opinião, mas como… secretário geral da NATO. Inclusive com anúncio de medidas de coordenação dos países da NATO.

manuel campos disse...


Informo os comentadores "Unknown" (09.36) e "Erk" (10.30) que se podem dirigir ao Centro de Recrutamento de Lisboa do Exército Português, na ​Rua Gomes Freire (Academia Militar - Sede), onde tomarão nota dos vossos dados pessoais para serem incorporados assim que estejam abertas as vagas para voluntários.
Já tratei de tudo para que vos seja dada prioridade, é no entanto importante dizerem que vão da minha parte para garantirem ser logo os primeiros.

Não há pachorra!

Anónimo disse...

Sobre esta (recorrente) questão, do conflito que opõe a Ucrânia e a Rússia, permito-me sugerir a leitura do artigo, da autoria de Patrick Lawrence, do International Herald Tribune, “US Endgame in Ukraine – War Without End, Amen”. Felizmente, que ainda vai havendo, no meio da censura, manipulação da informação, etc, pessoas que não se deixam iludir pela propaganda “oficial” Ocidental, sobre a Ucrânia. A mentira insidiosa, a forma como se transmite a “informação” (falsa e manipulada), que, extraordinariamente, uma larga parte das populações ocidentais bebem, compram e acreditam, tem tido resultados muito convenientes para os respectivos governos subservientes de Washington, sobretudo na Europa. Tudo aquilo acabará por uma cedência por parte da Ucrânia dos territórios do Donbass e o reconhecimento da Crimeia, inevitavelmente. O que não faz sentido é, quer a Nato (sob instruções de Washington naturalmente), quer os EUA, quer a UE (quer a 5ª coluna dos EUA na Europa, o RU) manterem, sem prazo à vista, o conflito, alimentando-o com armamento diverso, munições, a par de milhões de milhões de USD e EUR (e quem vai pagar isso tudo, um dia?).
Ao contrário do que se vem dizendo por aí (faz parte da tal propaganda e manipulação da opinião pública), nunca a Rússia alguma vez disse que iria conquistar a Ucrânia, muito menos numa semana. O objectivo foi sempre, desde o início, desgastar as FA ucranianas e nesse sentido levar a Nato, que Moscovo sabia que iria apoiar a Ucrânia, a entrar num pântano, onde se encontra desde há mais de 2 anos. Entretanto, lá se vai sabendo que a situação da soldadesca ucraniana que dá o corpo às balas, sim porque não é o boneco do comediante do Zelensky que dá o seu peito a esses perigos, está no limite. Não veem solução militar, o horizonte para eles é guerra sem fim à vista, os mortos e outra tipo de vítimas vão-se sucedendo, etc, e a coisa, a insatisfação, um dia rebenta. E depois veremos como tudo aquilo acabará. Para Zelensky, sobretudo. E por junto, para a imagem da Nato, UE e mesmo os EUA. Outro dia estive a ver, - estupefacto e escandalizado – um vídeo com o Zelensky (está na Net), junto com um comparsa qualquer, numa das suas actuações patéticas como comediante que era, um pouco antes de ter assumido a Presidência, a tocar piano, desculpem-me o termo, com a pila, ambos com as calças e cuecas para baixo. Uma parte do público estava espantado e escandalizado, mas outra achou imensa piada. É este traste, devasso e corrupto (como o Die Welt o designou) com contas em Off-Shore que, nós Ocidentais, acarinhamos, recebemos e apoiamos. E que por cá, no Rectângulo, vertemos lágrimas. Enfim, patético!
Mas, voltando ao início do comentário, vale a pena ler o referido artigo, que menciono.
a) P. Rufino

Joaquim de Freitas disse...

P.Rufino:


Li o artigo, da autoria de Patrick Lawrence, do International Herald Tribune, “US Endgame in Ukraine – War Without End, Amen”

Um artigo que devia ser obrigatorio ler nas horas ideais ao mundo inteiro. Mas a quem interessa um tal artigo...Aos fabricantes de armas? De acordo com o seu texto integral.

Vale tudo?

O "whataboutism" no seu melhor: perante a evidência da onda de execuções levada a cabo pelos novos senhores da Síria, as redes soc...