sábado, janeiro 30, 2021

Chinas

Ninguém de bom senso pode dizer que o sonho chinês de unificação com aquilo que é hoje Taiwan é uma ideia ilegítima. Ninguém com um mínimo de respeito pela democracia deve aceitar que isso possa ser feito sem ter em conta a vontade expressa de quem vive hoje em Taiwan.

5 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

E é por isso que a Escócia , muito democraticamente, vai partir um dia do RU, num movimento contrário ao de Taiwan. Aliás foi o que fez a Crimeia, muito democraticamente. Pena é que a democracia americana não questione os habitantes de Guantanamo …

Unknown disse...

Bah... A criação e a destruição de países raramente, ou nunca, foi feita através de votos populares.
Olhe por exemplo para a criação de Israel, alguém perguntou a todos os habitantes da Palestina se queriam aquele Estado?
(Até me admira que um experimentado diplomata como o Francisco venha propagandear tal ficção...)

J.Tavares de Moura disse...

Há aqui um problema aparentemente insanável.

Por motivos profissionais, visitei Taiwan por diversas vezes. Conheci o suficiente para perceber que pelo voto dos chineses da ilha de Taiwan dificilmente esta voltará a ser parte da República Popular da China. É verdade que quase todas as grandes empresas de Taiwan operam parte das suas operações na China continental e as rekações de negócios não param de crescer.

A República Popular da China reclama, com toda a legitimidade, que a ilha de Taiwan é parte do território do seu estado.

Os habitantes são chineses e não constituem nenhuma das etnias que habitam a China. Não falam um idioma diferente. Não tem uma identidade cultural própria. Só a história recente explica que se tenha formado lá um estado independente.

Como se resolve? Não sei. Os Chineses são conhecidos por serem pacientes mas são igualmente muito determinados. Talvez o pragmatismo do mundo dos negócios acabe por gerar uma solução.

carlos cardoso disse...

Tal como o Luxemburgo não faz parte da Bélgica, o Liechtenstein não faz parte da Suiça ou da Austria e a Moldova não faz parte da Roménia (fico-me por este exemplos europeus, mas hà muitos mais) também não me choca que Taiwan não faça parte da Republica Popular da China.
O que me chocaria seria o "anschluss" de Taiwan pela RPC.

Joaquim de Freitas disse...

Também hà quem não lhe choque que Guantanamo não faça parte de Cuba e Puerto Rico faça parte dos USA.

João Miguel Tavares no "Público"