quarta-feira, janeiro 20, 2021

Nem gato!


Dei a minha volta noturna. Perto de casa, claro. Lisboa está com imensa humidade, mas o frio, mesmo com algum vento, faz-me sentir bem. Estar encafuado o dia inteiro, como as circunstâncias obrigam, entre zooms e telefonemas, faz com que o fresco do ar da rua, agora bem menos poluído, me revigore. Tal como nas noites anteriores, nestas peregrinações solitárias a que já me habituei, cruzo-me com muito pouca gente, mesmo muito pouca. Quase todas essas pessoas trazem cães pela trela. Ora eu nem gato tenho, mas, se tivesse, numa interpretação extensiva da lei (como parece que está na moda incívica fazer, durante a pandemia), poderia passeá-lo? Creio que não. Pensando bem, não me lembro de ter visto alguém passear um gato, alguma vez, pelas noites de Lisboa. E, no entanto, interrogo-me: os gatos não passeiam? Tenho de perguntar à minha sobrinha, que os não dispensa por companhia, mas que nunca vi andar com eles no Jardim da Parada. Com o que a gente finge que se preocupa, quando queremos “assobiar para o ar”, a afugentar as reais questões da vida em que agora andamos! Boa noite.

3 comentários:

Lúcio Ferro disse...

Curioso, eu tenho uma gata. Ela tem um arnês e uma trela e sim, já a passeei no Jardim da Parada, outros tempos. :)

maitemachado59 disse...

Os gatos nao precisam de chapperon: passeiam quando muito bemlhes apetece

Ha gatos que ate conseguem manobrar o fecho da porta.

Cats rule the world, ok?

maitemachado59

Flor disse...

Eu já vi um gato e um coelho anão:)

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...