sábado, janeiro 16, 2021

Confinamento ?

Ontem, o anunciado confinamento claramente falhou.

Hoje, ao que consta, há imensa gente por aí a gozar o sol, “nas tintas” para a lei de exceção.

Quando um governo dramatiza uma situação - e bem, em função de uma tragédia coletiva cada vez mais evidente - e aquilo que esse governo determina não é cumprido, ao que parece por uma utilização abusiva das exceções que se pensava irem ser utilizadas com honestidade e bom senso, somos obrigados a concluir que estamos perante uma diluição perigosa da autoridade do Estado. 

Ao contrário do que se possa pensar, a democracia não concede aos cidadãos o direito individual de decidir sobre aquilo que devem cumprir, dentro daquilo que lhe é indicado como devendo ser cumprido. A lei não é “facultativa”.

Como cidadão, tenho o direito de ver respeitado pelos outros aquilo que a autoridade democrática - isto é, o poder legítimo, que o nosso voto coletivo escolheu - determinou que deva ser feito.

Ao contrário do que uma leitura primária - mas também saloia e egoísta - pode concluir, cada um poder fazer “o que lhe der na real gana” não significa liberdade, representa apenas o primado de um arbítrio que acaba por limitar os nossos direitos cívicos.

12 comentários:

Fernando Martins disse...

Quem falhou foi o Governo, quem não soube passar a mensagem e não a soube colocar na lei, bem como não soube fiscalizá-la. Um confinamento com Escolas abertas e com 52 exceções é um aborto - aliás como muitos dos ministros deste governo.

Carlos Cotter disse...

Muito bem! Totalmente de acordo.

Unknown disse...

Completamente de acordo.
Penso que o Governo parte do princípio de que há mais solidariedade do que realmente há. E mais clarividência. É muito comum o sentimento de que "só acontece aos outros" . E exigir o máximo rigor… aos outros. Nas reportagens televisivas de hoje, vimos pessoas que gozavam um aprazível passeio ao sol a condenar os que não confinavam… E eles? Mais grave do que a incoerência é o nojento aproveitamento político e o deliberado desafio à lei.
É preciso mais polícia nas ruas a aconselhar o distanciamento e a aplicar as multas previstas. A comunicação social devia ajudar à consciencialização das pessoas.
Efegê

Jaime Santos disse...

O confinamento, Fernando Oliveira Martins, faz-se com excepções para mitigar os efeitos económicos, a inconveniência e o prejuízo para a saúde de ter consultórios e outros serviços fechados e o efeitos da privação das aulas presenciais nas crianças e adolescentes.

Aliás, esta última decisão foi tomada com base na opinião dos peritos, aconselho-lhe a entrevista que o epidemiologista Baltazar Nunes deu na Quinta à SIC.

Quanto à sua 'opinião' sobre os membros do Governo, não vale a pena discuti-la. Afinal, os insultos ficam com quem os profere...

Parece que não resta às autoridades outra solução que não aplicar as coimas previstas na Lei. É pena, mas se a cenoura não resulta é preciso recorrer ao pau...

Flor disse...

Definitivamente o Governo que não apele ao bom senso porque já se viu que não há. É uma falta de respeito pelo próximo. Esta gentinha é de um egoísmo atroz. Querem é diversão e não pensam que podem ser contaminados. Há muito mais burrice da que eu imaginava, com todo respeito pelos Burros.

Unknown disse...

Eu fui um dos que ontem (sábado) foi apanhar sol num jardim, e tenciono voltar a ir fazê-lo hoje.
Apanhar sol faz bem à saúde, ajuda a formar vitamina D que é boa para o sistema imunitário, reforçando a defesa contra os vírus.

Unknown disse...

É claro que para o Francisco é fácil criticar, uma vez que tem em sua casa um jardim interior no qual pode apanhar sol.
A maioria da população não dispõe de tal luxo e, para apanhar sol, tem que ir para um jardim público.

Francisco Seixas da Costa disse...

O comentador das 11:09 o que é que sabe ou pretende saber da minha vida? Produziu assim um comentário algo pidesco, invejoso e, como cúmulo, inexato.

JPGarcia disse...

Caro Francisco,

O principal é evitar mortes. Tudo o resto é reversível.

Um abraço

JPGarcia

Carlos disse...

Não acho que a culpa seja exclusivamente do governo. Cada cidadão tem a sua quota parte de responsabilidade na forma como tem cumprido as regras de confinamento e distanciamento social. Todavia a explosão do número de casos que se tem vindo a observar mostra que a monitorização dos novos casos está totalmente fora de controlo. A DGS está apenas a contabilizar os casos diários e não consegue por em prática quaisquer medidas eficazes de identificação das cadeias de transmissão.

Perante esta situação de claro descontrolo e na ausência de informação credível sobre a dinâmica da pandemia a manutenção de actividades escolares com o argumento do impacto na aprendizagem das crianças e dos jovens é não só irracional mas quase obsceno. É que estas mesmas crianças e jovens que vão estar a ser agentes de disseminação do vírus e não podem agora interromper as actividades lectivas vão estar a usufruir em Junho de uma pausa estival durante quase 3 meses. Estes jovens tem uma vida inteira para recuperar algumas semanas de suspensão das actividades lectivas - para os que morrem não há segunda oportunidade!

O não encerramento das escolas quando desde o início de Janeiro se contabilizam diariamente mais de 100 mortes ( sem contar as mortes não COVID) mostra o pouco valor que se atribui a vida humana.

maitemachado59 disse...

Ha covidiotas por toda a parte

maitemachado59

Luís Lavoura disse...

O Francisco queixa-se de ver pessoas a passear cumprindo distanciamento social e em ao ar livre, mas logo à noite vai estar no programa Observare com mais quatro indivíduos, todos sem máscara e a dois metros de distância uns dos outros, durante uma hora num local não arejado. E para ir para esse local vai sair de casa.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...