segunda-feira, março 02, 2020

Diz que é uma espécie de desilusão...

Há semanas, um amigo dizia-me que, às vezes, ao ler-me, ficava chocado com o facto de, à revelia do que lhe parecia ser a coerência essencial daquilo que entendia serem as minhas ideias, políticas e não só, se confrontar, com alguma surpresa, com posições que abertamente contrariavam essa lógica, o que lhe suscitava intimamente uma reação do género: “Então este tipo, com quem tantas vezes estou de acordo, sai-me agora com uma destas!?” Uma espécie de uma desilusão...

Não o esclareci sobre se, na realidade, essa minha atitude tinha mais a ver com um displicente desinteresse em sustentar a coerência ou, muito mais, com uma forma provocatória de estar na vida, uma espécie de assumido “estar-me-nas-tintas”. Ou se acumulava, até com algum gozo.

De uma coisa, porém, tenho absoluta certeza: um amigo define-se pelo facto de continuar a sê-lo, mesmo depois de constatar que está em completo desacordo com o que dizemos, ainda que em coisas que tidas por ele como essenciais. O resto, já aprendi: no melhor cenário, são amigos de ocasião, no pior, amigos da onça.

2 comentários:

Dulce Oliveira disse...

Concordo com esta definição de amigo

Anónimo disse...

Fabulosa essa sua análise senhor embaixador! Que se danem “os amigos da onça”!!!

O novo embaixador americano...

... em Portugal, segundo o Inteligência Artificial.