quinta-feira, março 26, 2020

À espera da Itália

Nesta crise, há algo que tenho por claro: a Itália é a nossa grande defesa. Se o seu peso económico no contexto europeu não conseguir funcionar como argumento “ad terrorem” para forçar uma solução criativa, não será o nosso caso, nem sequer o espanhol, que “comoverá” ninguém.

5 comentários:

Anónimo disse...

É nos tempos difíceis que se vêem os amigos. A Solidariedade. No caso da U.E, como se viu neste último Conselho, a União está, aos poucos, a abrir as brechas para, um dia, se desintegrar. Foi abjecto aquilo que ali se passou. 4 Membros, sobretudo 3, influentes, estão-se nas tintas para o sofrimento dos outros, como Itália, Espanha, etc, para só falar daqueles com mais infectados. E, consequentemente, que terão sérios problemas em recuperar economicamente. Todavia, os cidadãos desses 4 países logo que puderem irão engrossar as filas dos turistas que querem ir passar férias a Itália e Espanha(e a Portugal, também). Esta União Europeia começa a feder!
E quando vemos os EUA e a China (e a Rússia) a espreitar (e a desejar)a sua eventual desintegração - para melhor negociarem caso a caso (país a país) e nesse sentido obterem mais e melhores resultados económicos, espanta-nos ver este suicídio lento, em que a U.E se vai afundando.
Os (maus) resultados políticos de um conjunto de decisões são sempre da responsabilidade de quem não os soube prever e acabou por deles ser vítima.
O vírus ainda acabará por vir a ser o carrasco da U.E, ao demonstrar, ou pôr a nu, as fragilidades da mesma, graças à sua desunião e falta de solidariedade!
É triste. Mas, real!

Anónimo disse...

Já calculava que era assim, mas isto dito por um diplomata tira-me as dúvidas.

Jaime Santos disse...

Não sei se a situação dramática na Itália chega para convencer a Alemanha e sobretudo a Holanda e a Finlândia. Agora, uma ameaça de default simultâneo de todas as economias periféricas é capaz de chegar. Ou antes, uma mutualização das dívidas dos tesos, numa espécie de cooperação reforçada do 'não caímos um a um, caímos todos de uma vez' que tem a vantagem de não ser uma ameaça explícita. A bon entendeur...

Anónimo disse...

Temo que a Itália, no fim das contas, desta terrível crise vá seguir o caminho do Reino Unido.

Renato Rodrigues Pousada disse...

A situação na Itália é economicamente desesperada. Já o era antes da pandemia... Divida publica elevada com taxas de interesse não fixos mas que se deixavam variar (porquê?), produção económica prevista em dezembro de 2019 de 0,2-0,3% mas que todos sugeriam fosse perto da estagnação, burocracia asfixiante incompreensível, desnível norte-sul enorme, uma regionalização idiótica de serviços essenciais para os interesses de uma nação como a saúde, que fomentou e fomenta uma reciproca falta de solidariedade (e viu-se neste momento)... Enfim a pandemia é uma machadada na já frágil economia italiana. E um grande favor acho eu aos nacionais populismos que não serão obviamente solução mas um ulterior problema. A questão não é se a Itália vai cair mas quanto vai ser grande o estrondo e quais as repercussões no resto da economia europeia que é muito mais interconexa do que nós podemos imaginar... Pessoalmente vivendo neste país estou muito preocupado com o futuro dos meus dois filhos de que já o era antes mas agora a situação piorou e se a UE cai nesta pandemia então ainda pior porque os países sós são neste mundo presa económica e politicamente fácil. Não sou conhecido pela minha verve positiva e espero ser demonstrado que estou totalmente, absolutamente errado... aliás é a minha unica esperança neste momento. Que esteja tão errado que daqui a seis meses me vão dizer que sou um idiota pessimista... Sinceramente o espero... e vou sorrir...

Renato (em Roma)

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...