domingo, março 01, 2020

Brevemente, num Afeganistão perto de si...

Os EUA são peritos em intervir em países alheios, mas a História prova a sua inabilidade para montarem “exit strategies” minimamente sustentáveis. Na maior parte das vezes, “deitam dinheiro” sobre os problemas que criaram, quase sempre na forma de créditos para as suas empresas. Foi um “filme” que já se viu no Iraque, e que vai ser realizado, pela enésima vez, no Afeganistão.

8 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Recordemos que a intervenção americana fez do Afeganistão e do Iraque os países mais corruptos e instáveis do mundo.
Os EUA sao responsáveis por cerca de um terço das mortes civis, enquanto as forças talibãs são responsáveis por mais de 60% das mortes.

Anónimo disse...

Ao fazer análizes do comportamento imperialista dos EUA, convém ter em conta que sim, houve um Presidente (dos EUA) que iniciou o caso Afeganistão. Não foi o actual Presidente.
O actual concretizou um bem sucedido acordo, com os Taliban, pondo fim às hostilidades.
E concretizou outro promovendo um fim, programado, da presença militar dos EUA naquela território.

Francisco Tavares disse...

Caro Embaixador, não posso estar mais de acordo consigo. O comentário de que o atual presidente concretizou um bem sucedido acordo com os Taliban, pondo fim às hostilidades, só pode ser piada... não sabia que por aqui havia comentaristas com tanto sentido de humor...
Eu ainda esperaria que Trump declarasse a sua satisfação por ter alcançado um acordo de paz ou qq coisa no género, mas a imagem que retive das declarações de Trump é de um agitador a sublinhar que tinha acordado com os Talibãs perseguir e matar todos os terroristas (tipo filme far-west.....pam, pam, pam, morreram todos os maus). Mas ao que parece os Talibãs não estão por esses ajustes.
Aliás, há vasta documentação que relata a desastrosa (ou talvez seja mais correto dizer, criminosa) intervenção dos EUA na antiga Jugoslávia (com a preciosa ajuda da UE...)....

Jaime Santos disse...

O anónimo das 23:49 parece que alinha na tese do 'Mission Accomplished' (em versão mais modesta) do Presidente que decidiu invadir o Afeganistão e depois o Iraque. Como dizia o outro, 'we shall see...'

Trump também dizia que iria conseguir um magnífico (ou será fantástico?) acordo com a Coreia do Norte e depois foi o que se viu...

Ah, e ainda rasgou o acordo com o Irão, laboriosamente negociado pelo seu antecessor, para fazer um frete a Israel, que enquanto puder reclamar que existem ameaças à sua segurança no Médio-Oriente, pode também continuar a empurrar a solução do problema palestiniano com a barriga...

Poupe-nos, sim?

Joaquim de Freitas disse...

Senhor Jaime Santos - 2 de março de 2020 às 17:23:




Calma, calma...O processo que está previsto para começar no dia de 10 de Março, em Oslo, entre o governo afegão - "excluído do actual diálogo" com os EUA - e os rebeldes, Pompeu simplesmente disse que será necessário o compromisso de "todos os afegãos".

Entretanto gostei muito desta declaração de Pompeo ,que descreveu o dia como "histórico" e um "passo para a "verdadeira paz" no Afeganistão", destacando que os talibãs prometeram não permitir que o território afegão seja utilizado por grupos terroristas para cometer ataques contra outros países.

Tem piada que quando os americanos forneciam armas e finança aos moudjahidin do Povo de Massoud para atacar os Soviéticos, foi esquecido…Grandes hipócritas, estes yankees ! Sempre a teoria dos "bons e dos maus terroristas", como na Siria ! e na Libia !

Jaime Santos disse...

Meu caro Joaquim de Freitas, mas eu limito-me a expressar cepticismo por todas as expressões grandiloquentes que emanam das chancelarias, em particular do Departamento de Estado Norte-Americano...

E, naturalmente, expresso cepticismo (e alguma impaciência) relativamente a declarações similares dos anónimos que por aqui pululam e que parecem até esquecer que o Presidente Trump é do mesmo Partido de Bush e que até apoiou a política deste, mesmo se depois tenho vindo dizer que era contra.

Já agora, a propósito dos bons augúrios, ver: https://www.publico.pt/2020/03/03/mundo/noticia/taliban-regressa-ataques-forcas-afegas-cinco-policias-mortos-1906305

Anónimo disse...

Imaginemos comentaristas sabiamente a afirmarem "... os portuguêses ..." a partir de uma decisão tomada actualmente pelo PM A. Costa. E sobre decisões políticas "dos portuguêses" tomadas por um dos antecessores de A. Costa, como por exemplo, o PM Cavaco, ou o PM Almirante, ou o PM Vasco Gonçalves, ou o PM Salazar, ou o PM Carmona ....
Afinal foram, são sempre "... os portuguêses ...".

Jaime Santos disse...

Caro anónimo das 19:10, O seu espanto é incrível, existe uma continuidade histórica na política externa de todos os Países, em particular das grandes potências. E mesmo em Portugal, não foi o 25 de Abril que colocou em causa a pertença de Portugal à NATO e Mário Soares levou mesmo o País para a então CEE.

Mesmo Trump não veio alterar as opções norte-americanas, simplesmente expressa-as de modo, digamos, bastante mal-educado. Mas já o seu antecessor tinha procurado reduzir a presença americana noutros pontos do planeta, procurando preservar a hegemonia do império americano. Trump está a tentar fazer o mesmo...

Eu até nem vou tão longe como o Sr. Embaixador que denuncia a ausência de uma estratégia de saída destes múltiplos teatros. Os americanos têm sempre tido uma estratégia de saída, que passa por ganharem a guerra e conquistarem os corações de populações que entendem muito mal. Naturalmente, a coisa corre sempre mal...

Os EUA, a ONU e Gaza

Ver aqui .