Não fui um crítico da comunicação por Skype que Marcelo Rebelo de Sousa há dias fez e que muitos não apreciaram. Achei que a sua palavra era então necessária, não obstante o seu estado de obrigatório confinamento doméstico. Olhar essa mensagem à luz das condições técnicas utilizadas, sem atentar no seu conteúdo, revela curteza de vistas.
Dito isto, o discurso que fez esta noite foi, numa só palavra, exemplar. Foi a mensagem certa, feita com grande sentido de Estado e, em especial, com imenso sentido de responsabilidade. O país, num momento dramático como o que atravessa, sabe que tem à sua frente um chefe de Estado em plena sintonia com as suas preocupações.
6 comentários:
Concordando totalmente com o seu comentário sobre a intervenção do Presidente, não posso deixar de sublinhar a importância da intervenção do Primeiro Ministro (forma e conteúdo), esta tarde na Assembleia da República, exactamente antes da votação. Conseguiu conciliar a dureza da situação com a mobilização geral e com um espírito genuinamente democrático e, a talhe de foice, respondeu de forma muito fina aos designados "treinadores de bancada" que sabem tudo, que já sabiam tudo e que já prevêem as desgraças que vão acontecer. Veja-se o discurso do líder de uma das bancadas parlamentares. O momento não é para se começar a colocar vírgulas, pontos, dúvidas ou outros comentários descabidos ao discurso público, que satisfazem o ego de quem os produz. O momento é para, de forma humilde, contribuirmos, colectiva e positivamente, para esta guerra que nos é imposta. Há que tomar atenção ao sentido democrático e de Estado dois discursos!
De acordo - foi um discurso excelente. E deixou, a mim, que não me costumo deixar levar por sentimentalidade patriótica, uma emoção no peito.
Fui só eu a achar o discurso demasiado catastrofista? Caramba, parecia que estava em curso a Terceira Guerra Mundial.
Eu, pelo contrário, achei muito mau o discurso de ontem à noite: confuso, ilógico, sem fio condutor.
Marcelo está a ficar velho. Gostaria que não fosse reeleito.
O senhor Embaixador sabe com certeza que a forma é muito importante. Seja nestas circunstâncias, seja noutras. Não vale a pena fazermos de conta que, mesmo que um Chefe de Estado apareça em pijama e de chinelos o que interessa é o conteúdo, não é? Portanto, desvalorizar o facto de o Presidente da República ter feito aquela comunicação via skype, como se fosse um avô a mandar mensagens aos netos no estrangeiro, é irrazoável. O senhor, sobretudo o senhor, devia saber isso.
O discurso de ontem foi o que se esperava, nem mais, nem menos. Nada de extraordinário. Vi muito melhores discursos de chefes de estado e de governo estrangeiros, mais calorosos, mais emocionantes e mobilizadores. lembro-me de um discurso fantástico do primeiro ministro da Irlanda ou, mais recente, o da Rainha da Dinamarca, ótimo na sua simplicidade. Toda a gente está agora mais atenta ao que diz o chefe do governo, o primeiro ministro.
E o presidente do Benfica, não discursa?
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