sábado, março 21, 2020

Elogio do medo

Um amigo que andou na guerra a sério, nas bolanhas da Guiné, disse-me um dia uma coisa que nunca esqueci: “O que me valeu foi ter medo. Era o medo que me protegia. Vi morrer colegas que o não tinham, que arriscavam. Que só acontecia aos outros”. Tenho-me lembrado muito dele.

2 comentários:

Anónimo disse...

Medo tinhamos todos, Embaixador. Mas quando as festividades se desencadeavam, havia sempre uns quantos que saltavam dos abrigos e se iam agarrar aos punhos das Bredas. De outra forma nem os que se encolhiam nos abrigos teriam sobrado. A que sub-grupo pertencia o seu amigo?

MRocha

Unknown disse...

E interessante ver o seu amigo lembrar-se da guine
Também lá estive eu sei e compreendo o que ele sentia
Hoje.aqui na Bristh Colúmbia Canadian a em casa da minha filha e netos muito me tenho recordado daqueles tempos, daquilo que se passou e dos isolamentos forcadoTentei,não sei se consegui explicar aos meus netos os efeitos da guerra comparando com a atual situação que se vive em todo o mundo,inimigo visível e não visível
Durante longos anos nunca me recordei da guine, não sei porque raio devia lembrar-me agora
Cots
Liberal correia

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...