terça-feira, março 24, 2020

Dois choques

No 11 de setembro, vivia em Nova Iorque. O choque foi imenso, mas foi súbito e as pessoas foram-se adaptando. Este é crescente e a angústia sobe dia após dia.

4 comentários:

Maria Isabel disse...

Também o Senhor Embaixador tinha menos uns anitos e via as coisas de forma diferente.
Maria Isabel

Jaime Santos disse...

A diferença parece-me clara. Os sobreviventes do 11 de Setembro foram confrontados com o choque e o horror mas estavam vivos. E a maioria sabia que era extremamente improvável ser vítima de um novo ataque terrorista. As pessoas integram essa improbabilidade no seu pensamento sem precisarem da fazer grandes contas.

Aqui, a probabilidade de contraímos a doença é não negligenciável...

Anónimo disse...

Nos noticiários de todas as tvs portuguesas, sem excepção, de vez em quando, era simpático que aparecesse uma linha no écran, ao lado dos mortos em Itália, Espanha, ou Portugal, comparassem qual era a taxa de mortalidade da faixa etária acima dos 70 anos, há 50 anos e hoje.. Para as pessoas não se esquecerem

Joaquim de Freitas disse...

E os choques das populaçoes injustamente atacadas , nao preocupa ninguém? Porque deixaram escapar Bin Laden ? Porque era saudita? O resultado, ei-lo aqui:

Varias lições a tirar deste drama do 9/11 :

Como disse o antigo procurador de Nuremberga Benjamin Ferencz uma semana após os ataques terroristas, estes foram crimes contra a humanidade, mas não "crimes de guerra" porque os Estados Unidos não estavam em guerra. "Nunca é uma resposta legítima para punir pessoas que não são responsáveis pelo mal feito", disse Ferencz.

"Temos de distinguir entre punir os culpados e punir os outros. Se retaliarem maciçamente bombardeando o Afeganistão, digamos, ou os talibãs, matarão muitas pessoas que não acreditam no que aconteceu, que não aprovam o que aconteceu."

Como Ferencz previu, matámos "muitas pessoas" que não tinham nada a ver com os crimes de 11 de Setembro, disse .o general Tommy Franks, que comandou a guerra contra os talibãs no Afeganistão em resposta aos ataques de 11 de Setembro de 2001. Quantos matámos? O governo dos EUA não conta os cadáveres das baixas civis que causa., disse Franks uma vez.

a)-–- 3 000 vitimas inocentes nas duas Torres Gémeas .

b)- 2 400 soldados americanos mortos no Afeganistão para vingar o atentado.

c)- 2,4 milhões de iraquianos mortos em consequência da invasão ilegal do seu país pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido em 2003.

d)- 150 000 combatentes afegãos mortos até 2013.

e)- 170 000 civis afegãos mortos até 2013.

f)- Os Estados Unidos prolongaram a sua guerra no Afeganistão ao Paquistão em 2004.

g)- Afeganistão e Paquistão : cerca de 1,2 milhões de afegãos e paquistaneses foram mortos em resultado da invasão dos EUA ao Afeganistão em 2001.

h)- Os Estados Unidos tentaram justificar as suas invasões no Afeganistão e em vários outros países como resposta legítima aos crimes terroristas de 11 de Setembro. Mas os Estados Unidos não foram atacados por outro país naquele dia, e nenhum crime, por mais horrível que seja, pode justificar 19 anos de guerra - e ainda não acabou - contra uma sucessão de países que não atacaram os Estados Unidos.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...