segunda-feira, março 16, 2020

Nova filosofia de alcova


Não nos deixeis cair em obsessão - é uma das minhas ”orações” preferidas, nos dias pesados que correm. Por isso, não contem comigo, com ou sem vírus, para deixar de olhar a vida pelo lado alegre.

Há dias, escrevia por aqui que, dado o estado de reclusão forçada em que todos estamos, o próximo mês de dezembro é bem capaz de nos trazer um “baby boom”. “É fazer as contas”, como dizia alguém. As televisões, de manhã à noite infetadas pelo vírus, estão “chatas para burro”, como antigamente se dizia, cheias de “enlatados”, pelo que sabe-se lá como alguns acabarão as noites. Mas é evidente que esta hipótese só é válida para a quarentena das quarentonas, ou de idades abaixo. A demografia pátria agradeceria, aliás.

Tinha eu acabado de dizer isto e logo uma amiga surgiu com outra teoria: é capaz é de vir por aí uma onda de divórcios, porque marido e mulher, obrigados a conviver, por muito tempo, em ambiente de tensão e alguma angústia, são capazes de começar a “fazer faísca”. A alguns casais, dizia ela, “já bem basta terem de passar férias juntos, quanto mais umas semanas de quarentena, fechados em casa com a filharada”. Como essa minha amiga é solteira, levo isto à conta da sua imaginação pessimista sobre a bondade essencial do instituto do matrimónio, sobre o qual a minha crença é inabalável - para que conste, em especial cá em casa.

Mas, logo depois, lembrei-me de ter ouvido um dia a uma outra amiga nossa, à mesa do Flore, em Paris, ao aproximar-se a data da reforma do marido, uma frase lapidar: “Para nós, mulheres, a reforma dos maridos é uma coisa terrível: é ter, em casa, o marido em dobro e o salário dele por metade”.

Enfim, fiquemos por aqui, nesta nova “filosofia de alcova”, sem qualquer sadismo...

3 comentários:

Anónimo disse...

HUMOR!

Covid-19, informação importante:

1) não dar abraços; 2) não dar beijos; 3) manter a distância de 2 metros; e 4) encerrar as actividades desportivas, sociais e - sexuais.
Ou seja, mais coisa menos coisa, é igual à vida de casado...só que com tosse!

Abraço!
PS: em tempos complicados, o humor ajuda a levantar o moral.

Pedro F. Correia disse...

Para que conste isto foi um lapsus calami: não vá alguém pensar outra coisa: «para que conste, em especial cá em casa.» :)
Pedro Correia

Cardeal disse...

Ao menos haja alguém que alegre isto. Chatices já temos que bastam.

Antes do Alasca

Parece haver importantes avanços militares russos nos últimos dias na frente ucraniana. Pode ser só uma coincidência, mas o "timing...