De manhã pelo Zoom, de tarde pelo Skype, participei hoje em duas videoconferências. Um amigo disse-me estar já a dar aulas, a dezenas de alunos, exclusivamente por este meio.
Creio bem que a presente crise vai potenciar, ainda mais, o hábito dos contactos à distância, com a consequente limitação das viagens de trabalho.
Há três anos, para o livro “Olhar o Mundo”, coordenado por António Mateus, escrevi um texto sobre o futuro da diplomacia, de que agora respigo (gosto desta palavra do antigo jornalismo) o seguinte:
“Muito do que se passará no futuro da diplomacia vai ter que ver com uma dimensão que nem uma versão contemporânea de Jules Verne poderá prever com um mínimo de rigor. Refiro-me à evolução da tecnologia das comunicações, ao aperfeiçoamento que cada vez mais se pressente dos mecanismos para colocar em contacto pessoas situadas à distância física, em moldes muito mais eficazes e operacionalmente mais cómodos do que os que hoje existem e que, de certo modo, ainda forçam à execução de penosas e desgastantes deslocações. Se e quando uma tecnologia de contacto à distância vier a ser substancialmente melhorada, o recurso à mediação pelos diplomatas residentes tenderá a diminuir ainda mais e um acentuar da relevância do trabalho direto das capitais pode vir a afirmar-se em seu detrimento.”
Não faço ideia se a diplomacia presencial algum dia acabará de todo, mas que o papel de agente de um “soberano” colocado fisicamente próximo do outro tenderá a esbater-se, disso não tenho a menor dúvida.
1 comentário:
eu pergunto se, na situação atual, os objetos que são comprados ou trazidos por outro motivo do exterior para o local do isolamento, incluindo a alimentação, não deveriam obrigatoriamente ficar de quarentena algumas horas ou dias, para evitar a contaminação
porque se alguém usa luvas, máscara, e depois fica na mesma infetado por trouxe alguma coisa de fora e inclusive que leva à boca comida que outra pessoa tocou,
pois não adiantará luvas e máscara… e tanto esforço fica sem o resultado desejado…
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