De há uns tempos para cá, explora-se muito a dicotomia entre a legalidade e a moralidade. Começo a ficar com a sensação de que, basicamente, se pretende, com esta dualidade, dar pasto aos opinadores para, quando alguém pratica um ato e afirma fazê-lo porque tem a lei do seu lado, poderem vir dizer: “Está bem! É legal, mas não é moral”.
Vem isto a propósito das verbas recebidas pelos deputados insulares. Ficou claro que essa prática é legal, mas logo surgiu um coro de acusação de imoralidade da prática. No caminho, a tentar atenuar a alegada imoralidade, apareceu o incrível argumento do “sempre foi assim”, como se isso fosse um fator minimamente legitimador.
Vamos a ver se nos entendemos! Não gosto de viver numa sociedade onde, perante o legítimo exercício daquilo que a lei incontroversamente me permite, possa surgir um qualquer fabiano, à luz de uma autoridade duvidosa, a dizer-me: “Está bem, é legal, mas não é moral!”
Se uma determinada lei não é moralmente aceitável, então mude-se de imediato a lei, tornando-a conforme com o juízo moral que, com toda a certeza, os deputados da nação estão qualificados para interpretar. E, já agora, comecem eles próprios por tornar mais “morais” as leis e regulamentos que regem a sua casa.
3 comentários:
Quatro conceitos fundamentais em qualquer sociedade. Esses conceitos dizem respeito a Ética, a Moral, a Honestidade e a Legalidade.Segundo o dicionário Houaiss:
“Ética é a parte da filosofia responsável pela investigação dos princípios que motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano, refletindo especificamente a respeito da essência das normas, valores, prescrições e exortações presentes em qualquer realidade social.”
“Moralidade é o conjunto dos princípios morais como a virtude, o bem, a honestidade etc., socialmente estabelecidos em determinada época.”
“Honestidade é a qualidade ou caráter de honesto, atributo do que apresenta probidade, honradez, segundo certos preceitos morais socialmente válidos.”
“Legalidade é a qualidade ou estado do que é legal, do que está conforme com ou é governado por uma ou mais leis.”
Espero ter ajudado o Sr. Embaixador
As leis elaboradas em tempos revolucionários nem sempre são morais pois nuuma revolução a moralidade é relativa face à nececidade do momento do PREC.
A nossa constituição ainda tem fundamentos de ediologia marxista.
É curioso como todos esquecem isto.
Mas é precisamente isso que está em causa: a descoberta de um comportamento reprovável , praticado à socapa, por gente que o não deveria fazer. Isso deve ser condenado éticamente e a lei corrigida para que não possa tornar a acontecer. A defesa deste tipo de atitudes parece cegueira clubista.
João Vieira
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