quinta-feira, abril 26, 2018

A raiz do pensamento

Seria muito bom saber o que, no íntimo, alguns deputados sem cravo ou ausentes de S. Bento pensam, com sinceridade, sobre o 25 de abril. Mas não temos o direito de perguntar-lhes: foi também para isso, para cada um pensar o que lhe apetece, que se fez o 25 de abril.

5 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Com uma diferença importante : que se os « ventos mudassem », para uma direcção contrária,
talvez não pudessem pensar o que lhes apeteceria mas o que lhes deixariam pensar.

Anónimo disse...

Teria dezoito, dezanove anos, quando se comemorou o quarenta aniversário da “ revolução nacional”. Lembro-me como se fosse hoje, de achar uma “curiosidade” de gente de idade comemorar uma “coisa de há quarenta anos!” Quando o futuro é para a frente e é esse é que interessa!
O que pensarão as pessoas actuais, que não viveram o 25 de Abril, deste permanente olhar para o passado, para as mesmas estórias mil vezes repetidas com pormenores desinteressantíssimos (como faz, até à náusea a Antena 2) como se o presente e o futuro não contassem para nada?
Eu penso que eles pensam o mesmo que eu pensava: que falta de paciência!
João Vieira

Anónimo disse...

Caro João Vieira,

Se tem 22 ou 23 anos de idade é uma pessoa actual, que, não viveu o 25 de Abril.
Ainda bem que pode expressar a sua falta de paciência e náusea.

"A gente de idade" comemora claro e, sabe sempre a pouco. É preciso não esquecer.

Anónimo disse...

ao anónimo: não usei a palavra náusea. Porque o anónimo a usa? Julga que há quem a tenha? Se tinha 19 anos nos quarenta anos da chamada "revolução nacional" como posso ter 23 quando se comemoram mais de quarenta da chamada "revolução dos cravos"?
João Vieira

marta disse...


O direito a perguntar existe sempre... e cada um venera o que bem entende.

Não vivi o 25 de abril e data não me diz rigorosamente nada. As cerimónias na Assembleia oscilam entre o chato e o piroso, os discursos são de fugir. O que a TV e a rádio passam não é apelativo, repete o que aprendemos na escola e é quase propaganda.

O que me irrita mesmo é a o mito do 25 de abril que nos vão impingindo todos os anos: parece que por ter acabado com o Estado Novo, a revolução legitimou tudo o que se passou a seguir. E ao mesmo tempo, esse mito não ajuda a focar no realmente interessa: o estado a que chegámos outra vez. E que não é bom.

Percebo que seja difícil para perceber que o 25 de abril comece a passar ao lado das gerações mais novas. As nossas memórias são outras, o 11 de setembro, a adesão ao euro, o euro 2004 e o de 2016, o CR7, a troika e o desgoverno que a precedeu incluído, o Estado Islâmico, os atentados na Europa, o caso casa Pia (nojo absoluto), a operação marquês, a derrocada do GES...

... os salarios baixos, a dependência do estado, o estado opressor e big brotheresco a que chegamos - as finanças sabem mais sobre qq um de nós do que a PIDE - a porra do Acordo Ortográfico e a treta do a todos e a todas, a desigualdade gigantes que existem em portugal, o abandono de velhos... tudo isto me parece bem mais urgente e digno de atenção do que a comemoração do fim de um regime decrépito.

Daqui a 44 anos haverá outras pessoas com o mesmo discurso que eu tenho hoje sobre aquilo que preocupa a minha geração. E ainda bem.









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