Ontem, em Coimbra, almocei com um grupo de umas dezenas de vila-realenses, natos ou adotivos, que comigo têm de comum o facto de terem passado um dia pelo velho Liceu Camilo Castelo Branco.
Alguns são do “meu tempo”, outros mais velhos, nenhum é de uma geração mais jovem. Somos, assim, os últimos nesta bela aventura de amigos.
Ao longo dos anos, em que por razões atendíveis fui muito relapso, alguns foram desaparecendo dos encontros, outros, nos dias de hoje, já não podem comparecer. Sei lá bem porquê, “eles” são sempre bem mais facilmente identificáveis do que “as belas do meu tempo”, para utilizar o qualificativo clássico do Fernando Assis Pacheco. Há caras de que me lembro muito bem, sem contudo lhes conseguir colar um nome. Outras, permanecem um mistério. Ainda outras, saltam-me de repente à memória, chamando episódios, mais ou menos recortados de verdade ou fantasia. Estas são sempre jornadas com muita graça, de saudável nostalgia, de que cada um leva para casa retratos falados muito diferentes.
Pelo que me toca, fico muito grato a quantos conseguem, generosamente, juntar-nos e organizar estes encontros. Nunca lhes agradeceremos o suficiente.
Ontem, encontrei por lá o Ilídio. Demos conta de que já nos não víamos vai para quatro décadas. Nesse tempo de liceu, ele era uma figura imensa, um bom “gigante”, que sempre revejo embrulhado na capa preta, arruando pelos Primeiros de Dezembro.
O Ilídio era uma fator de ligação entre todos nós, tinha uma grande paciência para os mais novos, em que eu me incluía. Tinha uma graça infinda, a que a sua figura física ajudava, e disso dava testemunho nos “saraus” estudantis desse primeiro dia do último mês do ano. Para a história académica de Vila Real, ficaram para sempre os seus mano-a-mano com o Zé Amaral, diálogos que, estou certo, o eterno encenador dessas sessões, o Achilles, não conseguia controlar nem disciplinar.
Grande Ilídio! Combinámos encontro para o próximo Primeiro de Dezembro. Etapa a etapa se faz a caminhada, companheiro, por mais dura que ela às vezes vá sendo. Até lá, caro Ilídio!
Sem comentários:
Enviar um comentário