terça-feira, março 28, 2023

Pois!

Porque a medida de redução do IVA foi popular, a crítica teve de mudar de patamar: agora, passa a ser vista como uma decisão de dimensão insuficiente, com consequências práticas limitadas e que chegou tarde.

9 comentários:

Luís Lavoura disse...

a medida de redução do IVA foi popular

Foi popular junto de quem?

Dos media? Mas os media não representam a opinião pública.

Das redes sociais?

Eu o que tenho ouvido, de pessoas do povo - assumidamente muito poucas - é que é uma medida cujos efeitos práticos serão próximos de nulos, e que portanto somente vai complicar mas sem fazer nada.

manuel campos disse...


Passa a ser vista como uma decisão de dimensão insuficiente e com consequências práticas limitadas" não: é mesmo.

jj.amarante disse...

A oposição censurava o governo por não fazer nada, nem sequer fazer o que em Espanha já tinham feito que era reduzir o IVA dos produtos alimentares essenciais de 6% para 0%.

Trata-se de uma questão de inumeracia, reduzir o IVA nalguns produtos de 6% para 0% nem chega a um desconto de 6% mas de 5,4%= 6/106. Via-se à partida que não seria grande desconto, mas algumas pessoas, que são pessoas e não folhas de Excel, estariam à espera de uma baixa do género "qualquer coisa que se visse" talvez uns 30 ou 40%, como nos saldos sobre produtos cujo preço foi inflacionado uns dias ou semanas antes.

Num programa de TV disseram que afinal eram apenas alguns cêntimos, numa compra de 7€ constatavam com alguma indignação que a redução era de apenas 40 cêntimos, o valor que seria de esperar. Eu acrescento que se tivessem feito uma compra de 1 euro o desconto teria sido ainda mais pequeno, apenas 5 cêntimos!

efelima disse...

"Porque a medida de redução do IVA foi popular..."

Quem lho disse, enganou-o! Não vamos esperar muito para tirarmos a prova real.

efelima disse...

"Porque a medida de redução do IVA foi popular..."

Quem lho disse, enganou-o!
A medida de redução do IVA tem um efeito ridiculamente pequeno. Descer o IVA de 6% para 0% vai, na melhor das hipóteses, descer o preço dos alimentos numa ninharia.
Complica a vida aos comerciantes, que a partir de agora vão ter que lidar com quatro taxas de IVA em vez de somente três. Ademais, uma dessas taxas de IVA durará somente seis meses. Vai ao arrepio da recomendação da Comissão Europeia no sentido de equalizar todas as taxas de IVA, que seria o mais liberal.
Beneficia todos por igual, isto é, beneficia também as pessoas mais ricas, as quais não necessitam de ser apoiadas pelo Estado. Em última análise, faz aumentar a inflação noutros setores.

Medida popular? Não, é muito mais populista que popular!

Anónimo disse...

Perante tudo o que ouvi sobre oeste pacote de medidas , acho que a opinião pública ficaria mais satisfeita com uma subida do IVA para 12% e tirar €30 por mês às famílias mais desfavorecidas
Fernando Neves

Anónimo disse...

11 de Outubro:
«Medina rejeita taxa zero de IVA nos alimentos por temer oportunismo.»

1 de Fevereiro:
«Medina rejeita IVA zero nos bens essenciais.»

14 de Março:
«Fernando Medina insiste que IVA zero em alguns produtos não resolve preços incomportáveis.»

24 de Março:
«Medina anuncia IVA 0% para cabaz de bens essenciais.»

Carlos Fonseca disse...

"...agora, passa a ser vista como uma decisão de dimensão insuficiente, com consequências práticas limitadas".

A leitura da generalidade dos comentários não deixa dúvidas: o autor do blogue tem poderes paranormais.

manuel campos disse...


Esqueci-me de dizer.
A simples afirmação "vamos reduzir o imposto X" é sempre popular, fazer do ser "popular" uma boa notícia é manifestamente exagerado.
O problema é que é só uma declaração de intenções com resultados práticos simbólicos e, ao contrário de outras medidas de discutível eficácia mas que só interessam a um número apesar de tudo reduzido de pessoas, esta toda a gente se dá conta logo do que está ali assim que fôr às compras.

O "jj. amarante" utilizou a expressão correcta: inumeracia(*).

(*) Incapacidade para realizar e compreender operações aritméticas simples.

O futuro