Já não se pode aturar a morte! Leva-nos os melhores, amigos e conhecidos, reduz o nosso mundo. Agora, há pouco, foi a vez do José Manuel Galvão Teles. Bolas!
O Zé Manel foi um homem que, nos últimos anos, suportou uma doença bastante limitativa, sempre com uma imensa coragem. Morreu agora, aos 84 anos.
Há nove anos, escrevi por aqui, a propósito de uma homenagem que lhe foi feita: "Foi uma bela festa! Ele mereceu-a. O José Manuel Galvão Teles, com aquele sorriso bom que o Sean Connery pretendeu, em tempos e sem êxito, imitar, é uma grande figura, não apenas da advocacia mas também, e principalmente, da cidadania. Não faço parte dos mais velhos amigos do Zé Manel, mas tenho com ele, de há muito, uma relação de grande simpatia e amizade, fruto de várias cumplicidades e cruzamentos de ideias e de interesses. É uma figura que admiro pela sua inabalável postura democrática, pela fidelidade ímpar aos amigos (sei do que falo), pela sua retidão e pela maneira alegre e jovial de estar."
O Zé Manel e eu tínhamos três tertúlias em comum, o que bem representava os mundos diversos por onde ambos teimámos sempre em andar: uma, sem nome, com gente que, há quase meio século, tinha andado pelo MES, pelo "sampaísmo" e não só, um pessoal que ainda hoje vai saltitando entre restaurantes. Outra, o Grupo Amizade, recentemente reativado, "com mais advogados do que a OMS recomenda", como ironicamente alguém dizia da tertúlia que mensalmente se reúne na Trattoria. E, até ao seu termo, o Zé Manel e a Micucha foram sócios com lugar cativo na tertúlia da Mesa Dois, do Procópio, que desapareceu com a sua figura tutelar, o Nuno Brederode Santos.
À Micucha e ao Nuno, bem como a toda a família, deixo um abraço de muito pesar, já com imensa saudade.
3 comentários:
Sem dúvida, um grande português. Ainda recordo quando pediu perdão a Timor pelas omissões portuguesas nas NU aquando da invasão pela Indonésia. Na homenagem do primo Miguel Galvão Teles, outro grande português tão importante na Independencia de Timor! Mundo complicado o da diplomacia muitas vezes mas também com gestos de grande elevação. Sinceras condolências à família e aqui ao Sr. Embaixador.
Esta semana está complicada, já vai no 3º obituário. E num deles o Sr. Embaixador escreveu que é assim a vida e a morte!
Que descanse em Paz! Os meus sentimentos :(.
Não o conheci apesar de ter tido muitos contactos com a "João Morais Leitão & Associados", que passaram mais pelo próprio Morais Leitão e em especial por Francisco
Sá Carneiro (Filho) de quem guardo uma excelente recordação.
Conheci bem Miguel Galvão Teles.
Da 1º vez que estive com ele foi para ouvir um dos mais rasgados elogios a meu Pai que alguma vez ouvi, eu nem sabia que se tinham conhecido tão bem, meu Pai tinha falecido há pouco tempo.
Da última vez que estive com ele foi para nos rirmos perdidamente de um imbróglio juridico-surrealista em que uma empresa de que eu era administrador-delegado se viu envolvida, isto porque fui o único "accionista" daquela participada que quis ír até ao fim na resolução de certa situação.
Que ele resolveu de forma brilhante com o bom senso bem terra-a-terra que era o dele.
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