Olhando estes mapas, representando bases militares em território estrangeiro, percebe-se melhor a preocupação do mundo ocidental com a dimensão militar da ameaça que a China hoje representa.
No doubt! Do mundo ocidental! Com menos de 20% da população mundial e a quem Deus concedeu o mundo en definitivo algures na última mudança do século. E por causa das tosses colocou logo um Xerife em Washington! Que agora também decidiu pôr a Europa a pão e àgua!
E como nunca há duas sem três, depois do SVB, no domingo assistimos à terceira maior falência de um banco na história dos EUA! O que só prova como os EUA aprenderam com o último crash e como evoluiu a regulação bancária do outro lado do Atlântico! Podemos estar todos muito mais descansados porque desta vez nada nos atinge na Europa! E se só por acaso Biden entretanto também vier culpar a Russia ou a guerra na Ucrania por causa da queda dos titulos da divida dos EUA já sabemos o que nos espera a todos outra vez! Porque Biden não vai perder esta oportunidade para varrer alguma parte da sua excelente gestão da dívida e sobretudo dos 33 triliões! Porque quanto ao calote geral tudo aponta só mais lá para a frente! Aliás, já ouvimos outra vez a secretária do tesouro dizer que nem pensar em resgates?! E na Europa também se ouviram logo promessas de salvar a parte financeira do SVB. Bastou um aperto de mão entre sauditas e iranianos para queimar a confiança toda dos mercados desregulados! Sabe-se lá porquê. Às vezes ponho-me a pensar e nem sei como é que ainda há gente neste mundo que não confia na divida dos US! Até eu tenho uma impressora HP em casa.
Realmente o que faz uma base militar chinesa fora da China no Djibouti?! O QG da Legião Estrangeira Francesa no exterior há quantas décadas? E os US também não têm nenhuma das quase mil bases que mantêm à volta do globo na área! Nem o UK! Aliás, ainda estou para ver se a Russia consegue desviar 12% do comércio global e 30% do trafego mundial de contentores para o Artico! É o fim do mundo porque Deus nunca ungiu a Russia!
Só como curiosidade, como um puto indiano totalmente americanizado e com a pedra no sapato mais que normal da grande inimiga China, olha para a politica externa dos EUA depois da WWII! Com algumas confusões próprias da idade como confundir FDR com Nixon mas nada de mais!
How America's Strategy built the GREATEST ARMY mankind has ever seen? : Geopolitical case study
https://www.youtube.com/watch?v=asntNnmjyDI
E como uma curiosidade ainda maior, como um ex-analista senior da CIA brincou há dias com a forma como Kissinger queria pôr Portugal de volta aos trilhos depois do 25 de Abril, calculo. Apesar de 15’ muito interessantes sobre a sabotagem dos Nord Stream, a curiosidade portuguesa por mais que seja do conhecimento geral em Portugal e em especial do Sr. Embaixador, a partir dos 10 minutos:
Ah, o famoso “perigo amarelo”! Andamos nisto quando afinal o “perigo amarelo” já invadiu o mundo ocidental há muito tempo, tomou conta das nossas vidas muito para além do razoável e sem volta atrás possível. E tomou conta das nossas vidas aqui, no mundo ocidental, não só com a nossa anuência entusiástica como também com o nosso dinheiro sempre disponível para isso, é tão bom ter a casa cheia de equipamentos de todo o tipo “made in China”, os bolsos cheios de gadgets “made in China”, os carros cheios de extras mais ou menos inúteis “made in China”, se não fossem “made in China” nem um terço destas coisas conseguiríamos pelo mesmo dinheiro com a mesma qualidade. O que nos vale é que a China já não está (politica externa) nem pode estar (politica interna) numa de “vamos pô-los de castigo” durante uns 6 mesitos e isto acabava em sublevação geral no mundo ocidental (por isso os EUA já estão a fazer a agulha há uns bons tempos, a Europa continua profundamente adormecida a contar com o ovo no dito da dita). Portanto digam-me lá quem anda a pagar o tão “preocupante” rearmamento da China? Eu digo como se chega lá: basta olharmos todos para o espelho.
A marinha portuguesa que se apronte que, ao que consta, e ainda não foi desmentido, os chinocas preparam-se para se instalar nas Berlengas e nas Selvagens. Agora é que vamos ver se o Almirante Gouveia e Melo é tão valente como parece e nos salva desta, como nos salvou do Covid... MB
Muito bem observado, Senhor Embaixador! Obrigado por nos ajudar a compreender melhor este mundo. E ainda queriam eles (muito provavelmente) uma nova base na Crimeia, em Sebastopol, claro, depois de correrem dali para fora com a frota russa do Mar Negro.
Senhor embaixador, por essa ordem de ideias, a Coreia do Norte também não representa nenhuma ameaça... Mas também lhe pergunto, sente-se ameaçado pelos EUA?
Senhor embaixador Pela reacção do Senhor Campos, parece que era melhor esconder a realidade - que provavelmente ele conhecia... Apetece-me citar: "ama-se um monstro se ele for o nosso monstro" MB
João Cabral, a Coreia do Norte é uma ameaça... para quem se sente ameaçado pela Coreia do Norte. Eu não me sinto ameaçado pela Coreia do Norte, nem acredito que alguém em Portugal se sinta, seriamente, ameaçado pela Coreia do Norte. A mesma lógica com os estados Unidos, notando-se, que neste caso, atendendo ao número de bases, muitos mais países se sentirão ameaçados pelas suas bases.
João Cabral disse... "Vindo de si, senhor embaixador? Não esperava."
Em poucas palavras o Sr. João Cabral disse tudo sobre a maneira como a maioria dos portugueses pensam e são visceralmente anti-russos. Mais que os polacos, logo após os ucranianos, que estes podem ter razoes válidas para a sua russofobia.
Mensagem de Fátima em 1917 ? Cultura politica regada pacientemente nas igrejas durante quase um século?
Mas o Sr. Embaixador, para o Sr. João Cabral, não pode ter dos Estados Unidos que a mesma opinião que ele tem: uma americanofilia que raia o servilismo e impede de constatar o que o Sr. Embaixador e todas as pessoas normais vêm no mapa: o imperialismo americano que desde a sua fundação espalhou o culto da violência, que tem no seu ADN, esmagou dezenas de povos no mundo, fabricam, vendem, compram, armazenam e usam a maioria das armas, envolvem-se na maioria dos conflitos, colocam a maioria das tropas na maioria dos países e travam as guerras mais mortíferas e destrutivas.
Os Estados Unidos e os ocidentais em geral afirmam combater o terrorismo, embora sempre tenham apoiado as facções mais reaccionárias.
Não, Sr. João Cabral não compare com a Coreia do Norte.
Andamos nisto quando afinal o “perigo amarelo” já invadiu o mundo ocidental há muito tempo, tomou conta das nossas vidas muito para além do razoável e sem volta atrás possível.
Permita Sr. Manuel Campos :Quem invadiu quem e quando? Nunca vi tanta animosidade contra o povo chinês, que desde que ele não morre mais de fome e impõe respeito ao mundo! Tente encontrar um artigo positivo sobre a China em uma das principais media do mundo... A histeria em massa reflete os preconceitos inerentes à média mais poderosa do mundo. É quase impossível combater esse fenomeno na media internacional oferecendo pontos de vista mais equilibrados para uma audiência global, já que a censura é desenfreada. Quase parece haver um pacto global para controlar a narrativa, uma guerra de propaganda alimentada pela tecnologia digital. Em geral, os artigos negativos se baseiam em três ideias fundamentais, que constituem as pautas tácitas dessas redações quando o assunto é falar da China. A primeira é a crença de que a China é uma ameaça para o mundo e que essa crença deve ser incansavelmente reforçada em todas as oportunidades. Em segundo lugar, a China deve estar ligada a todos os eventos mundiais possíveis que afetem o Ocidente. Isso dá ao Ocidente a oportunidade de criticar a China. A terceira parte desse fenômeno, que é surpreendentemente incontestado pelos leitores da grande mídia liberal, é a sensação de que tudo deve ser feito – até mesmo métodos ilegais e injustos – para impedir a ascensão da China. Não importa o direito de centenas de milhões de chineses de ter uma vida melhor após um século de pobreza e privação.
Esquecida a guerra do Opio... que decimou milhoes de chineses. Esquecidas as Concessoes ocidentais de Xangaï,insultantes. Esquecido quem incendiou Pequim. Esquecida a politica da canhoneira do Yang-Tsé-Kiang...etc
Vi na televisão francesa a nova linha de caminho de ferro entre Addis Abeba, na Etiópia, e o porto de Djibuti, no Mar Vermelho, desencravando assim a velha Abissínia do seu deserto envolvente, pensei que estes Chineses, ao investir 3 000 milhões numa linha férrea devem lá ter as suas ideias …
Curiosamente, enquanto que os americanos instalam bases militares no mundo inteiro (800) os Chineses implantam estruturas… Creio que é essa a diferença entre a politica dos oligarcas de Wall Street e a China.
«como a maioria dos portugueses pensam e são visceralmente anti-russos» Não deve estar a falar de mim com certeza, até porque já aqui critiquei posições anti-russas.. Atirou ao lado, penitencie-se. Quanto aos EUA, nenhum servilismo, apenas não tenho a posição do PCP. Devo ter algum problema, é isso.
«nem acredito que alguém em Portugal se sinta, seriamente, ameaçado pela Coreia do Norte» Se eclodir uma terceira guerra mundial, Portugal fica de fora noutra galáxia, querem ver? O número de bases na imagem está errado para Portugal, agora imagine-se o resto. Nem tudo o que está na "net" é verdadeiro.
Será que não fiz "publicar comentário" a um extenso texto dedicado aos dois senhores que aqui acima não perceberam nada de nada do que eu tinha escrito, da forma que o escrevi?
Mistério. Mais logo se verá. E se verá se vale a pena perder tempo com isso.
Pelos vistos não terei feito “publicar”, como tenho o texto em Word já lá vou. No entanto foi uma sorte, porque assim sai um “prefácio explicativo”.
Mas antes de o fazer permito-me um profundo agradecimento (e ainda por cima sincero) ao “Anónimo” que afinal não o é porque assina MB e ao Sr. Joaquim de Freitas, o decano dos comentadores deste blogue (et pour cause). Acontece que hoje de manhã esperava-me uma daquelas situações que não se deseja a ninguém, mas que não está em nosso poder evitar. Isto para dizer que, quando abri o “Duas ou três coisas” às 23 horas preparava-me para ler o que lá estivesse de novo e voltar aos meus pensamentos, na altura já muito negros e pouco produtivos, em todo o caso inevitáveis. Mas eis senão quando o supra-citado “Anónimo” que assina MB resolve fazer juízos de valor sobre a minha pessoa, algo estranho porque eu sou bastante transparente e me farto de escrever aqui, o que eu penso ou deixo de pensar está espalhado por “lençóis” de escrita diária no último ano, isto tudo enquanto que não me lembro de ler quase nada do citado senhor além dos chineses nas Berlengas e nas Selvagens. Por fim apeteceu-lhe citar e pôr entre aspas (para reforçar) uma frase que mistura várias ideias genéricas com Tolonen Tuutikki.
E depois veio o Sr. Joaquim de Freitas perguntar-me “Quem invadiu quem e quando?”, o que mais uma vez para mim é paradigmático de um estilo muito próprio de quem não quer conversar (aliàs nunca quis) com ninguém, só quer aproveitar qualquer pretexto para nos trazer as suas teorias, decerto eruditas e interessantes (não o nego) mas que são as dele e onde grandes variações de temas não abundam, no que tem todo o direito como qualquer um de nós.
Assim volto ao princípio. É que em vez de ficar aqui a rogar pragas o serão todo ao que me esperava hoje de jogos de cintura “diplomáticos”, pus-me aqui a escrever o que penso de gente que se ocupa dos outros sem sequer os tentar compreender através das correntes de ideias que esses outros aqui debitam há muito tempo. Neste caso estou a falar de mim mas isto é válido para toda a gente, ao fim de tanto tempo por aqui todos os dias, já sei quando a maior parte dos “habitués” está a ser irónico ou não, está a defender ideias que nunca defendeu e agora mudou, enlouqueceu de vez ou é maluquice pontual.
Mas isto de procurar alguma coerência nos outros implica darmos-lhe atenção. Ora isso não é para os que, como disse Sacha Guitry, pensam que os interlocutores “não se calam com as histórias deles quando a única coisa que eu quero é falar das minhas”. Passem bem os dois e, mais uma vez, muito obrigado. A seguir virá um texto que é para aí um terço do original, acabei a ter que burilar aquilo, a gente entusiasma-se e vai por aí fora.
Pelos vistos não terei feito “publicar”, como tenho o texto em Word já lá vou. No entanto foi uma sorte, porque assim sai um “prefácio explicativo”.
Mas antes de o fazer permito-me um profundo agradecimento (e ainda por cima sincero) ao “Anónimo” que afinal não o é porque assina MB e ao Sr. Joaquim de Freitas, o decano dos comentadores deste blog (et pour cause). Acontece que hoje de manhã esperava-me uma daquelas situações que não se deseja a ninguém, mas que não está em nosso poder evitar. Isto para dizer que, quando abri o “Duas ou três coisas” às 23 horas preparava-me para ler o que lá estivesse de novo e voltar aos meus pensamentos, na altura já muito negros e pouco produtivos, em todo o caso inevitáveis. Mas eis senão quando o supra-citado “Anónimo” que assina MB resolve fazer juízos de valor sobre a minha pessoa, algo estranho porque eu sou bastante transparente e me farto de escrever aqui, o que eu penso ou deixo de pensar está espalhado por “lençóis” de escrita no último ano, isto tudo enquanto que não me lembro de ler quase nada do citado senhor. Por fim apeteceu-lhe citar e pôr entre aspas (para reforçar) uma frase que mistura várias ideias genéricas com Tolonen Tuutikki. E depois veio o Sr. Joaquim de Freitas perguntar-me “Quem invadiu quem e quando?”, o que mais uma vez para mim é paradigmático de um estilo muito próprio de quem não quer conversar (aliàs nunca quis) com ninguém, só quer aproveitar qualquer pretexto para nos trazer as suas teorias, decerto eruditas (não o nego) mas que são as dele e onde grandes variações de temas não abundam, no que tem todo o direito como qualquer um de nós. Assim volto ao princípio. É que em vez de ficar aqui a rogar pragas o serão todo ao que me esperava hoje de jogos de cintura “diplomáticos”, pus-me aqui a escrever o que penso de gente que se ocupa dos outros sem sequer os tentar compreender através das correntes de ideias que esses outros aqui debitam há muito tempo. Neste caso estou a falar de mim mas isto é válido para toda a gente, ao fim de tanto tempo por aqui todos os dias, já sei quando a maior parte dos “habitués” está a ser irónico ou não, está a defender ideias que nunca defendeu e agora mudou, enlouqueceu de vez ou é maluquice pontual. Mas isto de procurar alguma coerência nos outros implica darmos-lhe atenção. Ora isso não é para os que, como disse Sacha Guitry, pensam que os interlocutores “não se calam com as histórias deles quando a única coisa que eu quero é falar das minhas”. Passem bem os dois e, mais uma vez, muito obrigado. A seguir virá um texto que é para aí um terço do original, acabei a ter que burilar aquilo, a gente entusiasma-se e vai por aí fora.
(Vamos a ver se é desta pois já percebi o meu erro, fiz "publicar" e fui-me embora, nâo reparei no aviso dos 4096 caracteres)
Pela reacção do "Anónimo" que assina MB se vê que não percebeu ponta de um chifre do que eu escrevi e vem com uma conversa que sou eu agora que não percebo, paciência, estou farto (no bom sentido) de expôr aqui o que penso sobre tudo na vida e depois ainda levo com estas de quem nunca nos contou muito do que pensa. Mas do Sr. Joaquim de Freitas, que leio aqui há anos e anos esperava mais e melhor, não precisava de apanhar a boleia do que eu escrevi - e pelos vistos também não percebeu - para vender as suas ideias, sempre o li a defendê-las contra tudo e todos e até há tempos o elogiei por aqui por isso mesmo, mas eu já devia saber há muitos anos que as pessoas que falam sempre e só dos mesmos assuntos e que se entusiasmam muito, só se lembram do que elas próprias escreveram e estão-se bem borrifando para se lembrarem do que os outros disseram (e isso mesmo quando deram atenção aos outros, o que não é certo).
Portanto vamos ao que interessa. "Permita Sr. Manuel Campos :Quem invadiu quem e quando?" Mas o Sr. Joaquim de Freitas não percebe que o raio do texto é uma metáfora (repito: uma metáfora) sobre a enorme dependência da indústria chinesa (e não só) em que toda a Europa (e também não só) está para uma quantidade maluca de bens, cada vez mais essenciais à nossa vida e cada vez mais baseados em matérias-primas que existem em portentosas quantidades na China? Eu começar a conversa por um irónico “Ah, o famoso “perigo amarelo”!” não provocou nenhum clic por aí de que ía saír ironia? Pelos vistos só leu essa frase e desatou logo a disparar, porque eu até dei alguns exemplos de como não podemos nem queremos mais viver sem isso.
E ainda bem, Sr. Joaquim de Freitas (e já agora o "Anónimo")! Ainda bem porque é o melhor de dois mundos para os dois mundos: a China e nós. Para a China porque tudo isto lhe tem permitido tirar da enorme pobreza em que sempre viveram centenas de milhões de pessoas e para nós que usufruímos de bens que de outra forma não estariam ao nosso alcance nunca nesta quantidade e qualidade. Que isto seja verdade, que deste “equilíbrio” resultem factos bons para o povo chinês e para nós só assim atingíveis, não impede que eu ache estranho que muitos dos que se insurgem - e muito bem - contra a exploração de mão-de-obra por lá já se sintam confortáveis no momento seguinte por ela ser boa para os explorados.
A China não é nenhuma ameaça para o mundo, tudo isto é ridículo e este post é a melhor “imagem” disso, aliàs essa "imagem" é a razão do post. Mas eu tenho momentos de grande ingenuidade e este caso foi um deles. Esta tarde dei-me ao cuidado de ír confrontar este mapa com outras fontes e a informação disponível varia muito pouco desta, de modo que resolvi que não se justificava vir cá dizê-lo, não faz o meu estilo vir cá só para confirmar que estou vivo e acordado.
Mas já estou arrependido, já devia ter percebido por algumas críticas mal amanhadas, que por vezes são feitas ao nosso anfitrião, que temos que explicar tudo muito bem explicadinho pois os tempos estão perigosos. Só quem lê com olhos de ler os outros e se dá ao cuidado de lhes conhecer minimamente as linhas mestras de pensamento aqui debitadas ao longo dos tempos, pode perceber se o que está escrito por A ou B é para levar à letra ou é um exercício de imaginação típico nele. E só essas pessoas, como acontece com algumas aqui, nos confrontam exactamente com o que dissemos, se alguém o tivesse feito sem àpartes infelizes estaríamos aqui a trocar impressões simpáticas uns com os outros e a confirmar que estamos todos de acordo. Até a frase final, que é uma indirecta muito directa aos que se dizem muito assustados com a China mas nunca optariam por um produto nacional que custasse o dobro é uma “piada”, mas vou passar a avisar no fim de cada frase se é para levar a sério ou a brincar, parece-me mais seguro ter uma espécie de “disclaimer” caso a caso, levo pancada na mesma mas tenho a desculpa que avisei.
Estamos a viver uma época em que “subtilezas” de linguagem devem ser de todo evitadas, senão somos "cancelados" ou por um lado ou pelo outro lado, quando não pelos dois. Por isso passei a escrever menos mas já vi que nem assim, estou quase a tirar umas férias sabáticas a ver se isto acalma. Tanto anteontem como ontem tive que tratar de vários assuntos em Lisboa, fiz tudo a pé, uns bons 10 kms em cada um dos dias, subi colinas, desci colinas, atravessei a Baixa de ponta a ponta várias vezes, almocei onde calhou e aconselho vivamente que larguem as pantufas, a poltrona e o PC e andem mais na rua, vejam o mundo a viver a vida, desviem-se das bicicletas e das trotinetas que aceleram em cima do passeio com uma ciclovia ao lado, aguentem os milhares de turistas que uma simples descida a pé ali da Praça do Marquês de Pombal à Praça do Comércio vos proporciona, são eles que nos mantêm à tona. Vivam a vida real e depois vão ver que a virtual se torna menos pesada, menos densa e, no fundo, até ela mais real.
Ao Senhor manuel campos: [Sou o "anónimo" que assina MB] . No meu primeiro comentário, desbragadamente irónico ("as Berlengas"...) eu reagia, apenas, ao impacto que em mim teve a publicação dos mapas: 800 a 1... . Mais tarde, vi o "desalentado" desabafo do Senhor João Cabral (ao qual o Senhor Embaixador também reagiu...) que me fez voltar à liça: assim, às 12.32, o meu "post" era uma reacção ao comentário deste Senhor João Cabral, tendo desgraçadamente trocado o nome e grafado o seu, Senhor Campos, pelo que me penitencio (vou ter mais cuidado...). MB
Este seu último comentário é pouco vulgar nas caixas de comentários. De facto por aqui somos todos anónimos (mais uns que outros, como em tudo na vida) e é bastante invulgar as pessoas terem o cuidado de vir rectificar posições, quanto mais fazê-lo quando são explicáveis erros, como foi o caso. Agradeço a atenção.
Senhor Manuel Campos : Desculpe se o magoei com a minha pergunta : » E depois veio o Sr. Joaquim de Freitas perguntar-me “Quem invadiu quem e quando?”. Não era esse o objectivo. Eu gosto muito de o ler.
Quando escrevi aquela frase, tinha no espírito um certo olhar, numa tarde solarenga de Maio 1968, em Xangai, nos jardins da Concessão francesa, “concessão” arrancada de força, o que lhe retira o significado real da palavra.
O olhar era o dum homem chinês, de cabelos brancos, septuagenário, talvez, que não retirava os seus olhos dos meus, me fixando severamente, mas sem dizer uma palavra.
Estávamos em frente duma tabuleta em madeira, enterrada na relva do jardim, em frente do edifício da Concessão francesa, na qual estava hasteada a bandeira francesa, “bleue, blanc, rouge” a bandeira da Comuna de Paris, que Gavroche empunhou até à morte na barricada.
O meu “interlocutor” , sem um palavra, ia dos meus olhos à tabuleta , e recomeçava. Era um diálogo de surdos? Oh que não!
A tabuleta hoje está num museu. Para não ser esquecida. Ela dizia “ Proibido aos chineses e aos cães. Se os chineses fossem um povo vindicativo…não teríamos ficado em Macau 500 anos.
O Sr. Joaquim de Freitas não me magoou, obrigado pelo seu cuidado. Mas ao interpelar-me do modo como o fez - que não teve nada de agressivo ou incorrecto - meteu-me ao "barulho" numa "guerra" que não é decerto a minha, daí a minha reacção. Terá ficado assim a sensação de que o que eu teria escrito era, de certo modo, crítico em relação à China, quando o que eu ali tinha posto era precisamente o oposto, uma critica ao chamado "ocidente" que se tornou muito (e mesmo demasiado) dependente das industrias e tecnologias chinesas e não percebe que, assim sendo, é pouco inteligente criar qualquer tipo de atritos inúteis com a China. Ora todos sabemos que desde sempre os eleitores dos EUA olham o mundo de uma maneira e que os eleitores europeus o olham de outra maneira, é portanto natural que os governos de uns e outros, sejam mais à direita ou mais à esquerda, queiram fazer tudo para captar eleitorado mesmo que, aqui ou ali, tenham que mandar alguns princípios às urtigas, faz parte da sobrevivência. É evidente para mim que para os EUA o problema seja a China, o combate económico (onde já vai o ideológico!) pelo 1º lugar no pódio é há muito entre eles que se joga, à crise interna americana juntam-se agora "ameaças" de destronização do dólar como moeda de referência um pouco por toda a parte, uma "ameaça" complexa que vejo pouco analisada para os riscos que pode trazer (e a que as preocupações com a rivalidade económica em que vivem não é alheia). E é aí que a Europa se devia libertar dessas amarras transatlânticas no que pudesse e seguir políticas mais consentâneas com os seus reais problemas, que passam por manter os laços económicos (e portanto os diplomáticos) com a China, mas procurando que as deslocalizações que fez nos últimos anos não se tornassem definitivas em pontos estratégicos no médio-longo prazo, o que não me parece que seja o que acontece, vejo muitos ovos no mesmo cesto, o cesto pode cair, os ovos partirem-se. Entalados entre a dependência militar dos EUA e a dependência consumista dos seus povos, os governos europeus tentam aguentar-se procurando manter o melhor de dois mundos e desconfio que vão acabar por não ter nenhum deles, os sinais precursores estão todos aí. É esse o meu ponto e é por isso que pus "preocupante" entre aspas (devia ainda ter posto mais aspas...) quando falei do “perigo amarelo” de que ouço falar há mais de 60 anos como estando aí um dia destes e agora de novo na moda, quando só é "preocupante" porque nos distrai de assuntos mais sérios, o costume.
Agradeço a sua resposta, por aqui continuamos a conversar sempre que fôr o caso.
27 comentários:
Uma imagem vale por mil palavras.
Neste caso com duas imagens,
não sendo difícil sobrepor ambas e com imagem semelhante.
Absolutamente.
No doubt! Do mundo ocidental! Com menos de 20% da população mundial e a quem Deus concedeu o mundo en definitivo algures na última mudança do século. E por causa das tosses colocou logo um Xerife em Washington! Que agora também decidiu pôr a Europa a pão e àgua!
E como nunca há duas sem três, depois do SVB, no domingo assistimos à terceira maior falência de um banco na história dos EUA! O que só prova como os EUA aprenderam com o último crash e como evoluiu a regulação bancária do outro lado do Atlântico! Podemos estar todos muito mais descansados porque desta vez nada nos atinge na Europa! E se só por acaso Biden entretanto também vier culpar a Russia ou a guerra na Ucrania por causa da queda dos titulos da divida dos EUA já sabemos o que nos espera a todos outra vez! Porque Biden não vai perder esta oportunidade para varrer alguma parte da sua excelente gestão da dívida e sobretudo dos 33 triliões! Porque quanto ao calote geral tudo aponta só mais lá para a frente! Aliás, já ouvimos outra vez a secretária do tesouro dizer que nem pensar em resgates?! E na Europa também se ouviram logo promessas de salvar a parte financeira do SVB. Bastou um aperto de mão entre sauditas e iranianos para queimar a confiança toda dos mercados desregulados! Sabe-se lá porquê. Às vezes ponho-me a pensar e nem sei como é que ainda há gente neste mundo que não confia na divida dos US! Até eu tenho uma impressora HP em casa.
Realmente o que faz uma base militar chinesa fora da China no Djibouti?! O QG da Legião Estrangeira Francesa no exterior há quantas décadas? E os US também não têm nenhuma das quase mil bases que mantêm à volta do globo na área! Nem o UK! Aliás, ainda estou para ver se a Russia consegue desviar 12% do comércio global e 30% do trafego mundial de contentores para o Artico! É o fim do mundo porque Deus nunca ungiu a Russia!
Só como curiosidade, como um puto indiano totalmente americanizado e com a pedra no sapato mais que normal da grande inimiga China, olha para a politica externa dos EUA depois da WWII! Com algumas confusões próprias da idade como confundir FDR com Nixon mas nada de mais!
How America's Strategy built the GREATEST ARMY mankind has ever seen? : Geopolitical case study
https://www.youtube.com/watch?v=asntNnmjyDI
E como uma curiosidade ainda maior, como um ex-analista senior da CIA brincou há dias com a forma como Kissinger queria pôr Portugal de volta aos trilhos depois do 25 de Abril, calculo. Apesar de 15’ muito interessantes sobre a sabotagem dos Nord Stream, a curiosidade portuguesa por mais que seja do conhecimento geral em Portugal e em especial do Sr. Embaixador, a partir dos 10 minutos:
https://www.youtube.com/watch?v=uhZCoX84-EY
Ah, o famoso “perigo amarelo”!
Andamos nisto quando afinal o “perigo amarelo” já invadiu o mundo ocidental há muito tempo, tomou conta das nossas vidas muito para além do razoável e sem volta atrás possível.
E tomou conta das nossas vidas aqui, no mundo ocidental, não só com a nossa anuência entusiástica como também com o nosso dinheiro sempre disponível para isso, é tão bom ter a casa cheia de equipamentos de todo o tipo “made in China”, os bolsos cheios de gadgets “made in China”, os carros cheios de extras mais ou menos inúteis “made in China”, se não fossem “made in China” nem um terço destas coisas conseguiríamos pelo mesmo dinheiro com a mesma qualidade.
O que nos vale é que a China já não está (politica externa) nem pode estar (politica interna) numa de “vamos pô-los de castigo” durante uns 6 mesitos e isto acabava em sublevação geral no mundo ocidental (por isso os EUA já estão a fazer a agulha há uns bons tempos, a Europa continua profundamente adormecida a contar com o ovo no dito da dita).
Portanto digam-me lá quem anda a pagar o tão “preocupante” rearmamento da China?
Eu digo como se chega lá: basta olharmos todos para o espelho.
Não contestando a desproporção óbvia, porque dizem que os EUA têm 21 bases em Portugal? Nos Açores não é só uma na ilha Terceira?
Vindo de si, senhor embaixador? Não esperava.
A marinha portuguesa que se apronte que, ao que consta, e ainda não foi desmentido, os chinocas preparam-se para se instalar nas Berlengas e nas Selvagens. Agora é que vamos ver se o Almirante Gouveia e Melo é tão valente como parece e nos salva desta, como nos salvou do Covid...
MB
Muito bem observado, Senhor Embaixador! Obrigado por nos ajudar a compreender melhor este mundo.
E ainda queriam eles (muito provavelmente) uma nova base na Crimeia, em Sebastopol, claro, depois de correrem dali para fora com a frota russa do Mar Negro.
João Cabral. Há alguma inexatidão naquilo que escrevi?
Senhor embaixador, por essa ordem de ideias, a Coreia do Norte também não representa nenhuma ameaça... Mas também lhe pergunto, sente-se ameaçado pelos EUA?
Senhor embaixador
Pela reacção do Senhor Campos, parece que era melhor esconder a realidade - que provavelmente ele conhecia...
Apetece-me citar: "ama-se um monstro se ele for o nosso monstro"
MB
João Cabral, a Coreia do Norte é uma ameaça... para quem se sente ameaçado pela Coreia do Norte. Eu não me sinto ameaçado pela Coreia do Norte, nem acredito que alguém em Portugal se sinta, seriamente, ameaçado pela Coreia do Norte. A mesma lógica com os estados Unidos, notando-se, que neste caso, atendendo ao número de bases, muitos mais países se sentirão ameaçados pelas suas bases.
João Cabral disse...
"Vindo de si, senhor embaixador? Não esperava."
Em poucas palavras o Sr. João Cabral disse tudo sobre a maneira como a maioria dos portugueses pensam e são visceralmente anti-russos. Mais que os polacos, logo após os ucranianos, que estes podem ter razoes válidas para a sua russofobia.
Mensagem de Fátima em 1917 ? Cultura politica regada pacientemente nas igrejas durante quase um século?
Mas o Sr. Embaixador, para o Sr. João Cabral, não pode ter dos Estados Unidos que a mesma opinião que ele tem: uma americanofilia que raia o servilismo e impede de constatar o que o Sr. Embaixador e todas as pessoas normais vêm no mapa: o imperialismo americano que desde a sua fundação espalhou o culto da violência, que tem no seu ADN, esmagou dezenas de povos no mundo, fabricam, vendem, compram, armazenam e usam a maioria das armas, envolvem-se na maioria dos conflitos, colocam a maioria das tropas na maioria dos países e travam as guerras mais mortíferas e destrutivas.
Os Estados Unidos e os ocidentais em geral afirmam combater o terrorismo, embora sempre tenham apoiado as facções mais reaccionárias.
Não, Sr. João Cabral não compare com a Coreia do Norte.
manuel campos disse...
"Ah, o famoso “perigo amarelo”!
Andamos nisto quando afinal o “perigo amarelo” já invadiu o mundo ocidental há muito tempo, tomou conta das nossas vidas muito para além do razoável e sem volta atrás possível.
Permita Sr. Manuel Campos :Quem invadiu quem e quando? Nunca vi tanta animosidade contra o povo chinês, que desde que ele não morre mais de fome e impõe respeito ao mundo! Tente encontrar um artigo positivo sobre a China em uma das principais media do mundo...
A histeria em massa reflete os preconceitos inerentes à média mais poderosa do mundo.
É quase impossível combater esse fenomeno na media internacional oferecendo pontos de vista mais equilibrados para uma audiência global, já que a censura é desenfreada. Quase parece haver um pacto global para controlar a narrativa, uma guerra de propaganda alimentada pela tecnologia digital. Em geral, os artigos negativos se baseiam em três ideias fundamentais, que constituem as pautas tácitas dessas redações quando o assunto é falar da China.
A primeira é a crença de que a China é uma ameaça para o mundo e que essa crença deve ser incansavelmente reforçada em todas as oportunidades.
Em segundo lugar, a China deve estar ligada a todos os eventos mundiais possíveis que afetem o Ocidente. Isso dá ao Ocidente a oportunidade de criticar a China.
A terceira parte desse fenômeno, que é surpreendentemente incontestado pelos leitores da grande mídia liberal, é a sensação de que tudo deve ser feito – até mesmo métodos ilegais e injustos – para impedir a ascensão da China. Não importa o direito de centenas de milhões de chineses de ter uma vida melhor após um século de pobreza e privação.
Esquecida a guerra do Opio... que decimou milhoes de chineses. Esquecidas as Concessoes ocidentais de Xangaï,insultantes. Esquecido quem incendiou Pequim. Esquecida a politica da canhoneira do Yang-Tsé-Kiang...etc
Vi na televisão francesa a nova linha de caminho de ferro entre Addis Abeba, na Etiópia, e o porto de Djibuti, no Mar Vermelho, desencravando assim a velha Abissínia do seu deserto envolvente, pensei que estes Chineses, ao investir 3 000 milhões numa linha férrea devem lá ter as suas ideias …
Curiosamente, enquanto que os americanos instalam bases militares no mundo inteiro (800) os Chineses implantam estruturas… Creio que é essa a diferença entre a politica dos oligarcas de Wall Street e a China.
«como a maioria dos portugueses pensam e são visceralmente anti-russos»
Não deve estar a falar de mim com certeza, até porque já aqui critiquei posições anti-russas.. Atirou ao lado, penitencie-se.
Quanto aos EUA, nenhum servilismo, apenas não tenho a posição do PCP. Devo ter algum problema, é isso.
«nem acredito que alguém em Portugal se sinta, seriamente, ameaçado pela Coreia do Norte»
Se eclodir uma terceira guerra mundial, Portugal fica de fora noutra galáxia, querem ver? O número de bases na imagem está errado para Portugal, agora imagine-se o resto. Nem tudo o que está na "net" é verdadeiro.
Devo dar-lhe os parabéns, senhor embaixador; desta vez usou o bisturi!
Será que não fiz "publicar comentário" a um extenso texto dedicado aos dois senhores que aqui acima não perceberam nada de nada do que eu tinha escrito, da forma que o escrevi?
Mistério.
Mais logo se verá.
E se verá se vale a pena perder tempo com isso.
"uma terceira guerra mundial, Portugal fica de fora noutra galáxia, querem ver? "
Uma terceira guerra mundial pode eclodir a partir de qualquer uma das bases do mapa. E de um lado, existem muitos mais. O ponto é precisamente esse.
Pelos vistos não terei feito “publicar”, como tenho o texto em Word já lá vou.
No entanto foi uma sorte, porque assim sai um “prefácio explicativo”.
Mas antes de o fazer permito-me um profundo agradecimento (e ainda por cima sincero) ao “Anónimo” que afinal não o é porque assina MB e ao Sr. Joaquim de Freitas, o decano dos comentadores deste blogue (et pour cause).
Acontece que hoje de manhã esperava-me uma daquelas situações que não se deseja a ninguém, mas que não está em nosso poder evitar.
Isto para dizer que, quando abri o “Duas ou três coisas” às 23 horas preparava-me para ler o que lá estivesse de novo e voltar aos meus pensamentos, na altura já muito negros e pouco produtivos, em todo o caso inevitáveis.
Mas eis senão quando o supra-citado “Anónimo” que assina MB resolve fazer juízos de valor sobre a minha pessoa, algo estranho porque eu sou bastante transparente e me farto de escrever aqui, o que eu penso ou deixo de pensar está espalhado por “lençóis” de escrita diária no último ano, isto tudo enquanto que não me lembro de ler quase nada do citado senhor além dos chineses nas Berlengas e nas Selvagens.
Por fim apeteceu-lhe citar e pôr entre aspas (para reforçar) uma frase que mistura várias ideias genéricas com Tolonen Tuutikki.
E depois veio o Sr. Joaquim de Freitas perguntar-me “Quem invadiu quem e quando?”, o que mais uma vez para mim é paradigmático de um estilo muito próprio de quem não quer conversar (aliàs nunca quis) com ninguém, só quer aproveitar qualquer pretexto para nos trazer as suas teorias, decerto eruditas e interessantes (não o nego) mas que são as dele e onde grandes variações de temas não abundam, no que tem todo o direito como qualquer um de nós.
Assim volto ao princípio.
É que em vez de ficar aqui a rogar pragas o serão todo ao que me esperava hoje de jogos de cintura “diplomáticos”, pus-me aqui a escrever o que penso de gente que se ocupa dos outros sem sequer os tentar compreender através das correntes de ideias que esses outros aqui debitam há muito tempo.
Neste caso estou a falar de mim mas isto é válido para toda a gente, ao fim de tanto tempo por aqui todos os dias, já sei quando a maior parte dos “habitués” está a ser irónico ou não, está a defender ideias que nunca defendeu e agora mudou, enlouqueceu de vez ou é maluquice pontual.
Mas isto de procurar alguma coerência nos outros implica darmos-lhe atenção.
Ora isso não é para os que, como disse Sacha Guitry, pensam que os interlocutores “não se calam com as histórias deles quando a única coisa que eu quero é falar das minhas”.
Passem bem os dois e, mais uma vez, muito obrigado.
A seguir virá um texto que é para aí um terço do original, acabei a ter que burilar aquilo, a gente entusiasma-se e vai por aí fora.
Pelos vistos não terei feito “publicar”, como tenho o texto em Word já lá vou.
No entanto foi uma sorte, porque assim sai um “prefácio explicativo”.
Mas antes de o fazer permito-me um profundo agradecimento (e ainda por cima sincero) ao “Anónimo” que afinal não o é porque assina MB e ao Sr. Joaquim de Freitas, o decano dos comentadores deste blog (et pour cause).
Acontece que hoje de manhã esperava-me uma daquelas situações que não se deseja a ninguém, mas que não está em nosso poder evitar.
Isto para dizer que, quando abri o “Duas ou três coisas” às 23 horas preparava-me para ler o que lá estivesse de novo e voltar aos meus pensamentos, na altura já muito negros e pouco produtivos, em todo o caso inevitáveis.
Mas eis senão quando o supra-citado “Anónimo” que assina MB resolve fazer juízos de valor sobre a minha pessoa, algo estranho porque eu sou bastante transparente e me farto de escrever aqui, o que eu penso ou deixo de pensar está espalhado por “lençóis” de escrita no último ano, isto tudo enquanto que não me lembro de ler quase nada do citado senhor.
Por fim apeteceu-lhe citar e pôr entre aspas (para reforçar) uma frase que mistura várias ideias genéricas com Tolonen Tuutikki.
E depois veio o Sr. Joaquim de Freitas perguntar-me “Quem invadiu quem e quando?”, o que mais uma vez para mim é paradigmático de um estilo muito próprio de quem não quer conversar (aliàs nunca quis) com ninguém, só quer aproveitar qualquer pretexto para nos trazer as suas teorias, decerto eruditas (não o nego) mas que são as dele e onde grandes variações de temas não abundam, no que tem todo o direito como qualquer um de nós.
Assim volto ao princípio.
É que em vez de ficar aqui a rogar pragas o serão todo ao que me esperava hoje de jogos de cintura “diplomáticos”, pus-me aqui a escrever o que penso de gente que se ocupa dos outros sem sequer os tentar compreender através das correntes de ideias que esses outros aqui debitam há muito tempo.
Neste caso estou a falar de mim mas isto é válido para toda a gente, ao fim de tanto tempo por aqui todos os dias, já sei quando a maior parte dos “habitués” está a ser irónico ou não, está a defender ideias que nunca defendeu e agora mudou, enlouqueceu de vez ou é maluquice pontual.
Mas isto de procurar alguma coerência nos outros implica darmos-lhe atenção.
Ora isso não é para os que, como disse Sacha Guitry, pensam que os interlocutores “não se calam com as histórias deles quando a única coisa que eu quero é falar das minhas”.
Passem bem os dois e, mais uma vez, muito obrigado.
A seguir virá um texto que é para aí um terço do original, acabei a ter que burilar aquilo, a gente entusiasma-se e vai por aí fora.
(Vamos a ver se é desta pois já percebi o meu erro, fiz "publicar" e fui-me embora, nâo reparei no aviso dos 4096 caracteres)
Pela reacção do "Anónimo" que assina MB se vê que não percebeu ponta de um chifre do que eu escrevi e vem com uma conversa que sou eu agora que não percebo, paciência, estou farto (no bom sentido) de expôr aqui o que penso sobre tudo na vida e depois ainda levo com estas de quem nunca nos contou muito do que pensa.
Mas do Sr. Joaquim de Freitas, que leio aqui há anos e anos esperava mais e melhor, não precisava de apanhar a boleia do que eu escrevi - e pelos vistos também não percebeu - para vender as suas ideias, sempre o li a defendê-las contra tudo e todos e até há tempos o elogiei por aqui por isso mesmo, mas eu já devia saber há muitos anos que as pessoas que falam sempre e só dos mesmos assuntos e que se entusiasmam muito, só se lembram do que elas próprias escreveram e estão-se bem borrifando para se lembrarem do que os outros disseram (e isso mesmo quando deram atenção aos outros, o que não é certo).
Portanto vamos ao que interessa.
"Permita Sr. Manuel Campos :Quem invadiu quem e quando?"
Mas o Sr. Joaquim de Freitas não percebe que o raio do texto é uma metáfora (repito: uma metáfora) sobre a enorme dependência da indústria chinesa (e não só) em que toda a Europa (e também não só) está para uma quantidade maluca de bens, cada vez mais essenciais à nossa vida e cada vez mais baseados em matérias-primas que existem em portentosas quantidades na China?
Eu começar a conversa por um irónico “Ah, o famoso “perigo amarelo”!” não provocou nenhum clic por aí de que ía saír ironia?
Pelos vistos só leu essa frase e desatou logo a disparar, porque eu até dei alguns exemplos de como não podemos nem queremos mais viver sem isso.
E ainda bem, Sr. Joaquim de Freitas (e já agora o "Anónimo")!
Ainda bem porque é o melhor de dois mundos para os dois mundos: a China e nós.
Para a China porque tudo isto lhe tem permitido tirar da enorme pobreza em que sempre viveram centenas de milhões de pessoas e para nós que usufruímos de bens que de outra forma não estariam ao nosso alcance nunca nesta quantidade e qualidade.
Que isto seja verdade, que deste “equilíbrio” resultem factos bons para o povo chinês e para nós só assim atingíveis, não impede que eu ache estranho que muitos dos que se insurgem - e muito bem - contra a exploração de mão-de-obra por lá já se sintam confortáveis no momento seguinte por ela ser boa para os explorados.
A China não é nenhuma ameaça para o mundo, tudo isto é ridículo e este post é a melhor “imagem” disso, aliàs essa "imagem" é a razão do post.
Mas eu tenho momentos de grande ingenuidade e este caso foi um deles.
Esta tarde dei-me ao cuidado de ír confrontar este mapa com outras fontes e a informação disponível varia muito pouco desta, de modo que resolvi que não se justificava vir cá dizê-lo, não faz o meu estilo vir cá só para confirmar que estou vivo e acordado.
(continua, é aguentar!)
(se aguentaram, continua)
Mas já estou arrependido, já devia ter percebido por algumas críticas mal amanhadas, que por vezes são feitas ao nosso anfitrião, que temos que explicar tudo muito bem explicadinho pois os tempos estão perigosos.
Só quem lê com olhos de ler os outros e se dá ao cuidado de lhes conhecer minimamente as linhas mestras de pensamento aqui debitadas ao longo dos tempos, pode perceber se o que está escrito por A ou B é para levar à letra ou é um exercício de imaginação típico nele.
E só essas pessoas, como acontece com algumas aqui, nos confrontam exactamente com o que dissemos, se alguém o tivesse feito sem àpartes infelizes estaríamos aqui a trocar impressões simpáticas uns com os outros e a confirmar que estamos todos de acordo.
Até a frase final, que é uma indirecta muito directa aos que se dizem muito assustados com a China mas nunca optariam por um produto nacional que custasse o dobro é uma “piada”, mas vou passar a avisar no fim de cada frase se é para levar a sério ou a brincar, parece-me mais seguro ter uma espécie de “disclaimer” caso a caso, levo pancada na mesma mas tenho a desculpa que avisei.
Estamos a viver uma época em que “subtilezas” de linguagem devem ser de todo evitadas, senão somos "cancelados" ou por um lado ou pelo outro lado, quando não pelos dois.
Por isso passei a escrever menos mas já vi que nem assim, estou quase a tirar umas férias sabáticas a ver se isto acalma.
Tanto anteontem como ontem tive que tratar de vários assuntos em Lisboa, fiz tudo a pé, uns bons 10 kms em cada um dos dias, subi colinas, desci colinas, atravessei a Baixa de ponta a ponta várias vezes, almocei onde calhou e aconselho vivamente que larguem as pantufas, a poltrona e o PC e andem mais na rua, vejam o mundo a viver a vida, desviem-se das bicicletas e das trotinetas que aceleram em cima do passeio com uma ciclovia ao lado, aguentem os milhares de turistas que uma simples descida a pé ali da Praça do Marquês de Pombal à Praça do Comércio vos proporciona, são eles que nos mantêm à tona.
Vivam a vida real e depois vão ver que a virtual se torna menos pesada, menos densa e, no fundo, até ela mais real.
Épá, desta vez exagerei no gatilho!
As minhas desculpas a todos.
Imagino que se um já era dose então dois nem falar...
Ao Senhor manuel campos:
[Sou o "anónimo" que assina MB]
. No meu primeiro comentário, desbragadamente irónico ("as Berlengas"...) eu reagia, apenas, ao impacto que em mim teve a publicação dos mapas: 800 a 1...
. Mais tarde, vi o "desalentado" desabafo do Senhor João Cabral (ao qual o Senhor Embaixador também reagiu...) que me fez voltar à liça: assim, às 12.32, o meu "post" era uma reacção ao comentário deste Senhor João Cabral, tendo desgraçadamente trocado o nome e grafado o seu, Senhor Campos, pelo que me penitencio (vou ter mais cuidado...).
MB
Ao Senhor MB
Este seu último comentário é pouco vulgar nas caixas de comentários.
De facto por aqui somos todos anónimos (mais uns que outros, como em tudo na vida) e é bastante invulgar as pessoas terem o cuidado de vir rectificar posições, quanto mais fazê-lo quando são explicáveis erros, como foi o caso.
Agradeço a atenção.
Senhor Manuel Campos : Desculpe se o magoei com a minha pergunta : » E depois veio o Sr. Joaquim de Freitas perguntar-me “Quem invadiu quem e quando?”. Não era esse o objectivo. Eu gosto muito de o ler.
Quando escrevi aquela frase, tinha no espírito um certo olhar, numa tarde solarenga de Maio 1968, em Xangai, nos jardins da Concessão francesa, “concessão” arrancada de força, o que lhe retira o significado real da palavra.
O olhar era o dum homem chinês, de cabelos brancos, septuagenário, talvez, que não retirava os seus olhos dos meus, me fixando severamente, mas sem dizer uma palavra.
Estávamos em frente duma tabuleta em madeira, enterrada na relva do jardim, em frente do edifício da Concessão francesa, na qual estava hasteada a bandeira francesa, “bleue, blanc, rouge” a bandeira da Comuna de Paris, que Gavroche empunhou até à morte na barricada.
O meu “interlocutor” , sem um palavra, ia dos meus olhos à tabuleta , e recomeçava. Era um diálogo de surdos? Oh que não!
A tabuleta hoje está num museu. Para não ser esquecida. Ela dizia “ Proibido aos chineses e aos cães. Se os chineses fossem um povo vindicativo…não teríamos ficado em Macau 500 anos.
O Sr. Joaquim de Freitas não me magoou, obrigado pelo seu cuidado.
Mas ao interpelar-me do modo como o fez - que não teve nada de agressivo ou incorrecto - meteu-me ao "barulho" numa "guerra" que não é decerto a minha, daí a minha reacção.
Terá ficado assim a sensação de que o que eu teria escrito era, de certo modo, crítico em relação à China, quando o que eu ali tinha posto era precisamente o oposto, uma critica ao chamado "ocidente" que se tornou muito (e mesmo demasiado) dependente das industrias e tecnologias chinesas e não percebe que, assim sendo, é pouco inteligente criar qualquer tipo de atritos inúteis com a China.
Ora todos sabemos que desde sempre os eleitores dos EUA olham o mundo de uma maneira e que os eleitores europeus o olham de outra maneira, é portanto natural que os governos de uns e outros, sejam mais à direita ou mais à esquerda, queiram fazer tudo para captar eleitorado mesmo que, aqui ou ali, tenham que mandar alguns princípios às urtigas, faz parte da sobrevivência.
É evidente para mim que para os EUA o problema seja a China, o combate económico (onde já vai o ideológico!) pelo 1º lugar no pódio é há muito entre eles que se joga, à crise interna americana juntam-se agora "ameaças" de destronização do dólar como moeda de referência um pouco por toda a parte, uma "ameaça" complexa que vejo pouco analisada para os riscos que pode trazer (e a que as preocupações com a rivalidade económica em que vivem não é alheia).
E é aí que a Europa se devia libertar dessas amarras transatlânticas no que pudesse e seguir políticas mais consentâneas com os seus reais problemas, que passam por manter os laços económicos (e portanto os diplomáticos) com a China, mas procurando que as deslocalizações que fez nos últimos anos não se tornassem definitivas em pontos estratégicos no médio-longo prazo, o que não me parece que seja o que acontece, vejo muitos ovos no mesmo cesto, o cesto pode cair, os ovos partirem-se.
Entalados entre a dependência militar dos EUA e a dependência consumista dos seus povos, os governos europeus tentam aguentar-se procurando manter o melhor de dois mundos e desconfio que vão acabar por não ter nenhum deles, os sinais precursores estão todos aí.
É esse o meu ponto e é por isso que pus "preocupante" entre aspas (devia ainda ter posto mais aspas...) quando falei do “perigo amarelo” de que ouço falar há mais de 60 anos como estando aí um dia destes e agora de novo na moda, quando só é "preocupante" porque nos distrai de assuntos mais sérios, o costume.
Agradeço a sua resposta, por aqui continuamos a conversar sempre que fôr o caso.
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