O país ideal seria aquele em que, num dia como o de hoje, em que foram apresentados excelentes resultados macro-económicos, os políticos da oposição viriam a terreiro, com galhardo civismo democrático, reconhecer - sem usarem qualquer "mas", "porém" ou "no entanto" - aquilo que foi conseguido e que muito se repercute sobre a credibilidade externa do país.
O país ideal não existe, como sabemos. Nem agora nem nunca. É que todos temos a absoluta certeza de que quem está hoje no poder, se acaso estivesse na oposição, comportar-se-ia de forma simetricamente idêntica. Custa-me ter de assumir isto, mas todos sabemos que assim seria.
4 comentários:
Para esses, o que interessa não é o país, senhor embaixador.
O país ideal seria de facto esse, como já o tenho escrito por aqui quando me insurjo contra os facciosismos mais ou menos primitivos a que vou assistindo e que vou lendo.
Mas como isso do ideal é "poesia", apesar de tudo já me contentava com alguma equidistância em relação a "guerrilhas" por parte dos "intelectuais".
Mas já vi que não me safo.
É a reedição do "A vida das pessoas não está melhor mas a do País está muito melhor", de há poucos anos, de um outro certo partido. É uma missão patriótica ficarmos satisfeito com os superavites macroeconómicos. É até ponto de honra nem chegarmos perto do limite dos 3% do défice... Com as devidas e óbvias adaptações, lembrei-me agora as críticas do Cunha Leal, nos anos 30 do seculo passado, ao milagre financeiro do Salazar.
Bem haja pela sua sinceridade!
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