O Grémio Literário, em Lisboa, é uma instituição de grandes tradições na vida intelectual e social do país. Nunca tive a tentação de dele ser sócio, mas tenho sempre um grande prazer em passar por lá, como aconteceu na terça-feira, correspondendo a um simpático convite da administração da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, através do Dr. Mário Mesquita.
O pretexto, que me fez dar uma "saltada" de menos de 24 horas a Lisboa, era discutir o modo como o mundo se terá transformado, depois do atentado de 11 de setembro de 2011, acontecimento sobre o qual passa, este ano, um década.
O embaixador americano em Lisboa, Alan Katz, e eu próprio lançámos o debate com duas exposições. Ser americano ou ser europeu, na análise de um acontecimento como este, não é indiferente, como o tom de ambas as exposições o provou.
O embaixador americano em Lisboa, Alan Katz, e eu próprio lançámos o debate com duas exposições. Ser americano ou ser europeu, na análise de um acontecimento como este, não é indiferente, como o tom de ambas as exposições o provou.
Confesso que me impressionou que uma das perguntas colocadas pela audiência, maioritariamente composta por estudantes universitários de Coimbra e Lisboa, fosse sobre a "possibilidade" do 11 de setembro não ter passado de uma mera montagem, com os atentados a serem planeados dentro dos Estados Unidos, para justificar muito do que se lhes sucedeu. É chocante verificar como teorias absurdas conseguem criar um mínimo aceitação e sobrevivem no tempo. Quem nelas acredita, e perde tempo a propagá-las, deve preparar-se, nas próximas férias, para ir visitar Elvis Presley na ilha onde alguns dos seus fãs pensam que ainda vive... Mas, nestas coisas ridículas, também temos a nossa quota-parte: quer eu quer o Dr. Macedo e Cunha, presidente da direção do Grémio, lembrámos, em conversa, os nossos cultores das teorias conspirativas, que, em tempos, registei aqui.
Para os mais curiosos, deixo a minha intervenção sobre o 11 de setembro aqui.
8 comentários:
Esses jovens são, certamente, os filhos daqueles que acreditam que a ida à lua foi uma montagem dos americanos.
Em Portugal, os boatos têm sempre saída!
Isabel BP
Tem tantos boatos que ate parece primeiro de abrl de nossos brasileiros.
com carinho Monica
Também porque parece incrível que o País que tem sido apresentado como o mais poderoso do mundo seja assim tão vulnerável...
"Estudantes", e ainda por cima "universitários" (bem, que digo eu, hoje em dia, e aqui - helás! - isso significa alguma coisa de realmente substancial?!), tiveram a CORAGEM de proferir tamanha barbaridade frente ao embaixador americano no nosso país?!
Sublime...
De facto, não há nada que nos valha.
Nem boas maneiras.
Pergunto-me,com frequência,porque é que a própria literatura dá tanta guarida às teorias conspirativas.
"A maior astúcia do Diabo é convencer as pessoas de que não existe".
Fazer passar por tolos, ingénuos, lunáticos, subversivos toda a gente que põe em dúvida o lixo que nos querem impingir é a melhor receita para continuarmos a engolir sem pestanejar as maiores fraudes.
Dois embaixadores no "Grémio Literário" a dar pérolas a...
Quero crer que se trata de uma pequena minoria. Mesmo assim, não deixa de ser aflitivo.
Senhor Embaixador
Curiosamente estou consigo. Gosto de ir ao Grémio, mas nunca cedi aos convites para ser sócia.
O post revela bem o que as "nossas" Margarida e Helena O. tão delicadamente expressam nos seus comentários!
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