Todos os anos, por este período, Portugal homenageia os mortos que deixou por terras da Flandres, na campanha do Corpo Expedicionário Português, em 1918.
É uma cerimónia de grande dignidade, em que as autoridades francesas e portuguesas, civil e militares, prestam tributo ao sacrifício de quantos perderam a vida na batalha de La Lys, muitos dos quais jazem no cemitério militar português de Richebourg.
No passado sábado, lá estive nessa evocação sempre muito tocante, tendo-me cabido, como é hábito, tomar a palavra diante do monumento aos soldados portugueses, no centro da localidade de La Couture.
Deixo registo do que disse na cerimónia (em francês e em tradução portuguesa).
6 comentários:
muitos apodreceram em vida
gaseados amputados estropiados por rebentamentos e estilhaços que lhes saiam aos pouquinhos ou eram levados com o cadáver
os cegos e os surdos da guerra
e os loucos
esses que em vida deviam ser homenageados
por terem sido usados como carne de canhão diplomática em negociações de paz futuras
foram metidos em ligas de combatentes folclóricas e em peditórios
antes e depois do 25 de Abril
pois homenagear os mortos
desprezar os vivos... é normal
O Senhor Embaixador é um verdadeiro Diplomata. Tê-lo como Embaixador é um verdadeiro previlégio! Bem haja!
Obrigado,meu Caro,por aquilo que fez e continua a fazer pelo país e pela sua história.
Também acredito que lembrar para além de sensibilizar para prevenir é uma forma de homenagear quem tenha sido herói...Independentemente dos motivos individuais que "O" moveram, a ação foi defender um conceito de Amor Maior... Pátria Liberdade... Até renunciar ao bem maior a Vida própria e a própria vida...
A imagem é de uma beleza pungente jardim de lápides e segredos sepulcrais,acampamento de culpas inibidas de culpabilidade pela autovitimização de morte, em tempo de guerra, onde só há culpados nos outros...
Isabel seixas
"A mesma liberdade e a mesma dignidade que os valentes soldados que morreram em La Lys nos ensinaram, com o seu exemplo, a saber respeitar."
É essa dignidade que Portugal necessita urgentemente de recuperar e ter orgulho na sua História, da qual poucos países
se podem gabar.
Isabel BP
A Finlândia só me dá razão. Há muitas finlândias por essa Europa fora. Ao menos o Eça gozou com eles...
CP
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