Aqui e ali, e desde há semanas, surgem comentários críticos de responsáveis europeus sobre a situação político-económica portuguesa. Algumas dessas figuras destacam-se pela adjetivação sonora com que se permitem qualificar, quer essa mesma situação, quer opções tomadas no âmbito do nosso sistema democrático.
Devo dizer que, como português, me sinto muito pouco confortável ao deparar com esses discursos, às vezes algo paternalistas e que, em bom europês, sinto vontade de responder-lhes: "mind your business".
A triste verdade, porém, é que não podemos dizer-lhes isso, num tempo em que dependemos da vontade e da solidariedade alheia para resolver os nossos problemas. É nestes momentos que entendemos melhor que a nossa conjuntural fragilidade económico-financeira acarreta alguns efeitos indesejáveis sobre a imagem do país no quadro internacional, que a todos nos vai competir recuperar, nos anos que aí vêm. Por ora, não há almoços grátis.
10 comentários:
Há que aguentar os cavalos. Não é assim que se diz?
Pois...
Acho que estatisticamente este já é o comentário não... Daí que subscrevo.
Isabel
Uma humilhação para Portugal mas também uma vergonha para a própria Europa, enquanto União de Estados independentes, as intervenções públicas de vários dos seus responsáveis políticos quanto ao que as instituições da República Portuguesa devem/podem ou não fazer, desde a Srª. Merkel até outros intervenientes menores na mais recente reunião de Ministros das Finanças dos vários países!...
Sem precedentes!...
Lamentável, simplesmente!...
João Queiroga
De uma nota triste
Emergiu um cântico de solidariedade
E
Não era verdade
era escárnio da agiotisse que para corroborar os bem te disse, infligiram o castigo do agora pagas com o corpo, os engoles em seco que é para não cantares de alto pois devias ter aprendido que vozes sem projeção por ação da gravidade atiram-nos ao chão.
Chega agora o é a vida asténico e suspirante , lufada poluida e lamechas de dióxido quente urubu hiena sonsa burra de silêncio gritante e enerva-nos tanto que arregaçamos as mangas e vamos mas é pra frente...
Estavam à espera de quê que sucumbisse pois esperem sentados, e por ser Sábado vou trabalhar na mesma... No descanso.
Isabel seixas
Depois de 37 anos de democracia e do maior fluxo de capitais alguma vez entrado no país em forma de ajuda ao desenvolvimento, vamos na terceira intervenção externa para controlar as nossas contas. Uma vergonha, sob todos os pontos de vista. E uma ajuda à imagem estereotipada e negativa que continuam a ter de nós - mas, a culpa é nossa!
Concordo plenamente com o comentário do Fernando Correia de Oliveira.
O fluxo de capitais foi grande, mas a clientela política e os oportunistas também.
Assistiu-se ao surgimento de pseudo-agricultores que apenas queriam uns dinheirinhos para comprar um jeep e uma herdade... e tantas outras barbaridades que levaram a excessivos sinais exteriores de riqueza surgidos do nada!
Acabamos por ter uma cultura de total apatia perante o que está está mal e fazemos pouco ou nada do que, ainda, está ao nosso alcance.
Quantos portugueses solicitam factura? Uma minoria. Eu devo ser considerada o "terror" de qualquer estabelecimento porque ou dão a factura ou, se inventam que têm o sistema avariado, solicito o livro de reclamações.
É admíssivel que os cinemas de uma grande superfície espanhola, em Lisboa (e no Porto), não emitam factura e dizerem que o bilhete é o comprovativo da compra? Tiveram duas reclamações nesse sentido, a autoridade competente respondeu que iam averiguar e agradeciam o meu dever cívico. Já lá voltei e está tudo na mesma. Não é normal!
Isabel BP
é mesmo triste ver o estado que o Estado Português chegou, e não vamos melhorar enquanto não existir uma revolução, não como a do 25 de Abril, mas uma revolução no sistema, é preciso mudar o sistema politico em Portugal, os partidos já andam em guerra, ou melhor sempre andaram, e nunca olham para os interesses de Portugal.
Ouvi o Ministro dos Negócios Estrangeiros, anteontem numa conferencia na minha faculdade, e ele disse, talvez não por estas palavras tão directas, que Portugal tem Prestigio Internacional, é respeitado pelos outros, mas também falou mais dirigido a países africanos, asiáticos e da América Latina, em relação à Europa não se pronunciou muito, pois na minha opinião na Europa somos vistos como um parasita, um paria dentro da União Europeia.
Podíamos não estar a precisar desta ajuda financeira, e era bem melhor, mas nunca soubemos aproveitar o que território que temos, há muito por onde retirar riqueza, muita terra para cultivar, muito mar onde pescar.
Não basta estar só a pedir e fazer greves, é preciso produzir, só um Estado "rico" nos pode dar condições, e benefícios que os portugueses tanto pedem.
Senhor Embaixador,
Nós que vivemos (eu há 49 anos) no estrangeiro sentimos isso na pele o sermos olhados, mesmo com um sorriso, pelo lado “zarolho”.
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Ninguém tem culpas o cartório e cada um procura sacudir a água do capote e lavar as mãos das “burricadas” feitas.
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Nunca aventei futuro nenhum para a integração de Portugal na União Europeia e aqueles que o fizeram, deveriam ter lido a história da Europa e a cobiça que por lá houve para conquistar o nosso Portugal.
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Bem melhor seria continuar-se como o Senhor Cônsul Eça de Queirós a dar conta do mercado e possibilidade da venda dos nossos figos secos na Europa e as rolhas de cortiça para fechar a garrafas de champanhe.
Quando um pobre dá uma chouriça a um rico quer de volta um porco inteiro.
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O andor segue na procissão e agora á que carregar o senhor do Calvário até à igreja e colocá-lo no altar.
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Que a lição sirva para os vindouros, porque para mim já é tarde.
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“Minha casinha meu lar e minha pucarinha de mijar”.
Saudações de Banguecoque
José Martins
Senhor Embaixador,
A sua tristeza entristece-me ainda mais.
Resta-nos esperar que os erros passados não se repitam, "aguentar os cavalos", como muito bem diz Carlos Albino, e fazê-lo de cabeça levantada a olhar para a frente!
Um abraço solidário e bom fim de semana!
Senhor Embaixador
Julgo que ao fim de todo este tempo de comentários no seu blogue, já me conhecerá alguma coisa.
Amo profundamente o meu país e entristece-me imenso ouvir os comentários paternalistas de alguns "colegas" europeus.
Mas doi-me mais ainda, confesso-lhe, a ousadia "daqueles que nos visitam" se permitirem comentar os nossos problemas!
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