Uma "habituée" das sessões do centro cultural Gulbenkian, aqui em Paris, interveio para dizer que se tratara da mais interessante conferência-debate a que por ali assistira. Não sei se estava certa, mas a verdade é que quem ontem, ao final da tarde, ouviu Marcel Gauchet falar das "Metamorfoses da democracia" não perdeu o seu tempo.
O filósofo fez um curioso bosquejo da evolução da prática democrática, concordando com quantos colocam a nossa Revolução de abril na abertura da terceira vaga de libertação, que haveria de descer à América Latina, para retornar à Europa da centro e leste. Repetindo que "os homens fazem a História, mas não sabem a História que fazem", Gauchet singularizou o mítico "homem novo" como a tentativa de criar um ator que sabia a História que protagonizava. Nos debates, falou-se, entre outras coisas, da vitória do individualismo, com a "autodestruição doce" do poder coletivo. E a questão da legitimodade, em torno dos modelos de representação política, com as suas contradições e deceções, foi também abordada.
Saí da conferência "como uma seta": tinha à espera o Real-Barça... A filosofia era outra.
6 comentários:
"como uma seta": tinha à espera o Real-Barça... A filosofia era outra.
Pois ... não gravei...
de qualquer forma irrelevante...
Isabel
Reconheço que é um bom "dispersor" de frustrações até de crises...
Tão bons como levitra e sialis...
Há poderes que até anulam e atenuam os deveres do supérfluo...
atão se o 25 de Abril foi a 3ª vaga
a cubana foi a 2,5?
a mexicana foi a 0,9
a russa foi a 1ª
ou foi a francesa
ou foram os hussitas
é que cada uma destas coisas pode desencadear outras
mas cada uma tem muita individualidade
1848 não foi uma revolução europeia
o vencedor de waterloo não fuzilou nas ruas de Londres nem em Peterloo en Manchester nesse ano 1819 quando dispersou uma proto-revolução com as patas dos cavalos e os sabres
logo tudo depende se a revolução encontra um kadahfi na frente
quando os regimes amolecem as revoluções têm mais sucesso
é só uma opinhão
resumindo prognósticos sobre a democracia só no fim do jogo
e está quase no fim
Tem um rosto afável ...
tem de ser Boa pessoa.
Agora não conseguir "prende-lo" com a estratégia filosófica, em detrimento de dois estrategas Mourinho Guardiola ...
Dá que pensar...
E o jogo valeu a pena...
Pelo menos os meus dois patrimónios riram de prazer,auferiram da desgraça alheia, viram-se ao espelho na impetuosidade primária do mourinho , mas não se reviram nem se encontraram... juntaram-se à poesia do Barça... Oh até parece...
Isabel Seixas
Oh meu Deus, se eu já não fosse mulher a sério que queria ser...
Tão bonito a espécie de novoriquismo que paira incólume e até na impunidade do FMI, que permite a uma minoria das minorias passear de jato enquanto a doação de órgãos tem que esperar vez...
Hey!!!?...nada de arranjar um bode expiatório somos todos culpados.
A culpa é a única que não se importa em ser equitativa...
Que mulher fatal...
A conferência foi interessante mas fiquei "sur ma fain" quanto às "déconcertantes visages de la démocratie" e "liberté sans pouvoir n'a pas de sense".
Minha querida Helena O
Estou consigo. Qual o sentido de "liberté sans pouvoir n'a pas de sense"?!
Enviar um comentário