A chancelaria do Consulado de Portugal, durante todo o tempo em que Eça de Queirós trabalhou na capital francesa (1888-1900), esteve sempre situada na rue de Berri, entre a avenue des Champs Elysées e o boulevard Haussman, em Paris VIIIème.
Inicialmente, esse escritório esteve instalado no nº 16 da rua, neste edifício onde está hoje o Hotel Califórnia.
Terá sido neste primeiro escritório que Eça de Queirós se defrontou com a intransigência da mulher do Cônsul cessante, a Viscondessa de Faria ("odiosa megera"), que se recusava a abandonar o local, o que provocou "cenas extraordinárias" descritas numa carta a Oliveira Martins, datada de 19 de Setembro de 1888.
Posteriormente, o Consulado mudou-se para o nº 35 da mesma rua (imagem em baixo), onde está atualmente o Hotel Champs-Elysées Plaza, escritório que António Nobre, numa carta a Alberto de Oliveira, datada de 25 de Novembro de 1890, dia de aniversário de Eça, descreve como "muito pobrezinho".
4 comentários:
Adorava saber mais sobre esta história da Viscondessa de Faria.
subscrevo o Exmo comentador.
Isabel seixas
Esse senhor usurpou o lugar do meu Marido, se querem saber.
a) Viscondessa de Faria
No capítulo VIII do livro do Embaixador Calvet de Magalhães(Eça de Queiroz: Vida privada) vem uma excelente descrição do "caso Faria". Aconselho que quem leia da pg.153 até à pg 162, tenha por perto um lenço para limpar as lágrimas que o risivel das situações descritas fará por certo brotar dos olhos dos leitores.
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