Neste sábado de Aleluia, passámos minutos divertidos a ler alguns "Syllogismes de l'amertume", até descobrirmos - nem de propósito! - este excelente naco:
"Pourra-t-on méridionaliser les peuples graves? L'avenir de l'Europe est suspendu à cette question. Si les Allemands se remettent à travailler comme naguère, l'Occident est perdu; de même si les Russes ne retrouvent pas leur vieil amour de la paresse. Il faudrair développer chez les uns et les autres le goût du farniente, de l'apathie et de la sieste, leur faire miroiter les délices de l'avachissement et de la versatilité.
... À moins de nous resigner aux solutions que la Prusse, ou la Sibérie, infligerait à notre dilettantisme."
(Poderemos meridionalizar os povos graves? O futuro da Europa está suspenso desta questão. Se os alemães se põem a trabalhar como outrora, o Ocidente está perdido; o mesmo acontecerá se os russos não reencontrarem o seu velho amor pela preguiça. Dever-se-ia desenvolver nuns e nos outros o gosto do "farniente", da apatia e da sesta, fazer-lhes ver as delícias do relaxamento e da versatilidade.
... A menos que nos resignemos às soluções que a Prússia, ou a Sibéria, infligiria ao nosso diletantismo)
9 comentários:
..relaxamento.
Há aqui um mal entendido rotundo. Esses povos alegadamente muito trabalhadores como o alemão e o holandês são dos que menos horas trabalham por ano, como se pode constatar aqui: (http://imagenscomtexto.blogspot.com/2011/04/produtividade-horas-de-trabalho-e.html).
São é mais organizados e investem os lucros nas empresas, aumentado-lhes a eficácia.
Tem razão, Anónimo: é o que dá as "relaxações" na escrita, como diria a Titia ao Teodorico
interessante, mas há um ponto ou linha da europa em que as qualidades alemãs de gosto pelo trabalho se encontram com o gosto meridional pela siesta e pisolino e o que resulta funciona. A espanha e a italia conseguem combinar o espirito meridional com a gravidade do norte e serão talvez bons modelos de países que aproveitam dos 2 lados
"Quando penso nos homens, cada vez gosto mais de gatos" (Cioran)...
E esta noticia também é gira (em Portugal até a monarquia anda pelas ruas da amargura):
"O pretendente ao trono português, Duarte Pio, não foi convidado para o casamento entre o príncipe William e Kate Middleton e diz que não enviará um presente ao casal"
é uma visão nacionalista da europa
e os alemães de 1920 ou de 1950
já não são os mesmos de 2011
a demografia e o excesso de tempo livre e de capitais para gastar afectam todas os povos
uns mais que outros....
Ai Senhor Embaixador! Logo a citar Cioran nesta altura...
Embora me fascine a intranquilidade como modéstia e impotência, lido mal com a linear divisão de filhos de Deus maior e filhos de Deus menor por inerência...
Prefiro a Magia...
http://www.youtube.com/watch_popup?v=hwVy_2eOfsE#t=78
boa Páscoa
Isabel Seixas
"Quando penso nos homens, cada vez gosto mais de gatos" (Cioran). Essa frase não é, e jamais poderia ser, de Cioran.
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