Situada no 32 da rue Charles Lafitte, esta moradia de Neuilly-sur-Seine foi habitada por Eça de Queirós da primavera de 1891 até (crê-se) finais de 1893. É a segunda casa, depois da da rue Crevaux (ver aqui), que foi ocupada em Paris por Eça de Queirós, durante a sua estada de cerca de 12 anos na capital francesa, como Cônsul de Portugal.
Segundo Luís Santos Ferro, profundo conhecedor queirosiano, nesta moradia "desenrolou-se um período feliz da família Eça de Queirós, muito fecundo na actividade literária do escritor". A casa foi frequentada por muitos amigos do escritor, como os portugueses Carlos Mayer, Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Batalha Reis, António Nobre, Alberto de Oliveira, António Feijó, Carlos Lobo d'Ávila e os brasileiros como o barão do Rio Branco, Eduardo Prado, Magalhães de Azeredo, Joaquim Nabuco, Domício da Gama e Olavo Bilac.
Os atuais proprietários, Philippe Mayer e a sua mulher, demonstram um grande e desinteressado empenhamento em conservar a memória queirosiana na sua moradia.
Por iniciativa de Luís Santos Ferro, foi inaugurada no exterior do edifício, em 25 de novembro de 1996, assinalando os 150 anos do nascimento do escritor, uma placa oferecida pelo Grémio Literário, descerrada pelo presidente da República, Jorge Sampaio. Uma das personalidades que esteve presente e tomou a palavra no ato foi o então "maire" de Neuilly. Chamava-se Nicolas Sarkozy.
4 comentários:
Que bonita também esta casa.
Isabel seixas
efemérides
por cá também há tantas placas
que raramente alguém as vê
ou se lembram quem foram
Eça será o Garcia de Rezende do XXIº?
ou só cairá no esquecimento no XXIIº
curiosamente o estado novo pode-se considerar responsável pela manutenção da memória nos cinquentões e sessentões sobrevivos
Senhor Embaixador,
uma simples correcção a fazer no texto:
em 1996, Nicolas Sarkozy era "maire de Neully". O actual presidente da República francesa nunca foi "préfet des Hauts-de-Seine".
Cordialmente,
T.D.
Senhor Embaixador
Luis Santos Ferro, com quem tive a honra de trabalhar no Catalogue Raisonneé de Maria Helena Vieira da Silva - fui a coordenadora financeira do projecto -, e de quem acabei por ficar amiga, é um conhecedor como poucos das "coisas da cultura". E, como sempre acontece com os que são realmente bons, é também um low profile.
Muito obrigada por se ter lembrado de o referir!
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