segunda-feira, março 11, 2024

Meia dúzia e tal de "takeaways"

1. E então ninguém diz nada sobre o lindo serviço das empresas de sondagens que, dia após dia, deram aquelas diferenças esmagadoras entre a AD e o PS?

2. Posso dizer uma coisa impopular? Se o Chega é constitucionalmente um partido legal, tem o pleno direito democrático a querer ser governo, em aliança ou acordo com outros. Com quem? Com quem não tiver um pingo de vergonha ou de decência.

3. Como serão os sorrisos, na manhã de hoje, nos corredores da PGR?

4. As televisões que, dia após dia, se comprazem em instilar a ideia de que "está tudo mal!", "este país é um caos!", "isto é só corrupção!", "os índices económicos e sociais positivos são apenas fogo de vista" foram os grandes vencedores desta eleição: aí está o resultado do Chega.

5. Querem uma razão para ficar preocupados? Observem o extraordinário recuo dos votos somados do PSD e do PS.

6. Coragem, coragem, era um qualquer canal de televisão (até pode ser o Panda) entrevistar agora Gonçalo da Câmara Pereira. Por exemplo, no "Isto é gozar..." Agora já não prejudicará o voto na AD, não é?

7. Não há sintoma mais revelador (estou a falar a sério, acreditem!) da integração de uma comunidade estrangeira do que ver um cidadão brasileiro, negro, eleito nas listas de um partido com pulsões racistas e discurso xenófobo? Mas isto não é contraditório? Nada mais português.

8. Ainda tenho alguma esperança em que, no outono, não surja uma voz, através do hebdomadário de Laveiras, a apelar a que os socialistas deixem passar o orçamento. Já só faltava essa!

9. Agora é que se vai provar como era fácil ter soluções para o SNS, para os polícias, para os professores, etc... Sem passarem o ónus para o passado, porque, com certeza, não vão querer dizer, como afirmavam que os socialistas diziam, que "a culpa é do Passos"...

Afinal, só soube hoje...

Na noite de ontem, estive a rever o "West Side Story", passei depois a ouvir Mahler na Mezzo e acabei a noite a ler os emocionantes episódios da queda da Pide, no novo livro da Irene Pimentel. E fui-me deitar.

Hoje, depois de acordar, soube o resultado eleitoral: sem stress e sem angústias. 

O país tem sempre aquilo que merece. Às vezes, ficamos tristes com a sua decisão. Mas foi para isto, para ter um futuro imediato comandado pelo voto, que fizemos o 25 de Abril. E tenho sempre o imenso prazer de saber que este meu plural não é majestático.

domingo, março 10, 2024

Cada um é como é


Este não é o meu dia do voto. Já votei há uma semana. Estou fora de Lisboa. Numa prática que uma vez mais assumo, e por uma deliberada opção de sossego, a partir do meio da tarde deste domingo, desligo televisões, rádio, computadores e telemóveis. Por algumas horas, só leio, ouço música e vou jantar, em total sossego e isolamento "cívico". Lá pelas 11 da noite, irei ver em que param as modas. Nada de sondagens, de bitaites, de fait-divers e coisas assim. Casa um é como é, não é?

sábado, março 09, 2024

À conversa


Em Lisboa, há poucas livrarias que eu não conheça. Mas nunca tinha entrado na Livraria Martins, na avenida Guerra Junqueiro. Um espaço agradável, moderno, com boa seleção, que, na manhã de hoje, organizou um belo debate, sob o chapéu temático da liberdade, onde se falou, em especial, de livre circulação e da língua portuguesa nesse contexto. 

Sob a moderação de Leonídio Paulo Ferreira, Simone Duarte e eu falámos desse mundo das pessoas que transitam entre espaços e culturas, perante um auditório cheio, atento e interventivo. Porque as conversas são como as cerejas, foi uma discussão algo "arbórea", como o meu pai costumava designar os momentos em que se começa a falar de uma coisa e dela se parte para outra, a qual, por sua vez, se ramifica por caminhos diversos. Gostei muito do exercício.

sexta-feira, março 08, 2024

Memórias da minha quinta


Foi na passada quinta-feira. Um recém-chegado embaixador estrangeiro em Lisboa quis ouvir-me sobre a política doméstica. Bem cedo, por mais de uma hora, pequenalmoçámos com calma, na conversa. Saí dali para fazer o podcast em vídeo "A Arte da Guerra", mais de meia hora de conversa sobre temas internacionais, com o jornalista António Freitas de Sousa, um exercício semanal para o site do "Jornal Económico", que agora entrou no seu quarto ano de edição. Passei depois a um divertido almoço de amigos no Pátio Bagatela: conversa solta, sem agenda, num grupo de onde já se foram o José Carlos Serras Gago, o António Dias, o António Silva e o José Manuel Galvão Teles. Parti dali para um mano-a-mano com três outros antigos Secretários de Estado dos Assuntos Europeus, no Instituto Universitário Militar, onde revisitámos as quatro presidências portuguesas das instituições comunitárias, no lançamento de um livro em que colaborámos. Depois, foi tempo de ir prestar homenagem, na gare marítima de Alcântara, ao António-Pedro Vasconcelos, que agora se nos foi desta vida. A partir das vinte, na Gulbenkian, durante duas horas, deliciei-me com 1ª de Mahler, entre outras peças. Com a chuva pesada, foi difícil chegar a tempo à CNN, lá para Queluz, para meia hora de debate animado sobre a Ucrânia. Acabei arriscando: encontrei estacionamento para conseguir ainda ir cear um bife ao Snob. Não há muitos dias assim ocupados, mas ainda há alguns.

Notícias da Palestina


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É muito triste...


... o silêncio da Amnistia Internacional! 

Uma campanha alegre?


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Do lado certo da chuva

 


A guerra da Rússia na Ucrânia


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quinta-feira, março 07, 2024

Discutir a Europa

 


Céus!


Chove que deus a dá! Aquilo lá em cima troveja de tal maneira que quase parece estar em período eleitoral! 

No império dos sentados


Tancredi, príncipe de Falconieri, dizia no "Il Gattopardo": "Para que as coisas permaneçam iguais, é preciso que tudo mude". No "Procópio", parece ser assim.

quarta-feira, março 06, 2024

Trump vs. Biden. Ponto

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Segurança global

 


APV


Há uns anos, o António Pedro de Vasconcelos realizou o filme "Parque Mayer". Convidou-me duas vezes para exibições particulares do filme mas, por coisas da vida, nunca pude ir. Telefonou-me, zangado. O APV tinha uma forma muito amigável de se zangar. Tempos depois, o filme passou na televisão. No final, ao ler a ficha técnica, vi que ele próprio tinha participado. Surgia, segundo essa ficha, a representar o papel de "ministro". Voltei atrás, revi as imagens e procurei um ministro no filme. Nada. Eram 11 horas da noite. Telefonei-lhe: "Olha lá! Onde é que entra o "ministro", que tu supostamente representas?". O APV deu uma gargalhada, lá do outro lado do nosso bairro: "Vai ver melhor. Há uma cena em que há um tipo de chapéu a sair de uma 'casa de meninas'. Não se percebe mesmo que era um ministro, discreto, depois de uma noitada?"

Acabo de saber que o APV morreu. Da última vez que falámos foi sobre uma outra morte, a de um seu filho, que o deixou de rastos. Antes, tenho dele um email, outra vez furioso, ao ter sido alertado de que eu seguia o Acordo Ortográfico. E, algures por esse tempo, vi-o remobilizado contra a ideia de reprivatização da TAP. O António-Pedro era um homem de causas, intenso, empenhado, com um sentido cívico muito apurado. Ele foi a cara, além disso, de um certo e quase único cinema português, contemporâneo sem ser chato, que gostava de ter público sem necessitar de fazer concessões. Nunca fomos muito próximos, para além de sermos quase vizinhos, mas tínhamos uma excelente e sempre divertida relação, que se reforçava nos reencontros. Guardo gratas recordações do APV, delas destacando uma noitada de discussão em Paris, com o Kiko Castro Neves, e duas jantaradas no Nobre, com gente bem diversa, em conversas animadas. O António-Pedro de Vasconcelos que conheci era um homem grande e era um grande homem. Sinto bastante a sua morte. O meu pesar à família.

terça-feira, março 05, 2024

Coisas com graça



"Ó Evaristo! Tens cá disto?" Para a minha geração, esta frase provocava um sorriso automático: era a célebre provocação feita por Vasco Santana a António Silva, no "Pátio das Cantigas". Se hoje a repetirmos a alguém das novas gerações, essa pessoa ficará a olhar para nós com grande e natural perplexidade. 

O humor viaja mal pelo tempo: os mais jovens ainda recordarão o efeito humorístico extraordinário do "Eu é mais bolos!", dito pelo Herman José? 

Lembrei-me disto hoje, à chegada a um hotel, em Évora. Acabava de fazer o "check-in" e dei comigo a pensar em perguntar ao empregado: ainda há escafandristas em Évora? Não perguntei. O rapaz iria ficar espantado. Aliás, quantos cidadãos desta belíssima terra se recordarão do "sketch" de Raul Solnado, na História da Minha Vida", em que ele contava que, quando nasceu, ele e a mãe escreveram uma carta ao pai, "que trabalhava como escafandrista em Évora e já não vinha a casa há dois anos"? Nesta fase da historieta, a assistência absorvia a graça e desatava às gargalhadas. E o Solnado completava: "Mas a minha mãe foi a Évora". E, perante as novas gargalhadas, dizia: "Estão desculpados!".

E, por falar em Évora, e por falar em graça, quero dizer-lhes que teve imensa graça ir ontem jantar ao "Luar de Janeiro", um clássico com mais de meio século, agora com novas instalações (só conhecia as antigas). Fica esta nota bem positiva sobre uma casa situada na cidade portuguesa que, depois de Lisboa e Porto, concentra o melhor conjunto de restaurantes. Desafio que provem o contrário!

segunda-feira, março 04, 2024

Alentejo


É pena a água da piscina estar tão fria. Se assim não fosse, seria um final de tarde espetacular. Em alternativa, sai um gin tónico.

domingo, março 03, 2024

Pode ser Vidago...


Esta não vai ser uma boa noite para ir comprar Água das Pedras às "bombas" da A1... 

Confissão de um sportinguista atípico

Ao ver a abada do Porto ao Benfica é que eu concluo que sou um sportinguista atípico. Uma derrota copiosa do Benfica não me "excita" por aí além. Não sou anti-benfiquista nem anti-portista nem anti-Cascalheira! Isso seria dar-lhes demasiada importância. Eu sou é pelo Sporting! 

"Pairing"

No parlamento britânico, havia (não sei se ainda há) uma prática segundo a qual dois deputados - um do lado do governo, outro da oposição - combinavam ausentar-se simultaneamente em determinadas votações. A sua dupla ausência não afetava o equilíbrio final do voto. Ambos podiam assim regressar mais cedo às suas "constituencies", às vezes adiantando o termo da semana parlamentar. Tinham naturalmente de ser pessoas de bem, rigorosamente cumpridoras da sua palavra. Alguns membros da "House of Commons" tinham esses duetos combinados, durante anos. Não é, contudo, de surpreender que esta fosse uma prática fortemente desaconselhada pelas direções partidárias, que deveria irritar os "whips", os controladores partidários dos votos.

Lembrei-me disto hoje, ao chegar ao local do voto antecipado em Lisboa. Na escadaria do edifício da Faculdade de Direito, deparámo-nos com um casal de pessoas muito amigas, que já tinha votado, num sentido que sabíamos inequívoco, em absoluto contrastante com o nosso. E eles também sabiam bem qual iria ser o sentido do nosso voto. Aliás, nem se falou de política. Mas não, não vou ousar, no futuro, propor-lhes um "pairing" eleitoral.

A notar

O país anotará a expressão da rejeição, por parte de todas forças políticas, face ao ato praticado por um energúmeno, em Guimarães, contra a caravana do PS. E, naturalmente, não espera menos do que aquilo que foi dito aquando do episódio da tinta na cabeça de Luís Montenegro. 

Leão perplexo


Já percebi que estamos a jogar bem. Já me dei conta de que, para os meus consócios, este ano é que é! Tudo isso é muito bonito, mas continuo a não sentir uma forte confiança e uma autoridade indiscutível em campo por parte no (meu) Sporting. É, sou assim, que há-de fazer-se?

O meu obrigado


Hoje, após ter votado por antecipação, disse aos membros da mesa de voto: "Muito obrigado pelo vosso trabalho". Recebi de volta sorrisos de agrado. O meu gesto foi muito sincero. A democracia deve àquelas pessoas um reconhecimento pela sua desinteressada dedicação cívica. 

Hora de reflexão...


... no "Clube dos Jornalistas", antes do voto antecipado

A errática agenda internacional de Lula


Ver aqui.

sexta-feira, março 01, 2024

 


Assim, é difícil...

Alguém quer tramar Luís Montenegro: primeiro trouxeram Cavaco, depois veio Passos, agora chega Barroso. Coitado do homem! Ele bem tenta dar a ideia de que quer um tempo novo, mas assim é difícil!

A grande sondagem

Com o aproximar do dia das eleições, como é de regra, os dois principais partidos vão chegar em "empate técnico" nas sondagens, que caberá aos eleitores desfazer. Há, contudo, uma área onde isso não acontece: nos comentadores televisivos. Aí há "maioria absoluta" para a direita. 

As estrelas


"Então não dizes nada sobre as estrelas Michelin que foram atribuídas a restaurantes em Portugal?" O telefonema apanhou-me na noite de ontem, no regresso de um comentário televisivo sobre a guerra. Era um amigo, habituado a ver por aqui notas sobre experiências restaurativas, que estranhou que eu ignorasse a cerimónia que teve lugar no Algarve, na qual o famoso Guia Michelin, agora com uma edição dedicada exclusivamente a Portugal, atribuiu "estrelas" a restaurantes portugueses.

Não soube bem o que dizer-lhe. Apenas sabia o que tinha lido e as informações de amigos que haviam estado naquela festa, para a qual eu, simpaticamente, também tinha sido convidado, mas a que a vida não permitiu que estivesse presente.

Do que ouvi, terá havido alguma frustração pelo facto de, uma vez mais, a nenhum restaurante português terem sido atribuídas as "três estrelas", consagração de entrada no olimpo internacional da gastronomia. Quem sabe destas coisas diz-me que há restaurantes portugueses já dignos dessa classificação.

Houve entretanto novas entradas, várias justas confirmações e muito escassas saídas - das listas das "duas estrelas" e de "uma estrela". E o guia terá anotado e passado a recomendar algumas novas mesas portuguesas, fora do mundo das "estrelas".

Qual é a minha opinião sobre tudo isto?

Com a maior sinceridade, acho excelente que o Guia esteja a reconhecer o extraordinário trabalho dos profissionais portugueses, que têm feito um esforço para captar, com a sua oferta gastronómica de excelência, um turismo de maior qualidade. Portugal está já nas rotas da grande restauração e isso é uma excelente notícia.

Não me peçam, contudo, para opiniar sobre as escolhas feitas pelo Guia, sobre a justiça ou injustiça relativa da seleção feita pelos seus inspetores. Infelizmente, desconheço muitos dos restaurantes "estrelados", embora tenha informações sobre muitos deles, aliás quase sempre muito positivas, como positivas foram, em geral, as minhas experiências naqueles que tive o ensejo de experimentar. 

Contudo, confesso, o preço praticado na maioria dessas casas - por razões que são facilmente compreensíveis, ligadas à qualidade excecional dos produtos, ao grande investimento feito, aos salários praticados, ao serviço qualificado e a outros componentes que têm de se refletir no saldo final da conta - continuam a limitar a regularidade das minhas visitas. Ora, em matérias de restaurantes, eu só me pronuncio sobre aquilo de que tenho experiência pessoal direta. E, na realidade, o mundo da alta cozinha, do "fine dining", não faz parte do meu dia a dia, e só muito raramente das minhas noites.

quinta-feira, fevereiro 29, 2024

Lembrar

Sabiam que, no velho Estado Novo, quem tivesse sido condenado por crimes políticos podia não ser solto no final da pena? A polícia podia recomendar "medidas de segurança", atenta a perigosidade do preso, sem limite de renovação. Qual era a diferença disto face a prisão perpétua?

Os das perceções

A "perceção de insegurança" é um instrumento populista que equivale a essa falcatrua regularmente explorada por demagogos que é a "perceção de corrupção". A única medida justa, num como no outro caso, são as estatísticas das condenações. Mas isso não dá jeito nem títulos!

quarta-feira, fevereiro 28, 2024

Olha a NATO!


A sério! Por uns instantes, achei que estava a ver mal. Mas não estava. Naquela esquina que sai do largo do Rato para a rua de S. Bento, a meio da tarde de hoje, um fulano, a quem não vi a cara nem reparei se ia em grupo, empunhava uma imensa bandeira da NATO! Eu ia a conduzir e o precário verde na estreita faixa que nos leva às Amoreiras logo se abriu, pelo que não consegui ver mais. A pessoa que ia ao meu lado mostrou-se algo cética: "Tens a certeza que era uma bandeira da NATO?". Tenho visto muitas coisas bizarras pelas ruas de Lisboa, mas uma bandeira da NATO drapejando (creio ser a primeira vez que, na vida, tenho oportunidade de utilizar esta palavra) ao vento é mesmo uma "première".

O coração racista da Europa


André Carvalho Ramos é um nome e uma cara conhecida da CNN Portugal e da TVI. Com equilíbrio, rigor e grande profissionalismo, conduz horas de emissões informativas e titula reportagens em zonas do mundo onde acontecem as notícias. No estúdio da CNN P, ao longo de mais de dois anos, tenho "contracenado" com ele em diálogos sobre variados temas da atualidade internacional.

"A Última Fronteira" é um livro acabado de publicar por André Carvalho Ramos, constituído por histórias que recolheu no terreno das suas reportagens e viagens, ao longo dos últimos oito anos. 

É um livro sobre refugiados e migrantes que nos revela que a Europa reserva, a quem a procura em busca de soluções de vida, uma atenção diferenciada em função da origem étnica dessas mesmas pessoas. Este livro é um manifesto escandalizado perante aquilo que é uma verdadeira discriminação. Para simplificar, depois de ler este livro, arrisco poder afirmar: a Europa pratica um objetivo racismo nas suas políticas de acolhimento. É importante que isto se saiba. André Carvalho Ramos fez bem em denunciá-lo.

Escapa-me o nome...

Há uma figura proeminente dentre os candidatos a estas eleições que, de cada vez que a sua cara aparece numa imagem, provoca em mim a lembrança de que, um destes dias, tenho de mudar de carro. 

Na baixa

A facilitação das baixas médicas, por declaração do próprio, é uma medida demagógica e infeliz. Vejam-se os números. Nos empregos, quem ficar a fazer o trabalho dos que usam fraudulentamente a medida deve sentir-se injustiçado e, no limite, será tentado a fazer o mesmo.

Ah! Pois é!

Como sportinguista, aguardo com ansiedade uma reação do meu clube, que denuncie a torpe e subliminar insinuação subjacente ao uso de tinta verde na agressão a um político. Pergunto-me se, afinal, por detrás daquela lata de tinta, não poderão estar outras cores. Investigue-se!

O trapézio voador

Daqui até dia 10 de março ainda é uma eternidade. Todos os dias surge um evento disruptor: são os "ratés" feitos tiros contra o Chega, é Passos Coelho sobre a imigração, é o renascer da proibição do aborto, é a tinta sobre Montenegro. Amanhã o que será? Há mais circo do que pão.

La France !

Macron "fez peito" e disse que não é de excluir o envio de tropas para a Ucrânia. Dado que a França, com todo o seu poderio, é apenas o 8° ou 9° dador militar bilateral à Ucrânia, talvez fosse de começar por enviar material antes de pensar mandar tropas.

A casca da banana

Na política da Madeira, já chegámos à Madeira.

Ativista

"Ativista" é o novo nome para qualificar um delinquente cuja ação, delituosa ou criminosa, isto é, sempre cometida à margem da lei, tem uma natureza pública que vai com o "ar do tempo". Ah! E, às vezes, até conhecemos pais!

As novas chapadas

Uma leve Marinha Grande dá sempre jeito numa campanha eleitoral.

Hélder


Hélder Macedo é uma grande figura da cultura portuguesa. Fixou-se em Londres há seis décadas e aí construiu uma notável carreira académica, base para a obra literária de vulto que ali também desenvolveu.

O escritor reuniu agora em livro, numa bela edição da Caminho, um conjunto de crónicas que, ao longo de anos, publicou no JL - Jornal de Letras, Artes e Ideias. "Pretextos" chama-se o livro.

Congregados pela professora Margarida Calafate Ribeiro, um grupo de amigos e fiéis leitores de Hélder Macedo, nos quais me incluo, esteve ontem no Palácio Galveias a testemunhar o lançamento desta obra. E, no meu caso, tal como no de três outros amigos do Hélder, a ler para a audiência extratos destas suas crónicas.

Pazes

O Bartoon de hoje, no Público, interroga-se, com razão, sobre se a presença de Passos Coelho no comício do PSD (AD é um pseudónimo) será a melhor maneira de Montenegro poder ter êxito no seu objetivo de "fazer as pazes" com os pensionistas. 

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Macron va-t-en guerre!


Se estiver interessado, pode ver aqui a minha opinião sobre aquilo que Emmanuel Macron disse sobre a necessidade de não excluir um eventual envolvimento de tropas europeias no conflito na Ucrânia.

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

Mistério

Há para mim um mistério na campanha do PS: por que não recorda as mais marcantes intervenções do então líder parlamentar do PSD, ao tempo do governo de coligação PSD / CDS / Troika, quando defendia algumas das mais agressivas medidas dessa famigerada governação? Só para lembrar!

Passos

É de presumir que o surgimento de Passos Coelho na campanha haja sido o resultado de uma decisão de custo/benefício: entre fazer renascer a figura que personalizou a austeridade e recuperar o líder sebastiânico da direita, o PSD achou que podia arriscar. Logo veremos se fez bem.

domingo, fevereiro 25, 2024

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

A minha sorte


Gosto muito de capicuas. Dizem que as capicuas dão sorte. Ontem, tive a sorte de um amigo me oferecer uma nota de "vinte", com um número que é uma capicua. A anteceder um almoço geracional de alheiras, no Clube Militar Naval, com um grupo de "implicados no 25 de Abril", o Zé Melo trouxe-me um exemplar do livro que lancei há menos de três meses, para eu fazer uma dedicatória. No final, disse-me para ir ao fim do livro: tinha lá uma coisa para mim. Era a tal nota de "vinte". Ele sabia que eu gostava de capicuas. As capicuas dão mesmo sorte? Sei lá! Eu sei é que tenho a sorte de ter amigos como o Zé Melo. Essa é que é a minha sorte!

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

Segurança


Teve hoje lugar no Grémio Literário, o lançamento do novo livro de Nelson Lourenço, "Sociedade Global e Segurança - Modernidade, Complexidade e Incerteza".

Coube-me fazer uma apresentação do livro, com um texto que pode ser lido aqui.

Ele há cada coisa!


Aprendi hoje que o "The New York Times", quando surgiu, em 1851, tinha um ponto final no título. 71 anos depois, foi decidido eliminar o ponto. E, pelas contas do jornal, pouparam com isso, a partir de então, cerca de US$ 5.500 dólares anuais em tinta. 

O que é que isto interessa? Nada, mas a vida é feita de pequenos nadas, como diria o Sérgio Godinho.

(Quando escrevi inicialmente este texto, tinha colocado 1871 em lugar do ano certo, que é 1851. Cheguei a ter a tentação de manter o erro, para permitir que viessem logo a jogo os cultores da picuinhice nas redes sociais, também conhecidos pelos "catrogas", sei lá bem porquê).

terça-feira, fevereiro 20, 2024

Gaza, a América e o resto


Ouvir aqui.

"A Arte da Guerra"


Entrou agora no seu quarto ano de emissão o "podcast" com imagem que, no "site" do "Jornal Económico", o jornalista António Freitas de Sousa e eu fazemos semanalmente, com a duração cerca de 30 minutos. 

O programa, que já vai no seu número 150, é dedicado a três temas da atualidade internacional e divide-se em outros tantos blocos, de cerca de 10 minutos cada. O António Freitas de Sousa, que está no Porto, coloca questões a que eu respondo, quase sempre de Lisboa. Temos sempre tido um ótimo "feedback", por parte de ouvintes atentos e fiéis ao que comentamos.

Nas últimas semanas, tinha optado por não divulgar nas redes sociais o "link" para o acesso ao programa. Recebi várias queixas... Assim, "back to square one"!

A senhora dona

Que diabo de mania deu na imprensa económica para estar sempre a falar da "dona da" quando querem referir-se a uma empresa que é detentora maioritária de outra! Vou sempre ao engano: acho que se trata de uma senhora rica...

Segurança

Nelson Lourenço é professor catedrático e especialista em temas de segurança. Desde há anos que com ele colaboro no GRES - Grupo de Reflexão Estratégica sobre Segurança, estrutura de que foi a "alma mater" e que, entre várias outras atividades, deu origem, em 2018, a um livro coletivo em que tive o gosto de participar.

Nesta quarta-feira, dia 21, no Grémio Literário, vou ter o prazer de intervir na apresentação da sua última obra, "Sociedade Global e Segurança - Modernidade, Complexidade e Incerteza".

No dia 11 de março

Não vi o confronto televisivo na noite de ontem. Acabei assim por não assistir a nenhum debate eleitoral. Leio que Pedro Nuno Santos bateu claramente Montenegro. Espero bem que isso tenha as devidas consequências. Quero acordar bem disposto no dia 11 de março.

segunda-feira, fevereiro 19, 2024

Holocausto

O Holocausto, nome por que passou a ser designado o genocídio praticado há cerca de 80 anos por um governo de extrema-direita alemã, que vitimou milhões de judeus alemães e de países ocupados, foi um crime praticado pela Alemanha e por alemães. A comunidade internacional, que solidariamente tem partilhado emocionalmente, ao longo de décadas, um persistente sentimento de horror por aquela barbárie, não pode, contudo, partilhar a menor responsabilidade por aquele massacre. Repito: o Holocausto foi e continua a ser exclusivamente um problema da memória alemã. Qualquer tentativa para fazer esquecer isto é uma falsificação da História. Quando se fala de Israel, não podemos de deixar de ter isto sempre presente.

Curiosidade

Depois da declaração inequívoca do governo de Israel, recusando liminarmente a solução dos dois Estados, estou curioso em perceber se a União Europeia, como um todo e por parte de cada país, mantem a sua determinação, sem mas nem meio mas, na obtençâo desse objetivo.

domingo, fevereiro 18, 2024

Baixa


Em 1912, Afonso Costa, na Baixa, não passava uma tarde sem dar uma saltada ao Kungfu Ramen. 

Música neles



Os debates

O que é que pode ser considerada uma vitória num debate televisivo eleitoral? Dado o objetivo do exercício, parece-me óbvio que, de entre os dois políticos, sai vitorioso aquele que, com a sua prestação, possa ter grangeado mais apoios do que os que tinha no início do debate. 

"Portugal e o futuro"


No dia 15 de fevereiro de 2024, apresentei no El Corte Inglés o livro "O general que começou o 25 de Abril dois meses antes dos capitães", de João Céu e Silva. 

Quem quiser ler o texto dessa apresentação pode fazê-lo aqui.

sábado, fevereiro 17, 2024

O grande teste

Um teste caricatural, mas que nunca falha, sobre se um determinado regime é democrático, é quem quer que seja ter o direito a se manifestar pacificamente, a propósito do que muito bem lhe apetecer, dizendo ou berrando tudo o que quiser, em frente à sede do poder político do país, sem correr o menor risco de ser preso ou incomodado.

Em Moscovo, pode-se?

Sá Nogueira (1961)



sexta-feira, fevereiro 16, 2024

Votar Chega

Quem for votar Chega sabe que irá votar num partido de extrema-direita. E, diga-se desde já, está no seu pleno direito. Votar na extrema-direita - mesmo que racista, xenófoba e demagogicamente populista, como é o Chega - é um direito que assiste aos cidadãos que fazem parte integrante da democracia em que vivemos. Algumas das pessoas que vão votar Chega não se consideram a si próprias de extrema-direita. Mas essas pessoas não podem querer fazer passar os outros por parvos: elas sabem muito bem que irão votar num partido de extrema-direita. Ponto.

Rússia

Putin é responsável pela morte de Navalny, mesmo que possa não ter ordenado a sua liquidação. A pena absurda que cumpria, pela tentativa de um mero exercício de direitos democráticos, conduziu-o a condições excecionais de prisão, lugar em que estas coisas se tornam possíveis.

É uma ilusão (ocidental) pensar que a morte de Navalny vai reforçar a oposição interna a Putin. Navalny era contra a invasão da Ucrânia, o que o colocava em conflito com uma opinião pública onde a guerra é (ainda) bastante popular, porque Putin a "vende" como existencial.

quarta-feira, fevereiro 14, 2024

É o dizes...

Não vejo debates televisivos, mas gostava imenso de ler por aqui pessoas cuja "lateralização" ideológica é conhecida surpreenderem-nos, assumindo que o seu candidato esteve mal e que, embora isso não lhes tivesse agradado, o adversário esteve melhor. Alguém? 

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...