domingo, fevereiro 25, 2024

Moçambique - o regresso da instabilidade


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2 comentários:

Carlos Antunes disse...

Senhor Embaixador
Com todo o respeito, penso que não houve agora em Moçambique qualquer “regresso da instabilidade”, porque esta nunca deixou de existir desde a independência.
Efectivamente, desde que Moçambique ascendeu à independência, tornou-se um país único e diferenciado em toda a África Austral em que o fenómeno da guerra se converteu numa característica profunda da nação. Durante os últimos cinquenta anos, nenhum país na SADC regista tantos conflitos permanentes (guerra civil dos 16 anos, continuidade de conflitos de baixa intensidade com a Renamo após períodos eleitorais, o conflito com a Junta Militar da Renamo, e agora a guerra em Cabo Delgado, com o recente alastramento à vizinha província de Nampula).
A que se deve este triste recorde e as razões que fazem com que Moçambique registe conflitos permanentes?
Em geral, pode dizer-se que as guerras civis ou conflitos internos surgem, como resultado de uma constante incontornável na formação e no desenvolvimento das relações de poder que se vão estabelecendo e na consequente evolução das políticas dos países.
Não se pode, pois, ter a veleidade de tentar compreender o que se passa em Moçambique, se não associarmos a persistência destes conflitos permanentes às raízes históricas que estiveram na génese da independência de Moçambique e da manutenção desde então do poder ditatorial da FRELIMO (sustentada e reproduzida numa aliança étnica “changana-maconde”, por ex. todos os Presidentes de Moçambique foram changanes (Samora, Chissano, Guebuza) e o actual Nyusi é maconde) com a opressão dos restantes povos do centro e norte de Moçambique).
Como há uns tempos atrás, afirmava o jornalista moçambicano Edwin Hounnou (Jornal on line “Canal de Moçambique”, 30.08.2023) «A independência tem que servir para acelerar o desenvolvimento. Não é para retardar como está acontecendo com o nosso país. O povo perdeu quase tudo e só ficou com a bandeira, numa mão, na outra o BI, e um presidente preto na Ponta Vermelha como fruto da independência.
Ninguém lutou para ter apenas um BI, uma bandeira e um presidente de cor preta. O significado da luta do povo é muito mais profundo - liberdade.»
Cordiais saudações

Unknown disse...


E Portugal teve grande responsabilidade na génese do poder ditatorial da Frelimo e na dita instabilidade. Há que assumi-lo.

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