sexta-feira, fevereiro 23, 2024

A minha sorte


Gosto muito de capicuas. Dizem que as capicuas dão sorte. Ontem, tive a sorte de um amigo me oferecer uma nota de "vinte", com um número que é uma capicua. A anteceder um almoço geracional de alheiras, no Clube Militar Naval, com um grupo de "implicados no 25 de Abril", o Zé Melo trouxe-me um exemplar do livro que lancei há menos de três meses, para eu fazer uma dedicatória. No final, disse-me para ir ao fim do livro: tinha lá uma coisa para mim. Era a tal nota de "vinte". Ele sabia que eu gostava de capicuas. As capicuas dão mesmo sorte? Sei lá! Eu sei é que tenho a sorte de ter amigos como o Zé Melo. Essa é que é a minha sorte!

12 comentários:

Anónimo disse...

Resumindo:
A chamada chapa 8 de 20$00 Garcia da Horta de 27 de julho de 1971, portanto anterior ao evento em que esteve implicado.
Maquete do Arq. João de Sousa Araújo estampadas em Inglaterra pela Thomas de La Rue & Co Ltd em papel da Portals Limited e texto complementar aposto nas oficinas do BP.
Foram impressas 45.547.000 notas, postas a circular a partir de 31 de Outubro de 1977 e retiradas em 30 de Maio de 1986 com séries GM a AJL.
Tiveram 15 diferentes conjuntos de assinaturas, sendo a sua nota assinada pelo nosso amigo Artur Santos Silva como Vice- Governador e Abel António Pinto dos Reis como Administrador.
Isto das datas e assinaturas das notas tem muito que se lhe diga, mas posso acrescentar que a data a utilizar era normalmente a data da reunião da administração que autorizava a emissão.
Nota-se que o design cheira a Estado Novo.
Não acha?

Nuno Figueiredo disse...

um homem com qualidades.

manuel campos disse...


Também sou entusiasta das capicuas, de que já falámos uma ou duas vezes aqui.

Do mesmo modo tenho ideia de um texto (ou pelo menos de uma foto) de uma alheira com uma referência a "comer-se bem na Marinha" ou algo assim.

Quanto ao princípio em si, não sei: não sou supersticioso porque dá azar.

Flor disse...

Eu tenho na ideia que as notas de 20$00 eram esverdeadas a até havia quem lhes chamasse "folha de alface"

manuel campos disse...


Quando da última campanha de troca de notas de escudos por euros, creio que em 2022, ainda ficaram quase 100 milhões de escudos por trocar, permitindo assim um “lucro” ao Banco de Portugal e portanto ao Estado por não ter que entregar os correspondentes euros.

Tenho umas 4 ou 5 notas de 20 escudos e um saco com moedas de 2$50, deu-me para ir metendo moedas dessas de lado, sei lá porquê.
A única moeda que me lembro de ter trocado foram pesetas em Madrid e não foi por causa do euro, foi muito antes quando acabaram com determinadas séries de notas de 1000.

Espero que as moedas de cêntimo valham alguma coisa daqui a 2000 anos, antes disso duvido um bocado (vou enterrá-las no jardim para algum arqueólogo).
É que tenho alguns “porquinhos” cheios delas, eram dos netos e lá íam parar todos os cêntimos que nos apareciam nos bolsos.

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Já o meu pai há uns anos achava-se "perseguido" por capicuas hehe
Bela "ventoinha"!

manuel campos disse...


Errata das 19.27

Não são 100 milhões de escudos, são 100 milhões de euros em notas de escudos.

manuel campos disse...


Flor

A nota de 20$00 chapa 9 Gago Coutinho de 1978 era de facto "esverdeada", fi a que me (nos) ficou mais na memória.
Quanto a esta não me lembro bem do tom certo e nem todas as fotos que andam aí pela net ajudam muito, mas estou certo que o Anónimo das 03.56 o saberá dizer.

Não concordo muito com o design cheirar a Estado Novo, naqueles tempos os designs das notas por essa Europa fora tinham muitos pontos comuns, pelo menos do ponto de vista de quem as usava mas não as estudava (como eu).

Agora nesta nova Europa cheiram todas ao mesmo, vale que no caso das moedas não é bem assim e há algumas edições comemorativas limitadas interessantes.

Habituei-me a olhar sempre para a outra face das de 2€ e, quando vejo algum motivo menos vulgar, vou a sites numismáticos e eventualmente guardo-as.
Os meus tetranetos vão ganhar uns cobres na Feira da Ladra.

manuel campos disse...


Quem não viu ainda vai a tempo de ver, é só pesquisar por

"multimedia.expresso.pt/baixadelisboa/"

Continuarei a contar o que por lá vejo, com licença de quem a dá.
Mas temo que cada vez haja menos para contar a quem a conheceu e não tenha lá ido ultimamente.

E as gerações mais novas não querem saber da Baixa, conheço gente de 21 anos, universitária, residente desde sempre em Lisboa, que não se lembra de alguma vez lá ter ido (e não são excepções nenhumas).

Flor disse...

Boa tarde Manuel Campos.
Muito obrigada pelo link que tem tanto para ver. O vídeo está muito interessante. Achei graça que os dois nomes de lojas que eu frequentava nos anos 60 eram a Casa Frazão e a Loja das Meias.
Tenho saudades de quando ia com a minha mãe á Baixa no Eléctrico ver as montras e fazer algumas compras e lanchar Antes de sairmos de casa a minha mãe dizia ao meu pai que íamos á Baixa e perguntava-lhe se ele queria alguma coisa de lá e ele respondia sempre:"Uma gravata" :)

Pergunto: Qual o prazer de hoje em dia "ir á baixa", "passear na Baixa", ver as "montras na Baixa"....???
O que dirão os turistas ao verem tantas lojas fechadas?

manuel campos disse...


Boa noite Flor

Não tem nada que agradecer, sabe que tenho prazer em partilhar estas coisas de que nem toda a gente terá tido conhecimento mas que, do meu ponto de vista, ajudam a manter viva a memória, algo que é essencial, devemos isso até a nós próprios e aos que cá trouxemos e deixamos.

De facto o prazer é muito pouco, restam alguns alfarrabistas e a Bertrand e a FNAC para andar por ali a folhear livros (a Férin já me falta).
Lojas da FNAC e da Bertrand há muitas mas em centros comerciais, que dispenso, a Baixa ainda tem ruas, carros e passeios e eu gosto de "flâner", dado que ainda sou daqueles que andam 3 ou 4 horas a pé pela cidade dois dias por semana e é um percurso que me calha bem.

Os turistas não dizem provavelmente nada porque os que andam por lá só o estarão a fazer porque o livro que levam na mão lhes disse para lá irem e, como se sabe, o turismo hoje é muito feito de "estive lá" ainda que não se faça a mais pequena ideia do que se "esteve lá" a fazer.

Já contei aqui que "o turista que gasta não anda na Baixa" e "o turista que anda na Baixa não gasta", basta no entanto subir ali à Avenida da Liberdade para vermos muitos dos que gastam e deixarmos de ver muitos dos que não gastam.

O turismo actual lembra-me sempre o título de um filme realizado em 1969 por Mel Stuart:
"If It's Tuesday, This Must Be Belgium".

Conta a história de um grupo de turistas americanos numa visita guiada a 9 países europeus em 18 dias, com a agravante de hoje darem ainda menos atenção a guias e lugares, ocupados que estão sempre a fotografar tudo (e em especial nada) e a responder a mensagens "urgentes" nas redes sociais.

Obrigado pela sua atenção e o seu cuidado.

Flor disse...

Muito obrigada a si Manuel Campos.

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