A maior estupidez do debate sobre a eutanásia foi ter-se transformado o assunto numa trincheira esquerda-direita.
8 comentários:
João Cabral
disse...
Sem dúvida de acordo. Ainda há pouco, Fernando Rosas disse isso peremptoriamente: quem é contra é de direita e quem é a favor é de esquerda. Maior demagogia do que esta é impossível.
Concordo E, por isso, é que é preciso devolver a palavra aos portugueses através do referendo, para votarem em consciência e não de acordo com lógicas partidárias.
O facto é que a dita esquerda quer impor a eutanásia, achando que não deve dar a palavra aos portugueses numa matéria tão sensível como está e a outra posição muito mais ponderada de permitir que os portugueses decidam...afinal quem são os ditadores que se dizem democratas...? Haja decência!
Já não existe solidariedade e muitos começam a considerar que as despesas e medidas relativas aos "velhos" não são produtivos para o futuro, ao contrário dos que dizem respeito aos "jovens".
O problema é definir a idade em que se é «velho” ; para as empresas está perto dos 50, mas para os senadores, aos 80 ainda é jovem!
Num futuro próximo, devemos esperar a eutanásia generalizada dos idosos, está na lógica da nossa sociedade. Então também faremos com que os doentes compreendam que é melhor não sofrer, a fim de, em última análise, mesmo sem o seu consentimento., o fazer partir. Basta que o tutor o queira.
Veremos que, quando as autoridades decidirem, a propaganda generosamente destilada em todo o funcionamento da nossa sociedade, em breve terá confortado os guardiões de que matar o dependente é a melhor solução.
Depois vem a vez dos deficientes, dos doentes mentais, das pessoas que, e daqueles que... etc., etc.
Penso que não se pode responder a uma pergunta filosófica de forma técnica, sob o pretexto da lei. Há uma proibição absoluta na nossa sociedade, motivada por um princípio moral: a proibição de matar. Se infringirmos legalmente esta proibição, desestabilizaremos a própria essência da nossa lei positiva. Não deve haver licença para matar. Por outro lado, não vejo por que razão, em nome do qual o pessoal médico deve ser obrigado a matar. É contra a sua cultura, a sua filosofia. Os médicos juram nunca causar a morte deliberadamente. Esta regra não deve ser exceptional.
Os portugueses têm de decidir qual o bem maior: a vida, como bem supremo, ainda que com menos qualidade, ou a liberdade individual de pôr termo à vida, de forma medicamente assistida, para pôr fim a um sofrimento intolerável ( hipóteses cada vez mais reduzidas, se os cuidados paliativos forem bons). E isto é um problema referendável, enquanto questão colectiva da sociedade, de eleição dos valores fundamentais que nos regem. Os deputados, enfeudados às lógicas partidárias, não se revelam à altura do desafio. A democracia representativa aqui não serve, de todo. Substituem os juízos livres e sérios pelas clubites partidárias e por argumentação que interessa ao seu projecto partidário (sendo que, relativamente a alguns, o que queriam mesmo era o suicídio assistido, é o que virá a seguir, pensam)
Não é uma trincheira esquerda-direita. O PCP está ao lado da direita (e o seu aliado PEV, do lado oposto). A Iniciativa Liberal, por muitos designada como sendo de direita, está ao lado de muita esquerda neste assunto.
8 comentários:
Sem dúvida de acordo. Ainda há pouco, Fernando Rosas disse isso peremptoriamente: quem é contra é de direita e quem é a favor é de esquerda. Maior demagogia do que esta é impossível.
Concordo E, por isso, é que é preciso devolver a palavra aos portugueses através do referendo, para votarem em consciência e não de acordo com lógicas partidárias.
O facto é que a dita esquerda quer impor a eutanásia, achando que não deve dar a palavra aos portugueses numa matéria tão sensível como está e a outra posição muito mais ponderada de permitir que os portugueses decidam...afinal quem são os ditadores que se dizem democratas...? Haja decência!
Já não existe solidariedade e muitos começam a considerar que as despesas e medidas relativas aos "velhos" não são produtivos para o futuro, ao contrário dos que dizem respeito aos "jovens".
O problema é definir a idade em que se é «velho” ; para as empresas está perto dos 50, mas para os senadores, aos 80 ainda é jovem!
Num futuro próximo, devemos esperar a eutanásia generalizada dos idosos, está na lógica da nossa sociedade.
Então também faremos com que os doentes compreendam que é melhor não sofrer, a fim de, em última análise, mesmo sem o seu consentimento., o fazer partir. Basta que o tutor o queira.
Veremos que, quando as autoridades decidirem, a propaganda generosamente destilada em todo o funcionamento da nossa sociedade, em breve terá confortado os guardiões de que matar o dependente é a melhor solução.
Depois vem a vez dos deficientes, dos doentes mentais, das pessoas que, e daqueles que... etc., etc.
Penso que não se pode responder a uma pergunta filosófica de forma técnica, sob o pretexto da lei. Há uma proibição absoluta na nossa sociedade, motivada por um princípio moral: a proibição de matar. Se infringirmos legalmente esta proibição, desestabilizaremos a própria essência da nossa lei positiva. Não deve haver licença para matar. Por outro lado, não vejo por que razão, em nome do qual o pessoal médico deve ser obrigado a matar. É contra a sua cultura, a sua filosofia. Os médicos juram nunca causar a morte deliberadamente. Esta regra não deve ser exceptional.
Os portugueses têm de decidir qual o bem maior: a vida, como bem supremo, ainda que com menos qualidade, ou a liberdade individual de pôr termo à vida, de forma medicamente assistida, para pôr fim a um sofrimento intolerável ( hipóteses cada vez mais reduzidas, se os cuidados paliativos forem bons). E isto é um problema referendável, enquanto questão colectiva da sociedade, de eleição dos valores fundamentais que nos regem. Os deputados, enfeudados às lógicas partidárias, não se revelam à altura do desafio. A democracia representativa aqui não serve, de todo. Substituem os juízos livres e sérios pelas clubites partidárias e por argumentação que interessa ao seu projecto partidário (sendo que, relativamente a alguns, o que queriam mesmo era o suicídio assistido, é o que virá a seguir, pensam)
Nao eh essa mesma a estupidez que impera na decisao de tudo e mais alguma coisa nos dias actuais?
Não é uma trincheira esquerda-direita. O PCP está ao lado da direita (e o seu aliado PEV, do lado oposto). A Iniciativa Liberal, por muitos designada como sendo de direita, está ao lado de muita esquerda neste assunto.
Essa da IL “por muitos designada como sendo de direita” é de ir às lágrimas!
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