quinta-feira, fevereiro 06, 2020

O peso das palavras

A ministra da Agricultura pode pensar, em tese, que a epidemia acabe por ter efeitos colaterais positivos na nossa economia. Mas a sensatez recomendaria que evitasse dizê-lo. É como se, perante um atentado terrorista em Espanha, alguém dissesse: “Mais turistas vêm para cá!”

7 comentários:

Cherry disse...

Sim, embora isso possa verdade, é insensato dizê-lo.
Beijinhos
Blog: Life of Cherry

Jaime Santos disse...

Não é apenas a sensatez, é sobretudo o mínimo de decoro e respeito pelas famílias dos doentes em geral e daqueles que faleceram em particular...

Um alto responsável da administração Trump disse, creio, a mesma coisa. Era de esperar num governo de gente xenófoba e sinófoba. Não seria de esperar num governo que subscreve valores humanistas como o nosso e que cultiva a relação com um velho parceiro, a China, que diga-se o que se disser do seu Governo, é uma civilização milenar que merece o nosso respeito e solidariedade, assim como o merece a comunidade chinesa em Portugal...

O mínimo que se pode esperar é um pedido de desculpas da Ministra e do seu colega de Governo, Santos Silva...

Joaquim de Freitas disse...

Quando o presidente do banco mundial diz que o coronavírus é mais uma fonte de incerteza para a economia global, esta “esperta” portuguesa diz o contrário.

Mas quando outro poder mais alto se levanta, antes dela, para dizer a mesma coisa ou pior ! :“Penso que a pandemia ajudará a acelerar o regresso do emprego na América do Norte, nos Estados Unidos e, provavelmente, no México.» dixit ministro do comércio americano.

“Não há nada como uma boa pandemia para impulsionar a economia", tweetou um comentador da CNN.” Americana.

Que os americanos, que temem a concorrência da China mais que o vírus, digam asneiras deste calibre (já no passado eram os mesmos que diziam que “ um bom Índio é um Índio morto”), mas que uma ministra portuguesa que vai de certo à missa todos os domingos, tenha este “humanismo” de porta-moedas”, é miserável.

Fernando Martins disse...

Há, de facto, neste governo, quem não perceba que há coisas que se podem pensar e não se podem dizer - além de que o cérebro devia trabalhar antes da língua. Se calhar, para não haver mais estragos, a senhora ministra devia pensar noutro trabalho...

Anónimo disse...

Caríssimo embaixador! Aplaudo de pé o que diz. É absolutamente lamentável a inabilidade da generalidade dos ministros e secretários de estado deste governo. Mete dó!

Anónimo disse...

A Ministra da Agricultura deveria confirmar com a colega Minsitra da Saúde se esta já conseguiu implementar algum sistema que evite o vírus em causa de entrar pela fronteira terrestre, com Espanha, ou num destes naviozitos de cruseiro que entram, vários por dia, nos portos portuguêses ou largas dezenas de passageiros de todo o mundo que de avião entram diariamente no País.
Falta de cultura (não de batatas) ou uma umbiguite agúda?.

Portugalredecouvertes disse...

todo o cuidado é devido,
somos senhores do seu silêncio e escravos das nossas palavras

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...