As redes sociais acabam por ser, frequentemente, um vale de nostalgias. O “antes é que era bom” é, por aqui, o mote costumeiro. As pessoas não se dão conta de que, em regra, a idade tende a cristalizar apenas as memórias positivas. Por isso, as saudades são, quase sempre, apenas as saudades que temos de nós mesmos, nesses outros tempos, em que éramos mais novos, mais saudáveis, sem tantas preocupações, com os nossos ainda junto a nós, em que o futuro, em que tudo parecia possível, estava ainda à nossa frente.
segunda-feira, março 14, 2022
O país da estrada velha
As redes sociais acabam por ser, frequentemente, um vale de nostalgias. O “antes é que era bom” é, por aqui, o mote costumeiro. As pessoas não se dão conta de que, em regra, a idade tende a cristalizar apenas as memórias positivas. Por isso, as saudades são, quase sempre, apenas as saudades que temos de nós mesmos, nesses outros tempos, em que éramos mais novos, mais saudáveis, sem tantas preocupações, com os nossos ainda junto a nós, em que o futuro, em que tudo parecia possível, estava ainda à nossa frente.
domingo, março 13, 2022
Sauditas
Tolerância
Regular o caos
Kherson
Salut, Alain Krivine!
Os russos dos mares do Sul
sábado, março 12, 2022
Construtores involuntários
O regresso de Lula
As batalhas de Zelensky
A ter em atenção
Massa tenra
… e a França aqui tão perto!
Cair na rede
Os filhos ilegítimos de Trump
sexta-feira, março 11, 2022
É de justiça…
… reconhecer que a cidade do Porto, cada vez mais, nos surpreende, em termos de bons restaurantes: o 1828, no fabuloso espaço WOW, em Gaia (não me peçam para explicar como lá se chega, mas o GPS ajuda), e o excelente Real by Casa da Calçada (no espaço do antigo Garça Real, na Praça D. João I) são dois dignos acréscimos à oferta restaurativa portuense.
11 de Março
quinta-feira, março 10, 2022
Ex-excluídos
Vejam essa vesícula!
A Oeste, nada de novo
Conversas
Exame prévio
Artigo 5°
Para além da bomba
Ainda o nuclear
Ainda a Ucrânia, claro!
Aqui.
“A Arte da Guerra”
Pode ver aqui.
quarta-feira, março 09, 2022
Na Ucrânia, em outros tempos
Há pouco, descobri, neste blogue, um texto com 10 anos, sobre uma viagem, em 1980, à Crimeia, que era então ucraniana.
terça-feira, março 08, 2022
8 de Março
Pedido
O mercado da Bessarábia
A Bessarábia é a designação histórica de uma região que hoje faz parte do sudeste da Ucrânia e que abrange também o território da Moldova.
segunda-feira, março 07, 2022
A tia Helena e a RTP
Lembrar
Direito à opinião
Homofonias embaraçantes
Militares
Media
Parem para pensar!
Não nos prendam a língua, por favor!
É isto
domingo, março 06, 2022
À coreana
Irão
As negociações entre os “5+1” e o Irão, com vista a negociar a retoma do acordo nuclear, suspenso desde o abandono do compromisso por parte dos EUA, ao tempo de Donald Trump, estavam, aparentemente, a correr bem. Aventava-se que Washington poderia querer fazer, muito proximamente, um gesto final para fechar o entendimento. Pois isso! A Rússia, que é parte dos “5+1”, acaba de anunciar que só pode dar luz verde a uma solução dessa natureza desde que os EUA façam uma exceção nas sanções que passou a sofrer, por virtude da questão ucraniana, que salvaguarde o seu relacionamento bilateral com Teerão, nas dimensões económicas mas, igualmente, no âmbito tecno-militar. Surpresa? Nem por isso.
sábado, março 05, 2022
Moscovo
A Russia e URSS
O poder das massas
Tolerância
sexta-feira, março 04, 2022
A verdade
América Latina
A convite da Casa da América Latina, fiz ontem, no Grémio Literário, aos participantes no seminário “América Latina e União Europeia: dois parceiros na cena mundial”, uma apresentação da minha perspetiva do estado atual das relações entre os dois espaços, nas suas dimensões económicas, políticas e de segurança. Em especial, procurei assinalar a frequente assimetria de abordagens dos dois lados do Atlântico, por regulares desajustamentos institucionais e pelo facto da União Europeia ser cada vez mais polarizada por agendas regionais de outra natureza, que funcionam em detrimento das relações com a região do mundo com a qual a Europa acaba por ter mais afinidades.
Acordo e sanções
“ Whataboutism”
A diferença
Admiração
quinta-feira, março 03, 2022
“A Arte da Guerra”
Em “A Arte da Guerra” desta semana, no podcast do Jornal Económico, falo com o jornalista António Freitas de Sousa sobre a Rússia e a Europa, sobre as próximas eleições presidenciais francesas e sobre a situação de instabilidade no Sahel.
Pode ver aqui.
A solidão da Rússia
Pode ler aqui o artigo que hoje publico no site da CNN Portugal, com o título “A solidão da Rússia”.
Ucrânia
quarta-feira, março 02, 2022
A solidão russa
Depois da guerra
O poder das imagens
Mais do que em qualquer outra guerra, de que me consiga lembrar, o papel das televisões tem sido relevante para mobilizar emocionalmente as opiniões públicas, com claras consequências nas decisões dos governos e das instituições.
Escrever na água
terça-feira, março 01, 2022
“Trop c’est trop!”
segunda-feira, fevereiro 28, 2022
Segunda-feira
Passou-se hoje tanta coisa, sobre a qual tanta gente teve tanta coisa para dizer, com ar tão definitivo, a rasgar as vestes e com todas as dúvidas já esgotadas, que eu vou acabar esta segunda-feira, último dia de fevereiro, sem ter nada de especial para lhes contar. Passem uma boa noite. Amanhã pode ser que tudo seja diferente. Ou não.
domingo, fevereiro 27, 2022
À distância
sábado, fevereiro 26, 2022
O papa e a guerra
Ontem, no termo de uma intervenção no Jornal das Oito, da TVI, decidi recordar que, nessa manhã, o papa Francisco se tinha deslocado à embaixada da Federação Russa junto da Santa Sé.
Tinha lido a notícia, durante o dia, algures na internet (mesmo nestes tempos de guerra, vejo muito pouca televisão), mas fiquei com a sensação de que o gesto quase não havia sido destacado.
E, contudo, ver o líder da igreja católica a ter aquela atitude de modéstia foi algo que me impressionou fortemente. Um chefe de Estado a fazer o que pode ser considerada como uma espécie de “diligência moral” é uma atitude sem precedentes.
Na altura, tive a tentação de contar, em estúdio, um outro episódio que faz parte da memória das relações internacionais. Mas contive-me: relatar ali a “graça” de que me tinha lembrado menorizaria a dimensão do ato do papa Francisco.
Relembro-a agora. Conta-se que, em 1935, Stalin, teve um conversa em Moscovo com Pierre Laval, então ministro dos Estrangeiros de França (com justiça, pelo que fez futuro, a História iria dar a Laval um “infamous” lugar e um fim trágico). Laval ter-lhe-á dito que o papa Pio XI havia criticado as perseguições aos cristãos na URSS. A resposta desdenhosa do líder russo ficou nos anais: “E quantas divisões é que tem o papa?”
Não sabemos o que Putin possa ter respondido ao receber a mensagem de ontem do papa Francisco, cujo conteúdo também desconhecemos. Isso é indiferente, até porque o presidente russo não tem cara de quem é dado a um “bon mot”. O atual papa fez apenas aquilo que entendeu dever fazer.
E até eu, um empedernido ateu, não consigo deixar de sentir um particular apreço por este excecional argentino, um homem que gosta de futebol e que consegue o milagre, com este seu gesto de humanidade, de me reconciliar pontualmente com uma liturgia a que sempre me senti alheio.
sexta-feira, fevereiro 25, 2022
A palavra do ocidente
Numa noite do primeiro semestre de 1996, no edifício da União Europeia, o recém nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Yevgeny Primakov, jantou com os seus homólogos dos então “Quinze” (ou quem os substituía, como era o meu caso). Havia uma grande curiosidade em conhecer a nova cara do Kremlin para a política externa.
quinta-feira, fevereiro 24, 2022
“A Arte da Guerra”
Pode ver e ouvir aqui.
quarta-feira, fevereiro 23, 2022
Leonor Xavier
Recordo-me de uma conversa telefónica com a Leonor Xavier, em data que não posso precisar, na qual ela me disse, com grande entusiasmo, que estava a trabalhar num livro feito com base em alguns dos seus primeiros diários. A Leonor estava já muito doente, no meio de ciclos sucessivos de exames e internamentos. Nessas derradeiras conversas, sua voz estava marcada pela enfermidade, comigo a hesitar prolongar o diálogo, para evitar cansá-la. Arguta como era, devia sentir que tinha a vida a prazo. Alimentava-se visivelmente desse tipo incessante de atividade porque, para ela, cada livro era como que uma etapa mais de um percurso que se esforçava por percorrer, que duraria o que tivesse de durar. A Leonor morreu em meados de dezembro do ano que passou.
terça-feira, fevereiro 22, 2022
Não sejamos otimistas
Não tendo uma natural vocação masoquista, dei comigo a pensar, no final da tarde de segunda-feira, por que razão, por quase uma hora, me entretive tanto a ouvir, numa muito profissional interpretação simultânea (num site russo, em espanhol), a integralidade da comunicação que Vladimir Putin fez ao país e ao mundo.
segunda-feira, fevereiro 21, 2022
Ainda temos tempo?
A grande questão que atravessa os dias de quem tem responsabilidades na “governance” mundial, na equação clima-energia, é, de há muito, esta: “Ainda temos tempo?”
domingo, fevereiro 20, 2022
“Podia ter sido pior”
José Cutileiro morreu vai para dois anos. Deixou um não preenchido vazio na reflexão, inteligente e culta, sobre as coisas internacionais. Mas não só. Ele era bem mais do que isso. Ao longo da sua vida, foi o original cultor de uma espécie de sociologia irónica de um país que ele via como que acomodado a um destino assim-assim.
Prazeres da carne
Destinos
sábado, fevereiro 19, 2022
“Não foi penalti!”
sexta-feira, fevereiro 18, 2022
Aeroporto Gago Coutinho
No ano do (visivelmente pouco comemorado) centenário da travessia aérea do Atlântico Sul, a qual, por sua vez, teve lugar 100 anos após a independência do Brasil, acabo de ler que um grupo de cidadãos decidiu propor que ao aeroporto de Faro seja dado o nome de Gago Coutinho, o bravo almirante que, com Sacadura Cabral a seu lado, levou a cabo essa heróica e marcante proeza. Gago Coutinho nasceu em S. Brás de Alportel.
Recuar ou não
Deceção
quinta-feira, fevereiro 17, 2022
“Houston, we have a problem!”
A direita democrática francesa, nos dias de hoje a única herdeira do que resta da tradição gaullista, foi descobrir uma antiga ministra de Sarkozy, Valérie Pécresse, que tinha deixado uma imagem relativamente positiva, para ser portadora das suas cores.
Tendo conseguido derrotar a concorrência em “primárias” dentro do “Les Républicans”, Pécresse parecia poder ir buscar alguns votos de direita que Macron recolhera em 2017, desgastando, ao mesmo tempo, a deriva para a extrema-direita, que hoje polariza mais de 30% do eleitorado. Para isso, “direitizou” fortemente o seu discurso, num percurso iniciado com Sarkozy e que Fillon acentuou.
A cerca de 60 dias das urnas, Pécresse foi, há dias, submetida um banho partidário de multidão no Zénith, um espaço público de Paris usado para estas ocasiões, numa estudada encenação de campanha, tendo a seu lado os grandes tenores do partido.
Embora a vitória de Macron, numa segunda volta, pareça, a esta distância, muito provável, se Pécresse conseguisse vir a estar presente nessa ocasião, aproveitando a circunstância do extremismo xenófobo e racista estar por estes dias dividido (entre Le Pen e Zemmour), e mesmo que viesse a perder, isso seria um bom sinal para a afirmação futura do seu partido, o qual, sendo embora o maior de França, está fora do Eliseu e do governo central francês há uma década.
A aguardada prestação pública de Valérie Pécresse, contudo, acabou por ser “pitoyable”. O texto era mau e sem chama, a sua incapacidade de o “vestir” foi evidente, pelo que o grande “meeting” acabou por ser um espetáculo quase tragicómico, com Pécresse a demonstrar uma patética falta de jeito. As vozes, dentro do partido, foram, de imediato, impiedosas, em especial nas ironias e silêncios. As sondagens vieram a refletir o mesmo, com a candidata a cair abaixo dos representantes da extrema-direita.
As posteriores entrevistas de Pécresse vieram a confirmar a sua inabilidade de “atuação”, algumas contradições no seu programa e, essencialmente, uma imagem “figée”, humanamente pouco simpática, a querer fazer passar por determinação o que parece ser um caráter rígido, numa figura que também parece revelar alguma falta de rasgo. O estilo burguês “bem” da candidata, aquilo que os franceses chamam “bobo”, também não ajuda.
E é pena, digo com sinceridade. Como atrás referi, se conseguisse chegar à segunda volta contra Macron, Pécresse retiraria bastante força à extrema-direita. Se isso não acontecer e se, ainda por cima, no caminho e por desespero, ela vier a poluir o discurso do “Les Républicans” com um argumentário de propostas ainda mais radical e reacionário do que aquele que agora já usa, Pécresse terá prestado um péssimo serviço à democracia francesa.
O novo embaixador americano...
... em Portugal, segundo o Inteligência Artificial.