quinta-feira, fevereiro 24, 2022

“A Arte da Guerra”


Falar sobre a situação na Ucrânia é como tentar atingir um alvo em movimento (peço desculpa pelo uso de uma figura de cariz bélico, mas está no “l’air du temps”). O podcast “A Arte da Guerra”, a conversa com António Freitas de Sousa para o “Jornal Económico”, foi, esta semana, gravado na manhã de terça-feira, dia 22. Como só hoje foi para o ar, alguma desatualização era inevitável, nomeadamente a que decorre do ataque russo à Ucrânia. Mas acho que o que ficou dito vale a pena ser ouvido.

Pode ver e ouvir aqui.

4 comentários:

Lúcio Ferro disse...


É chato para os ucranianos. Mas têm de se aguentar à bomboca. E é mais um tiro na pata da diplomacia americana. O que virá depois, armas nuclares? OMG.

José disse...

O pensamento comuna está cada vez mais elaborado:

- eles são pela paz
- eles são contra a guerra
- eles são contra a invasão
- eles são contra as reações à invasão
- eles acham que o Putin é um czarista capitalista
- eles são contra quem está contra o Putin
- eles acham que isto é tudo uma guerra entre capitalistas
- eles acham que é tudo culpa dos americanos
- eles sentem saudades das maravilhas soviéticas que o Putin está a destruir

Ora, no meio desta conversa de chacha, redonda e bafienta, a única parte que me faz rir é acusar o Putin (o herói anti-americano de "ontem"), de estar a atacar a bela herança soviética que manteve a paz entre os povos durante 70 anos.

"(...) decisões que, no quadro da União Soviética, resolveram a questão das nacionalidades reconhecendo os direitos dos povos e garantindo a paz por mais de 70 anos"

(in https://www.pcp.pt/defender-paz-travar-escalada-de-confrontacao)

A Ucrânia, com os seus milhões de mortos de fome, as deslocações forçadas de populações inteiras (da noite para o dia), a criação de bolhas artificiais de russófonos (estamos, agora, a lidar com essa herança - semelhante, aliás à promovida em Espanha para "abafar" bascos e catalães), tudo isso, meu deus foi, para o PCP, uma coisa gloriosa! Direitos dos povos, chamam-lhes eles! Paz!

O que vale é que este partido é - dizem -, essencial para a democracia...

Jaime Santos disse...

Lúcio Ferro, não se faça de engraçado, que isto não tem graça nenhuma. Os ucranianos não obedeceram às ordens do Czar e agora sofrem as consequências, não é verdade?

Só que isso é um bocadinho mais do que chato. Estão a morrer pessoas.

Como é característico dos leninistas de sofá e amadores da geopolítica com inclinações esquerdistas, a pimenta no rabo dos outros é refresco.

Ou uma morte é uma tragédia, mas um milhão é uma estatística, se quisermos ser menos vernaculares...

Sempre gostava de saber como se sentiria se os tanques rolassem nas Avenidas Novas e você tivesse que correr pela vida. Mas suspeito que não haveria de ter problemas, ia logo a correr cantar umas loas ao Putin...

Vá mas é morrer longe, sim?

Joaquim de Freitas disse...

Oh Jaime Santos : Esqueceu o resto do espectáculo : e os cossacos a chegarem com a faca nos dentes, depois de ter comido criancinhas a pequeno almoço…


“Só que isso é um bocadinho mais do que chato. Estão a morrer pessoas.” Escreve! Ah, Por acaso não esqueceu os 46 fechados na Casa dos Sindicatos, em Odessa, queimados vivos, pelos nazis do Grupo Azov, o mesmo que deu espectáculo na Praça Maidan?

Os caminhos da justiça

Em 2019, numa publicação no Twitter, publiquei um comentário crítico sobre uma atitude de um treinador de futebol que tinha acabado de obser...