segunda-feira, março 07, 2022

Homofonias embaraçantes

Curiosa e pudica é a ausência de comentários sobre a razão por que, em francês, o nome do presidente russo tem um “e” no fim.

5 comentários:

jj.amarante disse...

Bem observado, não tinha reparado no embaraço de o deixar sem o "e".

Luís Lavoura disse...

Para que se leia como se pronuncia.
Caso contrário os franceses pronunciariam "putân".
Os alemães também grafam os nomes russos de forma a serem legíveis pelas regras alemãs.
Só cá em Portugal é que aceitamos grafar nomes à moda inglesa.

João Cabral disse...

Graficamente seria sempre diferente, senhor embaixador. Também em português se pode escrever com "e" final, tal como se faz com Lenine ou Estaline, para melhor reflectir a pronúncia russa.

Lúcio Ferro disse...

Em termos fonéticos, estará relacionado com o politicamente correto da pronúncia poder ser associada à palavra 'putain'?

Aguia disse...

Se fosse ensinado, no mundo ocidental, a respeitar a cultura russa (incluindo a língua) chegaríamos à conclusão que esta questão de se confundir "Putin" com "putain" em francês não tem nenhuma razão de ser.
Na realidade, bastaria perguntar a um russo como se pronuncia "Putin" em russo. E a resposta é elucidativa: "Pútin", isto é, é acentuado na primeira sílaba.
Logo, como confundir "Pútin" com "putâin" que é acentuado na segunda sílaba?
Dúvidas sobre em que sílaba se acentua na língua francesa? Experimente-se o Linguee, e a diferença fonética para a acentuação com a palavra portuguesa, que é nitidamente acentuada na 1ª sílaba.
Não há que enganar: Pútin não soa como p(i)utâin, aqui a acentuação está em "tân". Para quê, então, o "e" no fim?
Para nada.
Singularidades e superficialidades das línguas ocidentais - muitas vezes desnecessárias e derivadas do jeito "olhar para o próprio umbigo" que nos está a custar muito caro.

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