segunda-feira, junho 09, 2025

A Ucrânia, a Rússia e a Ucrânia na Rússia.


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19 comentários:

Luís Lavoura disse...

Um grande golpe de relações públicas por parte da Ucrânia.
Para efeitos da guerra real, no terreno, é porém irrelevante. Os bombardeiros atingidos não farão falta nenhuma à Rússia nessa guerra.

Lúcio Ferro disse...

Parece que - para alguns - constatar que, dure esta guerra mais um ano, ou mais dois ou mais três, o desfecho será sempre a derrota da Ucrânia, é ser pró-Russo. Parece que, para alguns, explicar detalhadamente, com base em dados políticos, económicos, militares, estratégicos, o porquê de a Ucrânia estar derrotada á partida é ser pró-Russo. Parece que, salientar os imensos danos económicos infligidos aos povos da UE por um bando de políticos incompetentes que julgavam que era só dar um pontapé na porta e que aquilo ruía tudo é ser pró-Russo. Parece que, dar conta dos enormes danos na credibilidade internacional da UE causados pelas sucessivas escaladas e jogatanas do “projecto Ucrânia” é ser pró-Russo. Parece que, demonstrar á saciedade o carácter criminoso, ditatorial e extremamente perigoso do regime Ucraniano é ser pró-russo. Parece que, alertar para o perigo de uma globalização do conflito, que nunca esteve tão perto, é ser pró-Russo. Parece que, desmontar metódica e pacientemente o mar de propaganda que os média ocidentais nos despejam em cima há mais de três anos é ser pró-Russo. Parece que, ter avisado e ter reiterado que esta aventura iria, como inevitavelmente vai ser o caso, terminar mal, muito mal, para nós, os povos da Europa, que não os seus oligarcas, esses cada vez mais ricos, é ser pró-Russo. E parece, também, que ser “pró-Russo” é um eufemismo mais ou menos elegante para ser “putinista” ou “PZPista”. Está bem, antes isso do que defender o indefensável, antes isso do que bravatas pueris sobre as capacidades bélicas de um regime tenebroso que ao atacar as bases dos aviões estratégicos colocou em causa tratados internacionais e mais uma vez nos aproximou da última guerra mundial. Antes isso do que ser conivente com uma narrativa que tantos danos já nos causou e tantos mais nos ameaça causar.

Anónimo disse...

Hà,no mínimo,duas versões sobre o ataque da Ucrânia à Rússia , com a utilização dos drones.
Seria o fim se toda a informação, que temos, fosse idêntica à da CM Tv.
Concorda comigo ?

Francisco Seixas da Costa disse...

Lúcio Ferro. O teste de ser ou não "pró-russo" é de uma grande simplicidade e nada tem a ver com a "análise" fria da situação relativa no terreno. Ser pró-russo - e é esse iniludivelmente o seu caso - é estar de acordo com a lógica subjacente à narrativa russa nesta guerra, é mostrar-se crítico das posições que suportam o discurso ucraniano e, em geral, ser crítico da postura dos atores ocidentais nesta guerra. Ser pró-russo, como é o seu caso, é deixar transparecer no que escreve o seu agrado por tudo aquilo que favoreça os objetivos da Rússia nesta guerra e a sua satisfação pelo facto da Ucrânia ter insucessos. Ser pró-russo, como o Lúcio Ferro transpira por todos os poros é ter um grau de crítica sobre a figura de Zelenski que não exibe face a Putin. Quem é pró-russo, como o Lúcio Ferro, devia começar todos os seus textos, com orgulho e sem dissimulações, com o "disclaimer": sou pró-russo, apoio a política de Putin, quero que a Rússia ganhe esta guerra, quero que Zelenski a perca, desejo ver o ocidente humilhado no fim deste conflito, espero que, no seu termo, a Rússia saia reforçada na seu posicionamento geo-estratégico. E, se tivesse coragem, devia concluir: tenho pena que a América tenha ganhado a Guerra Fria, choro todos os dias o fim da União Soviética. Isto é ser pró-russo. É isso que o Lúcio Ferro é, embora tenha vergonha de o dizer. Não é assim?

Anónimo disse...

Ó Seixas da Costa, finalmente acordou?! É que nem ameaças de morte desse indivíduo a outro comentador o fizeram ser tão direto!

Lúcio Ferro disse...

Não, Seixas da Costa, não é assim. O que se constata é a aversão, a azia, por parte dos que embarcaram na narrativa pró-zelensky face a tudo o que ponha em causa a coerência do discurso que a propaganda vendeu e no qual, como é habitual suceder, os seus criadores acabam por acreditar.
O senhor é conivente com esse discurso, apesar dos cuidados com que modula a linguagem (aqui saltou-lhe um pouco a verve). O senhor faz parte dos que acreditaram que era só dar um empurrão na porta e o edifício Russo vinha abaixo, a tal da bomba da gasolina mascarada de país. Com Biden á cabeça, para o fazerem (aí o senhor até esteve bem, abasteve-se e mencionou o México), não tiveram quaisquer pruridos em utilizar a carne para canhão ucraniana, sob pretextos falsos, que era lá isso de a Ucrãnia não poder escolher as alianças, que era lá isso de a Ucrãnia não poder ter armas nucleares (que eu e outros denunciámos, porque eram e são irrealistas).
O Ocidente fez tudo por esta guerra, sobretudo os EUA de início e depois os deslíderes Europeus, como caniches a reboque do dono. Burros. Criminosamente burros. Uma guerra que tinha terminado em Istambul, com um acordo que era muito vantajoso e que o Ocidente, pela prestimosa acção de um pulha chamado Boris Jonhson, sabotou.
A comunicação social, da qual o senhor fez parte, ainda que no seu caso moderamente, tudo fez para nos confrontar com uma lógica imbecil: putin monstro, zelensky donzela, ocidente cavaleiros andantes.
Agora, os resultados estão à vista e em vez de arrepiarem caminho, persistem nos erros, mais sanções, por exemplo, que têm resultado que é uma maravilha. Operações de relações públicas, tudo media optics para dar ao pagode aquela satisfação, estão a ver, estão a ver, a Ucrânia parte os cornos aos gajos. Enquanto isso, à semelhança do criminoso zelensky, marimbam-se para o desastre imenso que se abateu e abate sobre a Ucrânia, desastre que provocaram e que acicatam. Estão-se nas tintas e até vivem bem com os danos económicos brutais que os países da UE sofreram e vão continuar a sofrer. Marimbam-se para as perseguições e censuras várias que se estabeleceram nos países da UE e inqualificavelmente piores na Ucrânia. Querem lá saber se o regime Russo, mercê deste conflito, tem vindo paulatinamente a coartar as liberdades e as garantias dos seus cidadãos. Querem lá saber dos falcões atrás de Putin e da trela em que ele os tem, que se chegam ao poder podem dar cabo disto tudo.
Ora, eu estou é contra isso, como estou contra a progressiva delapidação da importância da UE no Mundo, do seus valores, os verdadeiros, sabe, os quatro pilares que estudei na faculdade, onde havia um calhamaço só para o da Solidariedade. Qual União Soviética, está a mangar comigo? Mas agora eu sou comunista porque desejo o fim de um conflito que esteve sempre perdido, bastava ter lido umas linhas de História, antes que resvale para a última guerra mundial, é?

Lúcio Ferro disse...

Mais uma adenda: julgava que aqui se era particularmente avesso a um conceito que não conhecia antes de começar a fre e que o senhor designa por "whataboutism". Ou seja, tanto quanto se me pareceu, critica-se aqui quem justique as malfeitorias de alguém usando como arremeso as malfeitorias de outrém. Eu de facto critico as malfeitorias de zelensky porém, de acordo com a sua própria lógica, o facto de eu não criticar as malfeitorias de putin é perfeitamente válido. Mais, eu não critico as malfeitorias do escroque zelensky só porque sim, critico-as porque em grau as considero muito superiores às de putin e, de igual modo, porque a propaganda do ocidente vende uma mentira grosseira soobre a personagem, equiparando-a, por exemplo, veja-se bem, a Churchil.

Francisco Seixas da Costa disse...

Para Lúcio Ferro se instruir: um artigo com 10 anos, no Observador (exato!) https://observador.pt/opiniao/a-russia-a-nato-e-a-ucrania/. Alguma observação? Pró-EUA?

Anónimo disse...

O senhor embaixador funciona como a versão soft e civilizada da desinformação, manipulação e censura que preenche a comunicação social corporativa. O contraditório é praticamente inexistente e as notícias são selecionadas apenas para servirem de conversa aos comentadores oficiais do regime.
Senhor embaixador, a Ucrânia está a servir de barriga de aluguer de uma guerra desejada pelos EUA levando a UE pela trela.
Depois do show off de Kursk quantos metros quadrados restam à Ucrânia ?
As acções que refere parecem as de uma equipa de futebol que esporadicamente ganham uns jogos, deitando foguetes, para no fim descerem de divisão.

Lúcio Ferro disse...

Quais ameaças de morte a outros comentadores, está tolinho?

Anónimo disse...

Entretanto para lá do discurso mansinho nuns dias, ameaçador noutros, vamos gastar os dinheiros , que antes não haviam, para sustentar a máquina da guerra.
O almirante Gouveia já avisou que se a NATO precisar podem os nossos filhos vir a dar a vida na defesa do que chama liberdade.
Senhor Seixas da Costa : quando o PS se mascarava de esquerda para iludir os incautos também era contra a NATO e defendia a sua dissolução.

Francisco Seixas da Costa disse...

AVISO À NAVEGAÇÃO: Este blogue não tem vocação de ser um espaço de confrontação. Nem é nenhum órgão de comunicação social, com exigência de contraditório. Para isso, há por aí muitas plataformas. Este blogue é um espaço pessoal. Coloco aqui algumas ideias e deixo notas de vária natureza. É de visita livre, mas não é um cabide onde cada um pode pendurar o que entende. Ninguém é obrigado a vir aqui, como eu não sou obrigado a publicar seja o que for. A utilização de linguagem adjetivada, insultuosa - para Putin ou para Zelenski - não faz parte do "guia de estilo" desta casa. Alguns comentários são publicados e outros não? É verdade. Estou em minha casa e só publico o que me apetece. Quem não gostar, tem um bom remédio: muda-se.

Anónimo disse...

O Senhor Embaixador limitou-se a fazer uma análise objectiva e imparcial, na linha das suas habituais intervenções.
Claro que os comentadores russófonos deste blogue não gostam nada que critique a “sua (deles) amada Rússia do ditador Putin”!
Preferem as análises suspeitas e enviesadas dos “kamaradas generais putinófilos”, ligados a think-thank russos!
Enfim, gabo-lhe a paciência – que pelos vistos se esgotou quanto a um destes russófonos, tendo-lhe retorquido de maneira sublime – para os aturar!

Anónimo disse...

Mas, ó Seixas da Costa, agora é que tem problemas com linguagem insultuosa? Agora?! O tipo de que se fala até "prostituta" chamou à von der Leyen !!! E você publicou!!!

Anónimo disse...

Porque é que aparece traduzido em inglês???

josé ricardo disse...

Sr. embaixador!... Estou boquiaberto!... Não o imaginava tão fã do Zelensky!
Mais uma pergunta de resposta obrigatória: o que acham que faria qualquer presidente americano (Clinton, Bush, Obama, Trump) se a China ou a Rússia implantassem uma base militar no México, na Venezuela...
Tenho-o afirmado: feliz ou infelizmente, os países não são todos iguais: há países e, depois, há a China, a Rússia e os EUA.

Francisco Seixas da Costa disse...

José Ricardo tem de regressar à escola: é que tem de aprender a ler

Francisco Seixas da Costa disse...

José Ricardo tem de regressar à escola: é que tem de aprender a ler

Luís Lavoura disse...

Ouvi o podcast, pareceu-me um descrição correta e equilibrada da situação.
Uma nota: a ponte de Kertch já não é hoje essencial para a Rússia, na medida em que esta restaurou os caminhos de ferro que conduzem à Crimeia através de território (oficialmente) ucraniano. O acesso à Crimeia, e à frente de combate, pode hoje ser feito de forma relativamente segura sem se passar pelo estreito de Kertch.

43,5 ºC !

Na vida, lembro-me de ter apanhado caloraças inimagináveis. Na quase vintena de países africanos que visitei, em desertos da Ásia Central, n...