sábado, maio 08, 2021

Uma tasca histórica


Na fotografia estão pai, mãe e filho, a “troika do bem” que rege a “Imperial de Campo de Ourique”, uma das minhas mesas de estimação.

(Tenho ido pouco por lá - tenho ido pouco a toda a parte! Assumo que faço parte do grupo dos “cobardes” da pandemia: até tomar a segunda dose da vacina, não almoço ou janto em grupo, nem mesmo em família. Os meus amigos queixam-se imenso e sou brindado com epítetos qualificativos que nem me atrevo a revelar. Tenho para mim, contudo, que só se vive uma vez e, ao que me consta, esta é a última. Por isso, acho que todo o cuidado é pouco, faltando escassos dias para que possamos usufruir de maior liberdade. Mas percebo que este meu entendimento não seja o de outros.)

Hoje, fui almoçar à “tasca do João”, como também é conhecida a “Imperial de Campo de Ourique” (no 67 da rua Correia Teles. Mas só abre para almoços!). Tenho por hábito ir lá, aos sábados, para o bacalhau à minhota que a dona Adelaide prepara e que o Nuno me traz, sabendo bem de que tipo de posta eu gosto mais. Mas hoje havia também um cabrito. Abriu-se a refeição com um queijo amanteigado, simpático, cuja origem não cuidei em saber. O novo vinho da casa deu um imenso salto positivo, evitando mesmo o recurso ao “Rafeiro”, um alentejano razoável (no palato e no preço) que, por lá, nos últimos tempos, se bebe muito. Belas laranjas da Chamusca fecharam o menu, resistindo ao arroz doce, marca da casa.

No final tomei um café. Normalmente tomo dois. O João traz logo duas chávenas, ao mesmo tempo. Há uns meses, a curiosidade da minha parceira de mesa foi ao ponto de espreitar para dentro das chávenas, dando-se então conta que a cor do “café”, na segunda, era ligeiramente diversa da outra. Foi ver: era “Jameson”. E assim ficou prejudicado um truque que, por meses, eu e o João tínhamos montado, com sucesso...

O João quer agora que a sua casa passe a “Loja com História”. Eu acho que sim. Se também é frequentador e acha o mesmo, escreva a dizer isso para distincao.lojashistoria@cm-lisboa.pt .

1 comentário:

Obelix disse...

Cumprido, caríssimo leão.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...