Uma paranóia bizarra de alguma direita anda por aí a relançar o "espetro" do comunismo. Podemos imaginar o que isto deve fazer rir, na sua tumba em Highgate, o velho Marx, o qual, curiosamente, comemoraria amanhã o dia em que veio ao mundo, lá por Trier ou Trèves, conforme queiram chamar à terra. Aliás, ele e o seu compincha Engels já tinham falado de como esse espantalho sempre assustava alguns, logo no primeiro parágrafo do seu célebre Manifesto.
O que é mais ridículo é que o tema, que se pensava que tinha caído fragorosamente com o muro, há uns anos, lá por Berlim, ressurja agora de forma caricata - apontando-se como modelos “de referência” o maluquinho dos mísseis da Coreia do Norte, o patético genérico de Chávez que, em fato de treino, atazana os venezuelanos ou os herdeiros empobrecidos dos reformados da Sierra Maestra, a quem o bloqueio americano ofereceu décadas de caribenho alento patriótico. Se o perigo vem dali...
Bem dizia o velho Karl que a História surge uma primeira vez como tragédia e uma segunda como farsa. O anti-comunismo, ao que se vê, também: andou em outros tempos pelo “Diário da Manhã” e pelo “Novidades” para acabar hoje no “ Observador”. Que maldade! Não se faz!
2 comentários:
Boa malha!
José Figueiredo
“Uma paranóia bizarra de alguma direita anda por aí a relançar o "espetro" do comunismo” escreve o Senhor Embaixador…
Sei que o Sr . sabe melhor que ninguém, que é para melhor esconder o que essa direita realmente não quer que se veja : O coração do império americano é o seu domínio da Europa, directamente através da NATO e indirectamente através de uma rede de tratados, instituições e organizações de elite que desenvolvem consenso político e seleccionam futuros líderes dos países europeus.
A influência americana generalizada conduziu a uma deterioração radical das relações entre os países da Europa Ocidental e a Rússia.
Só agitando o tal espectro é que podem fazer esquecer, pensam eles, que A Rússia é uma grande nação que ocupa um lugar importante na história e cultura europeias. A política de Washington é expulsar a Rússia da Europa, a fim de garantir o seu próprio domínio sobre o resto do continente.
Esta política consiste em criar hostilidades onde não existem e perturbar o que deveria ser uma relação frutífera entre a Rússia e o Ocidente.
Alors, chamam o velho Marx …para meter medo…
Como se fôssemos estúpidos ao ponto de não ver que os Estados Unidos estão empenhados em bloquear a conclusão do Nordstream 2. As razões dadas são para bloquear a "influência russa", mas sabemos que o que pretendem cinicamente é vender à Alemanha gás mais caro da fractura hidráulica e, finalmente, enfraquecer o apoio interno a Putin na esperança de o substituir por uma marioneta americana, como o bêbado Boris Yeltsin, que arruinou a Rússia na década de 1990.
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