Escrevi, há tempos, um texto em que dizia isto sobre Eduardo Cabrita. Em tempos de “assédio” ao ministro, por parte da oposição, aqui repito:
“Há muito que se notou que Cabrita é um mal-amado da comunicação social, que nunca pareceu simpatizar com o estilo do ministro, que admito possa ser lido como algo pomposo, quiçá arrogante. Cabrita não promove a captura charmosa dos média, mostrando-se sempre muito afirmativo e distante, projetando a ideia de que tem poucas dúvidas nos caminhos que segue. Acresce que as ironias políticas, que às vezes ensaia publicamente, não parece fazerem parte sua especialidade, embora se diga que, em privado, é um homem com sentido de humor.
Porque governa em minoria, mas também por estilo próprio, António Costa rodeia-se de pessoas sobre as quais possa exercer forte autoridade política e, em muitos casos, em quem tem grande confiança pessoal. É sabido que Cabrita faz parte, há muito, do círculo próximo do primeiro-ministro. No plano operativo, é o que os anglo-saxónicos chamam um "trouble shooter", em português corrente, um "carregador de pianos", disponível para tarefas difíceis. Quem o conhece sabe que é um político com elevado sentido de serviço público, de uma integridade à prova de bala.”
Deixo aqui um abraço solidário ao Eduardo Cabrita.
12 comentários:
Depois do que sucedeu em Odemira, palpita-me que não haverá comentários que você não apague. E não digo mais.
As pessoas têm o hábito de dizer mal de tudo e de todos. Se os ministro agem rápido, criticam, se não agem, criticam também. O mal é tomarem as pessoas de "ponta" e colocarem-lhe um rótulo. Qual é o problema de procurarem colocar os imigrantes no local mais próximo, com mais celeridade e bem arejado? Há inconvenientes? Paciência. Foi o melhor e o mais rápido que se pode fazer, para não porem em perigo os outros.
O que vale é que ele nem dá confiança.
Espero que agora aquela gente vá ficar mais vigiada e com melhores condições, a partir disto tudo...
A.B. está enganado. Mas podemos lançar aqui um repto: quem tiver tido um comentário bloqueado neste post pode denunciar isso nas redes sociais. Fico à espera do primeiro mentiroso...
Precisamos de soluções para que os problemas deixem de existir
e pode sempre haver soluções que se melhorem umas às outras
e que substituam as menos boas
os problemas devem deixar de existir
porque serão substituídos pelas soluções
Não posso aceitar o repto, não estou em nenhuma rede social. Mas já me bloqueou alguns comentários. Aqui mesmo.
Gostaria que o senhor embaixador se pronunciasse sobre o facto de a ação se ter efectuado às 4 (QUATRO!) da manhã.
Lembro que foi uma ação que envolveu bionómios homenos/cães a uma hora a que até proibido por lei efectuar buscas. Não lhe cheira a uma flagrante ilegalidade?
AB tem problemas de leitura. Senão vejamos:
1. Escreveu, desafiante: “ Depois do que sucedeu em Odemira, palpita-me que não haverá comentários que você não apague. E não digo mais.”
2. Eu respondi: Quem tiver tido um comentário bloqueado neste post pode denunciar isso nas redes sociais. Fico à espera do primeiro mentiroso...” Noto que escrevi “ neste post”, não “neste blogue”
3. AB escreveu: “ Mas já me bloqueou alguns comentários. Aqui mesmo.”.
4. Quem disse o contrário?
Parece-me, Sr. Embaixador, que o principal problema na relação de Cabrita com os media é mesmo a falta de paciência.
Se ele, que até é jurista, tivesse calmamente explicado ontem que a aceitação pelo Supremo Tribunal Administrativo da providência cautelar dos utilizadores dos bungalows da Zmar (pelos vistos, não são proprietários) é um procedimento normal, sendo que o Governo vai esperar pela notificação oficial para a ela responder, não teria parecido que tinha sofrido uma derrota humilhante às mãos dos tribunais.
Em vez disso, fez exatamente o que esperavam dele, tropeçou na casca de banana que lhe atiraram e desatou aos insultos ao CDS, essa irrelevância política...
A primeira qualidade que se exige dos Governantes em Democracia é a de terem uma pele muito grossa. Cabrita até pode ser uma pessoa íntegra e trabalhadora, mas a sua gestão da comunicação é desastrosa.
Suspeito que além das razões que elenca, Costa não o substitui porque o MAI é o Ministério mais ingrato do Governo, de todos os Governos, de facto, e o PM prefere manter quem já está queimado e não se importa de carregar o piano a queimar alguém como Mariana Vieira da Silva, por exemplo, que seguramente aspira ainda a outros voos...
Completamente de acordo.
Ele tem enfrentado situações muito difíceis com coragem. E perante muita desinformação, muita hipocrisia e até velhacaria (basta ver as pedradas com que é brindado na A. R. por parte de alguns sem qualquer prova dada) reage a quente. Sim, a referência ao CDS era escusada - foi um favor que fez a uma nulidade.
Por mim, Costa não devia jamais demiti-lo.
F.G.
Realmente li mal. Esclareço que não venho aqui desafiá-lo, creio que compreendo a sua posição nas matérias onde discordo totalmente dela. Pelo seu percurso não pode ter outras opiniões. E eu, pelo meu, também não. Mas posso ler o que escreve, gostar de ler, e, muitas vezes, aprender. Não preciso ser um “yes man” seu, e desconfie quando toda a gente concordar consigo.
Um abraço, sincero. Feitas as contas mais simples, o seu blogue é uma coisa boa na minha vida. Senão nem voltava.
Caro AB. Aqui o jogo faz-se com as cartas em cima da mesa: “What you see is what you get”. Não faço de neutral quando o não sou: escrevo o que penso quando me dá na real gana, defendo uns, sou adversário de outros. Não gosto de “yes men” nem mesmo de “yes women”. Escrevo (vou confessar!) para mim, porque me apetece, porque gosto de o fazer. Já tenho perguntado a mim mesmo se continuaria a escrever se tivesse a certeza de que ninguém me lia. E já me tenho “ouvido” a dizer que, muito provavelmente, sim.
Cabrita deveria ter-se demitido, ou ter sido demitido, por causa da morte do cidadão ucraniano na Portela. Não demitiu a directora do SEF (importa pouca que ela não tenha responsabilidade directa, a responsabilidade política não vale apenas para os políticos), não foi lesto a contactar a família e a indemnizá-la e, pior, manteve o centro do SEF aberto de 2017 a 2020, depois dos avisos da Provedora de Justiça que denunciou a sua falta de condições o que pode ter potenciado a situação que levou à dita morte.
Uma vez que Costa optou por mantê-lo no Governo (e avocou a si próprio a responsabilidade por tal coisa), o que se passou em Odemira é uma mera bagatela e revela sobretudo a falta de capacidade do Ministro em manter o sangue frio numa altura em que toda a gente afia as facas para lhe 'fazer a folha'...
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