domingo, fevereiro 23, 2020

Palavras

Se a jornalista Ana Leal provar, sem sombra de dúvida, que o primeiro-ministro telefonou para a TVI a pedir a sua demissão, trata-se de um caso gravíssimo, que não pode passar sem sérias consequências políticas. Se não provar, a gravidade é idêntica e, de facto, é uma razão para ser demitida.

13 comentários:

Anónimo disse...

Tem toda a razão ilustre embaixador! Começo a ficar muito assustada com o rumo deste país! Nada é o que parece, há sempre uma realidade escondida...tenho muito medo do futuro!

Luís Lavoura disse...

Como é que ela pode provar? A chamada não terá sido gravada, suponho.
Portanto, ela não pode provar. Mas deve ter a liberdade de o dizer. Se calhar, é verdade o que ela diz.
Nós devemos ter a liberdade de dizer coisas, mesmo que não as possamos provar.

Lúcio Ferro disse...

Ora nem mais. Subscrevo já. Numa sociedade onde existisse o mínimo de pudor seria exactamente isso o que sucederia. O problema, receio bem, é que vai ficar tudo em águas de bacalhau, assim como sucedeu com a felgueiras/lítio e como sucede na comprovada promiscuidade corrupta entre "sectores" da magistratura e "jornalareiros" amigos. Uma vergonha. Deve ser isto o que se designa por paradigma da pós-verdade.

Lúcio Ferro disse...

Adenda: onde é que já vimos este filme de "jornaleiros" impolutos acusarem primeiros-ministros socialistas de os ameaçarem com despedimentos e afins?...

Francisco Seixas da Costa disse...

“Nós devemos ter a liberdade de dizer coisas, mesmo que não as possamos provar”. Esta frase de Luis Lavoura diz tudo sobre o mundo em que alguns vivem. Temos então o direito de inventar coisas sobre os outros que, porque inventadas, não precisam (nem poderiam) ser provadas!

Joaquim de Freitas disse...

24 de Fevereiro de 2020 às 09:49- de Luis Lavoura: "Nós devemos ter a liberdade de dizer coisas, mesmo que não as possamos provar."

Creio que Luís Lavoura andou bastante pelos EUA. Deve ter aprendido por lá, esta regra de ouro que levou à invasão do Iraque: As tais Armas de Destruiçao Maçiça". De Colin Powell na ONU…
O carnaval de Veneza , celebrado nestes dias, é a Festa da Delação, da Idade Média, nos "ouvidores" dos canais e nas orelhas directamente sob as máscaras dos delatores.

Luís Lavoura disse...

Francisco,

claro que sim. As pessoas têm o direito de se exprimir. Esse direito inclui o direito de dizerem coisas sobre os outros. Incluindo o direito de dizerem coisas falsas. E as pessoas que são o alvo, têm o direito de dizerem que é mentira.

Qualquer político, sobretudo um político, deve estar preparado para que lhe façam acusações falsas. Em política, a mentira é normal. E deve ser aceite.

O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, que aplica a Convenção Europeia dos Direitos do Homem, da qual convenção Portugal é país signatário, e portanto tem a obrigação de a acatar e aplicar, já por diversas vezes julgou e afirmou que, em política, a liberdade de expressão prevalece sobre um qualquer "direito" do político visado à sua "honra". Seria bom que todos os políticos, embaixadores, juízes e membros do Ministério Público se consciencializassem destes factos.

João Cabral disse...

Não há ponta de escândalo. E até a direcção de informação da TVI parece já ter deixado cair a jornalista. Noutros tempos, uma coisa destas ocuparia muitos telejornais e programas de análise política. Mas como se trata de António Costa e deste Governo, não se passa nada.

Joaquim de Freitas disse...

«Esse direito inclui o direito de dizerem coisas sobre os outros. Incluindo o direito de dizerem coisas falsas. » Luís Lavoura.

A PVDE é criada com o apoio da Gestapo e da polícia fascista italiana. O seu papel era espionar o povo, expulsar os opositores do regime e impor a censura. Em particular, utilizou indicadores, os "bufos", escondidos na população, (com o direito de dizerem coisas falsas.) para evitar qualquer tipo de actividade contra o Estado.

Lúcio Ferro disse...

Caro Luís Lavoura,
Ao reler o que escreve consegue não corar? A princípio, julguei que fosse ironia, agora já não. parece-me de facto que deve ter tido umas estadias consideráveis pelos EUA centrais. O meu caro parece não perceber os termos da equação em causa. Passo a explicar: temos uma "jornalista" de nomeada a acusar sem puta de provas um primeiro-ministro em funções de pressão política, ameaças etc e logo num telefonema privado (no escurinho do cinema). no less. O meu caro está familiarizado com os crimes de calúnia e de difamação? Sabe o que é um Estado de Direito?

Anónimo disse...


Para que o caso revista gravidade para a Ana Leal, é preciso que o primeiro-ministro a processe, por difamação ou que ela seja despedida. No entanto, suspeito que, por cobardia do PM, não vai acontecer nem a primeira coisa ( porque é verdade) nem a segunda ( porque não tem confiança no testemunho do interlocutor). Nada que me surpreenda...

Luís Lavoura disse...

Lúcio Ferro

É um facto que vivi nos EUA, durante três anos, já há uns decénios. Aprendi lá muito. Inclusive sobre a liberdade de expressão, coisa que na Europa é deveras limitada.

Acusar sem provas é corriqueiro. As pessoas acusadas devem retorquir "é falso" e "prove lá o que disse". E prontos. Quem ouviu a acusação, faz dela o que entender.

Os crimes de calúnia e difamação são crimes cujo entendimento e interpretação deve ser muitíssimo limitado. No caso de pessoas políticas, pura e simplesmente não devem existir. É assim que diz a doutrina fixada pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, doutrina essa que, lamntavelmente, muitas vezes não é seguida pelos juízes (e pelo Ministério Público) portugueses, com a lamentável consequência de que os contribuintes portugueses são regularmente chamados a pagar compensações aos políticos pretensamente caluniados e difamados - uma forma, a fim e ao cabo, de enriquecimento ilícito destes últimos.

Anónimo disse...

Sobre o silencio dos media da escolha da nova assessoria diplomática do PM nada a dizer; mas também prova de que quando é preciso silenciar os adversários Costa é frio. E não é por acaso que os comentários de Alegre andam muito brandos e se cingem a touradas e a defender a escola publica para terceiros.

Manuel Alegre

Tenho muita pena pelo facto de não ter podido estar ontem presente no lançamento do livro de memórias de Manuel Alegre. Manuel Alegre é, nes...