quarta-feira, outubro 12, 2022
“Ucrânia - é imperioso sair da caixa”
O óbvio
Os lamentos de Borrell
Josep Borrell deu um “arraso” público à máquina diplomática que a União Europeia alimenta pelo mundo, o chamado Serviço Europeu de Ação Externa. Para o responsável máximo pela diplomacia europeia, falta qualidade e prontidão ao “produto” das suas embaixadas pelo mundo. Estas declarações provocaram, ao que se sabe, um choque entre os funcionários do sistema, ao serem-lhes puxadas as orelhas da forma que o foram. Mas nada melhor que o seu chefe para credibilizar, com o seu testemunho, a ineficácia do SEAE. A suprema ironia desta avalição é o facto desta estrutura ter recursos materiais para a sua atividade bastante significativos, ter, também por essa via, um grande poder de influência junto dos países onde atua e dispor de gente qualificada. Se não funciona bem, de quem será a culpa? Talvez de quem orienta o sistema.
terça-feira, outubro 11, 2022
O título
Lembrei-me disto, ao ver a onda de críticas que hoje choveu sobre o presidente da República. Às vezes, basta uma frase menos feliz para ajudar à festa.
segunda-feira, outubro 10, 2022
O recado
“Fait divers”
Medina
Polícia mau
Precisão
Pior, afinal, é possível
Previsível
Vamos para a rua?
Do tempo do outro senhor
domingo, outubro 09, 2022
Heterodoxias
Concertação
Mistério
Que diabo se terá passado neste blogue para que, neste sábado, tenha havido mais de 10.700 visitantes, quando a normalidade são l.200 / 1.400 leitores diários? Que se procurou por aqui? Ele há cada mistério…
sábado, outubro 08, 2022
Kerch
Fui à Revista!
Tenho a sensação de que o programa de ”ir ver uma Revista ao Parque” não surge, nos dias de hoje, como uma das primeiras ideias na cabeça dos lisboetas, quando pensam sair à noite.
sexta-feira, outubro 07, 2022
Mahler ou Godinho?
Andava eu pelo liceu quando o meu tio Luís, que vivia em Lisboa, num Natal, ofereceu ao meu pai, conhecido na família como francófilo, um livro da escritora francesa Françoise Sagan. O livro chamava-se “Aimez-vous Brahms..”
O meu pai agradeceu muito a gentileza do cunhado. Minutos depois, fez uma observação, mais ou menos assim: “É curioso, o título deste livro. Desde logo porque tem dois pontos a seguir às palavras. Ora isso “não existe” em pontuação: ou é um ponto ou são três pontos, as reticências. Mas é ainda mais estranho por outra razão. Se o título quer afirmar, devia ser “Vous aimez” e não “Aimez-vous”. Se tem o “Aimez-vous”, se é uma questão, deveria ter um ponto de interrogação.”
Fixei aquilo e, sempre que, nos anos seguintes, olhava para o livro, lembrava-me do “mistério” do título. Para quem for mais curioso, o “tio Google” explica que, ao longo dos tempos, não foi só o meu pai a ficar intrigado. A história é conhecida e há hoje títulos publicados da mesma obra para todos os gostos. Mas não é essa a questão de hoje.
Ontem, estava a assistir à interpretação de uma obra de Mahler e, de repente, lembrei-me da pergunta: “Você gosta de Mahler?”
Quem colocou essa questão, em meados dos anos 90, dirigida a um candidato ao acesso ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, foi o embaixador Luís Navega, que representava o secretário-geral da casa no júri de um concurso para a seleção de futuros diplomatas.
Tratava-se da prova então chamada “de apresentação”, em que se procurava, em 20 minutos, perceber, de forma algo impressionista, se o candidato tinha conhecimentos culturais mínimos. Gostar de Mahler estava, claramente, fora desse âmbito. Eu, que também integrava esse painel, fiquei banzado com o rigor da questão. Recordo-me de ter trocado olhares com outros membros do júri. Já não sei o que o candidato respondeu. De uma coisa há a certeza: ele não reprovou por causa disso, porque, acabada a prova e fechada a porta, todos os restantes membros do júri manifestaram, em coro, a sua surpresa pela questão de Luís Navega. Tanto mais surpreendente quanto ele era sempre um homem muito sensato.
Como se diz no bilhar, fiquei com aquela de Mahler “à marca”. Minutos depois, na entrevista com o candidato seguinte, puxei a conversa para outro tipo de música e saí-me com esta: “Você gosta de Sérgio Godinho?”. Olhei de viés para o embaixador Navega. Como bom profissional, afivelava um sorriso “giocôndico”, o que era uma resposta ínvia à minha óbvia provocação. Para a pequena história: o candidato gostava muito de Sérgio Godinho. Não faço ideia sobre se entrou para as Necessidades.
quinta-feira, outubro 06, 2022
Nobel
“A Arte da Guerra”
Pode ver aqui.
Requião
quarta-feira, outubro 05, 2022
“Cícero”
Cícero Dias foi um excelente pintor pernambucano, da época do modernismo. Alguém decidiu homenageá-lo em Lisboa, criando um restaurante-bistrot em Campo de Ourique, chamado “Cícero”. Fica na rua Saraiva de Carvalho, no local onde esta artéria cruza com a Tomás da Anunciação. Os proprietários, recheados de bom gosto estético, criaram, num espaço limitado, quatro áreas diferenciadas. A obra de Cícero Dias é evocada por lá.
Luís Moita
terça-feira, outubro 04, 2022
“Country”
Hoje, com 90 anos, morreu uma das grandes cantoras da história do “country”, Loretta Lynn (na fotografia). O seu maior êxito é, na minha opinião, o “Coal miner’s daughter”, que, já há muitos anos, deu origem a um filme, protagonizado por Sissy Spacek.
Estava eu nesta conversa com um amigo, ao final da tarde de hoje, louvando a qualidade da desaparecida rainha do “country”, quando ele me contraditou, escandalizado: “Rainha do “country”?! A Loretta Lynn?! Ora essa! A rainha do “country” é a Patsy Cline! A longa distância!” Diga-se que Cline morreu em 1963, mas este meu amigo tem muito boa memória de ouvido.
E assim ficámos. Pode ouvir a Loretta Lynn, no “Coal miner’s daughter” e a Patsy Cline, no seu clássico “Crazy”, uma balada de que eu também gosto muito. Mas não lhe disse, claro!
segunda-feira, outubro 03, 2022
Horário de trabalho
“Fringe talks”
Começou ontem, em Birmingham, terminando na 4ª feira, a conferência anual do Partido Conservador britânico.
Impressões
Lição
Borla esterlina
Kupiansk
Dois amores
domingo, outubro 02, 2022
O dia seguinte
Guerra e Paz
O ridículo também mata
Voto no Bolso
O discurso do rei
sábado, outubro 01, 2022
Lula
Em 1989, por esta altura, fui de férias ao Brasil. Decorria uma campanha presidencial. Por dias, fiquei colado à televisão, arruinando horas de programas turísticos organizados por amigos. Tudo aquilo, à época, era, para mim, uma coisa nova, comparada com a cansativa política portuguesa. Começou ali a minha descoberta da imensa diversidade da vida política de um Brasil de novo em liberdade.
Governos
Rússia
NATO
Falsa bandeira
Imperialismo do bem
Parabéns, Carlos Moedas!
A decisão de mandar retirar todos os cartazes que poluíam a paisagem do Marquês de Pombal, tomada pelo presidente do município Carlos Moedas, representou um ato corajoso e de grande valia cívica. Os lisboetas agradecem-lhe e aplaudem-no.
Só um autarca do PSD poderia concretizar esta medida, porque havia sido precisamente o PSD a objetar, no passado, a uma similar proposta feita por uma gestão socialista.
Agora, não perdendo o balanço, é importante que haja uma rápida limpeza dos cartazes com a mesma natureza, um pouco por toda a cidade, das praças à 2ª circular e outras vias onde o olhar dos condutores, com os riscos que isso implica, vivem sob constante distração visual. O que se passa em frente à Assembleia da República é, em particular, uma vergonha para a dignidade daquele órgão do Estado!
Lisboa poderá constituir, aliás, um bom exemplo para o resto do país. As cidades portuguesas não podem continuar a ser a selva visual que atualmente são. Os cidadãos devem ter direito a ter todos os seus espaços públicos limpos de material propagandístico, político e não só. O país não vive numa campanha eleitoral permanente e, quando isso acontece, como sucede nas democracias evoluídas, deve haver lugares próprios para colocação da sua propaganda, com tempo certo para a retirada desses materiais, com coimas se tal não acontecer.
Se Carlos Moedas também vier a pôr ordem na praga das trotinetes (não apenas no trânsito, mas também na recolha, obrigando à sua acomodação pós-uso nos equipamentos próprios para parqueamento, o que é possível obrigando a que o desligar dos cartões de utilização só venha a ocorrer nesses pontos) e conseguir disciplinar a questão do ruído noturno em zonas com forte componente residencial, deixará uma marca de modernidade na sua gestão da capital.
Parabéns, Carlos Moedas!
Questões
sexta-feira, setembro 30, 2022
Geografias
Nervos de aço
A Federação Russa aceitou o pedido de integração das quatro repúblicas criadas no território da Ucrânia, duas em 2014, duas outras pelos referendos organizados na última semana.
A igreja e os abusos
quinta-feira, setembro 29, 2022
“A Arte da Guerra”
Em “A Arte da Guerra”, o podcast semanal com António Freitas de Sousa, para o “Jornal Económico”, abordo esta semana as eleições no Brasil, as ameaças de Moscovo em matéria nuclear e a disrupção social e política no Irão
Serenidade
Com os anos, aprendi que a serenidade se constrói, sempre e só, dentro de nós. Se acaso nos deixarmos afetar pelo mundo exterior, por aquilo que contra nós se move, acabaremos por fazer a “a festa dos outros”. Era só o que faltava!
Voto
Do Reino
quarta-feira, setembro 28, 2022
5ª Conferência de Lisboa
terça-feira, setembro 27, 2022
“A Arte da Guerra”
Com o jornalista António Freitas de Sousa, em “A Arte da Guerra”, uma produção audiovisual do “Jornal Económico”, fizemos esta semana um balanço do congresso do Partido Comunista chinês, analisámos o governo de Giorgia Meloni em Itália e as escolhas de Rishi Sunak, o novo chefe do governo britânico.
De Trump a Putin
Foi um belo debate aquele em tive o gosto de participar, ao final da tarde de hoje, na Fundação Casa de Mateus, em Vila Real, com a professora Fátima Vieira, vice-reitora da Universidade do Porto, em torno do livro “De Trump a Putin - a guerra contra a democracia”, de Álvaro de Vasconcelos, que Teresa Albuquerque nos pediu para apresentar.
O destino e as ameaças que pairam sobre o modelo de democracia em que vivemos são o eixo em torno do qual se desenvolve a análise de Álvaro de Vasconcelos, que trata temáticas que vão do Brexit a Trump, daa primaveras árabes ao bolsonarismo, com natural ênfase no caso ucraniano, entre várias outras.
segunda-feira, setembro 26, 2022
Extrema-direita
Fará 23 anos no próximo mês de janeiro, um partido de extrema-direita foi cooptado para uma coligação de centro-direita na Áustria. O líder do novo governo austríaco era uma figura respeitada da direita moderada, que tinha sido, por bastante tempo, ministro dos Negócios Estrangeiros de Viena. A posição da extrema-direita no governo era a de um parceiro menor.
domingo, setembro 25, 2022
Direita democrática
Fascismo (2)
Fascismo
Lula
sábado, setembro 24, 2022
Democracia
Conhecimentos
Numa ocasião pública, há dois dias, com imensa gente, ao cumprimentar uma senhora que conhecia, notei que outra, que estava ao seu lado, pessoa que eu nunca vira mas a quem, delicadamente, também tinha saudado, colocou uma “cara de pau”.
Somos adultos
Rússia
Prisioneiros
sexta-feira, setembro 23, 2022
Ucrânia
Era tão evidente!
E por que não a Calçada do Combro?
Vergonha
Uma declaração desumana, marcada pela russofobia. A União Europeia, de que a Estónia é membro, não é nada disto.
PSD
quinta-feira, setembro 22, 2022
“A Arte da Guerra”
As eleições legislativas em Itália e em São Tomé e Príncipe e os problemas de Vladimir Putin na cimeira de Samarcanda da Organização de Cooperação de Shangai - temas da conversa que tive com o jornalista António Freitas de Sousa, no “A Arte da Guerra”, o podcast de política internacional do “Jornal Económico”.
Os recessivos
Segurança
País livre
Russos
Tal como acontece, por estes dias, com a maioria dos brasileiros com quem falo, é dificil conversar com alguém que seja russo e sentir que, ao comentar a situação do seu país, essa pessoa consegue ganhar alguma distância e objetividade. Mas, ao contrário dos brasileiros, que se estão nas tintas sobre o que pensamos dos políticos de topo do seu país, os russos pronunciam-se sempre, sobre Putin ou sobre o regime russo, tendo como ponto assente que, do nosso lado, há já um “partis pris” assumido. Daí que adequem o discurso à circunstância de andarem entre nós, o que artificializa os contactos.
Daniel Ribeiro
Tinha a sensação de conhecer Daniel Ribeiro muito antes de o ter encontrado pessoalmente, quando fui colocado em Paris como embaixador, em 2...