quinta-feira, setembro 29, 2022

Ou tudo ou nada!


Com a anexação dos territórios ucranianos, integrando-os na Federação, a Rússia sobe a parada. Se se mantivessem “repúblicas” independentes, algum “trade off” com Kiev ainda era possível. Desta forma, Moscovo não admite qualquer possibilidade de recuo. A lei de Murphy está aí!

7 comentários:

José disse...

Estamos numa situação esquisita. Todos os dias, na zona nordeste, os ucranianos recuperam território. O progresso é bem visível entre versões dos mapas (mas ainda falta tanto!). Já no sul, a coisa não ata nem desata e os mapas estão iguais há muito tempo.

Militares ocidentais - de vários países e elevado envolvimento com serviços de informações -, dizem-nos que o exército russo está nas últimas. Tudo corre mal aos invasores: desmoralização, falta de munições, equipamentos em falha, más condições de vida. E, no entanto... não se vê avanço a sul. Ora, tamanha desproporção de moral e qualidade de equipamentos já me fazia antever melhores resultados.

Agora, vem aí nova carne para canhão. Os russos vão apostar na tática soviética, chinesa e vietnamita (comunista, portanto), de lançar marés de soldados para "afogar" o inimigo? Convenhamos que, ou os "recrutas" fogem/se entregam ou ainda nos arriscamos a que a coisa funcione.

Entretanto, o Expresso dá voz a um jornalista russo em Moscovo que diz "Converso com mães de soldados que morreram e elas apoiam Putin. Têm raiva, mas é dos ucranianos". Ora aí está o grande povo russo no seu esplendor de cordeiro inocente, não é? Ai a russofobia...

Luís Lavoura disse...

José

Todos os dias, na zona nordeste, os ucranianos recuperam território.

Não creio que isso seja assim, pelo menos, o que tenho ouvido informa-me que a situação está praticamente estável desde que, há umas três semanas, a Rússia retirou completamente da província de Kharkiv. Desde essa retirada, a Ucrânia não tem recuperado qualquer território substancial.

Nuno Figueiredo disse...

ó diacho... a lei de Murphy?

Unknown disse...

Se o objectivo de Putin for, em última análise, o uso de armas nucleares tácticas contra a Ucrânia, só sei uma coisa: o mundo ocidental não vai poder ficar parado, a assistir impotente. Mas como vai reagir não faço a mínima ideia...

manuel campos disse...



É mais uma questão da "Lei de Murphy" de um lado com "Catch 22" do outro.

José disse...

E o Lavoura não nos quer informar onde ficam os "mentideros" onde ouve coisas? É o bar do PCP, talvez? É o hall da Associação de Amizade Portugal-Cuba? É a newsletter do Conselho Português para a Paz e Cooperação?

O Lavoura tem a obrigação moral de nos dar acesso às suas fontes. Resgate-nos da cegueira em que vivemos! Isto porque, aparentemente, as fontes do Lavoura sabem mais do que a Al Jazeera (que publica diariamente mapas), que o Institute for the Study of War (que fornece os mapas), que a BBC, que a CNN, que o The Guardian, que o Le Monde.

Irra! As "fontes" do Lavoura são a luz e andamos nós aqui em baixo entretidos com as sombras. Não pode ser!

manuel campos disse...


Quando o Luís Lavoura não se tinha ainda tornado famoso como é hoje e, portanto, a maior parte dos que andam aí pelos blogues não o conhecia sequer,
já eu tinha grandes "discussões" com ele pois este estilo não lhe apareceu
com a idade, até o acho mais moderado do que quando ele próprio tinha um blogue e era "cada post cada minhoca".

Portanto não me parece que as fontes dele sejam grande coisa.
Agora o "hawkish" ISW, entidade não lucrativa mas com patrocínios muito específicos, há que ser também cuidadoso.

Ai Europa!

E se a Europa conseguisse deixar de ser um anão político e desse asas ao gigante económico que é?