A Rússia continua a ser um Estado formalmente democrático, na letra constitucional. Porém, na prática, com Putin, o regime há muito que se converteu numa evidente autocracia, a qual, contudo, em nada é incompatível com a persistência de um ainda forte apoio popular à sua liderança.
6 comentários:
Mas para se perceber isto há que ler e ouvir muito por essa CS ocidental fora, felizmente a liberdade de expressão dá-nos essa possibilidade, só tendo nós que dar os nossos conhecimentos e a nossa capacidade de distinguir o que são meios de referência suficientemente independentes e meios de propaganda mais ou menos encapotada.
Como grande parte das pessoas vive bem com uma espécie de "take-away" noticioso já desisti de falar nisto porque fico sempre perto de ser aconselhado a ír viver para lá.
Senhor embaixador, esse apoio será assim tão genuíno? Não sejamos ingénuos.
Então que não fujam por causa da guerra e fiquem lá a apoiá-lo!
O que levanta uma questão interessante:
O Povo Russo apoia Putin, o Povo Russo elege sucessivamente Putin, o Povo Russo tem conhecimento das ações de Putin, o Povo Russo repete o discurso de Putin
MAS!...
o Povo Russo não é, em nada, responsável pelo que Putin faz.
Só quem for cego é que não vê nesta desresponsabilização e infantilização uma repetição do discurso político populista do "eles, os políticos..."
É a subversão completa do princípio da representatividade. Eles (os políticos que nós elegemos vez após vez para nos representarem e agirem em nosso nome), fazem o que querem e nós não temos culpa de nada.
Não consigo entender como uma "forte autocracia" pode ser autocrata quando persiste um forte apoio popular à sua liderança. É uma contradição nos termos.
É o mesmo que uma "forte democracia" ser democrata quando tem um fraco apoio popular à sua liderança.
Se não tem apoio popular, não é democracia. Se tem apoio popular, não é autocracia.
Mas nas "democracias" ocidentais chamamos autocratas a quem não partilha da visão de democracia que praticamos. Como se fosse a única forma de os povos se organizarem democraticamente.
Um "ainda forte apoio popular" como mencionado permite presumir que os que fogem da guerra não estarão necessáriamente entre os que o apoiam.
Mas nunca se sabe, há quem admita que são os mesmos, pelos vistos.
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