sábado, outubro 08, 2022

Kerch

O argumento russo de que a danificação da ponte de Kerch é um ato de “terrorismo” é perfeitamente ridículo. A Rússia está em guerra com a Ucrânia, chame-lhe Moscovo o que lhe chamar. Destruir infraestruturas é um ato normal numa guerra. A Rússia não fez o mesmo na Ucrânia?

8 comentários:

Anónimo disse...

Sr. Comendador, tenho um texto preparado para publicar aqui. Mas temo que não fosse publicado, apesar de não ser ofensivo - apenas frontalmente em desacordo consigo. Tenho também em atenção o facto de eu sempre ter publicado como anónimo, o que é vantajoso para mim. Por isso prefiro não voltar cá até ao fim da Operação Militar Especial. Se voltar antes, fá-lo-ei com o meu nome. Boa noite.

Unknown disse...

Fiquei tão contente com a queda de parte da ponte! Fiquei foi triste por causa das pessoas que se faziam transportar ao lado do camião que explodiu. Eram, provavelmente, russos, pró-Putin, etc. Mas eram vidas que foram estupidamente ceifadas.

Anónimo disse...

Fernando Neves
100% de acordo. Mas tudo isto decorre num contexto esquizofrénico. Os US consideram-se acima de todos os outros países e das instituições multilateralismo que eles próprios criaram e quando os seus interesses contrariam o direto internacional não hesitam em viola-lo. A França, a Alemanha e a Itália acham-se acima do resto dos países da UE e assumem-se em troika cada vez que lhes apetece maimbando-se nos tratados. Ora a Rússia também se acha uma grande potência e sobretudo de países que, como dizia o zGama , não existem. E que faziam há séculos parte da Rússia. E a Rússia é de facto uma grande potência nuclear e geográfica e se queremos ficar vivos talvez seja melhor pensar um bocadinho e não seguir cegamente o entusiasmado belicismo alegre e dominante

manuel campos disse...


Estava mais que previsto, desde há muito tempo, que isto viesse a acontecer,
só me espanta que ainda não tivesse acontecido.
Claro que a ponte é demasiado comprida para ser possível, a quem quer que fôsse, manter uma segurança mínima por lá.

Li hoje num respeitável jornal não nacional que, apesar do que se possa dizer ou pensar, as duas partes mantêm conversas regulares e vão assim resolvendo muitas questões do dia-a-dia.
Também nada que me espante, isso passou-se por mais de uma vez comigo e comissões de trabalhadores, ninguém se sentava formalmente à mesa por
razões que não vêm ao caso, mas não houve um único assunto que não fôsse resolvido a tempo com a intermediação dos quadros superiores da casa.

E muito menos que espante quem venha da carreira diplomática, como é óbvio.

João Cabral disse...

Depois da operação militar especial, temos o terrorismo. Os métodos soviéticos continuam.

Luís Lavoura disse...

Manuel Campos,
grande parte do gaz natural russo que continua a ser fornecido à Europa transita através da Ucrânia. As empresas de gaz russa e ucraniana continuam a manter relações, com a russa a pagar à ucraniana pelo serviço.

manuel campos disse...


Luís Lavoura

Eu sei, obrigado em todo o caso.
Mas não é só nisso que as duas partes continuam a "cooperar".

E precisamente por isso só quis deixar aqui um "lembrete" a todos aqueles
que continuam a ver isto tudo a preto e branco e nem sequer lhes passa pelas
cabecitas que pelo meio há uma infinidade de tons de cinzento.

E que é algures nesses tons de cinzento que os problemas reais e com solução possível se resolvem, amanhã aquelas pessoas podem já não estar vivas, já não precisam de nada.

Francisco disse...

Ora aqui está mis um tema, em relação ao qual vale bem a pena dizer duas ou três coisas. É que, que ao que parece e lendo vozes comentadoras do outro lado da barricada (o equivalente aos "especialistas" do "mundo ocidental"), parece que uma das mais acérrimas críticas no que respeita às opções táctico-estratégicas (estou-lhe a tentar apanhar o jeito, que ninguém acredite que o ser especialista vem com o halo criador) no plano militar, por parte dos comandantes das F. Armadas da Federação Russa, resulta precisamente da incompreensível (a essa luz) salvaguarda de infraestruturas, nomeadamente as pontes que atravessam Dniepre (oxalá se escreva assim...) as quais e ainda segundo os mesmos comentadores, asseguram o essencial da logística, incluindo a de guerra, que garante os abastecimento do exército ainda designado formalmente por ucraniano. Entretanto, subsiste a fumaça. A dos detritos da ponte e daqueles que se lhe somaram em face da mais do que previsível reacção russa, com ataques combinados e simultâneos em múltiplas cidades ucranianas, mas também a fumaça que se vai lançando diariamente para a frente dos nossos olhos (ou será antes para o interior das nossas cabeças?), tendo por fim impedir-nos de vermos as consequências desastrosas de uma submissão euro-atlântica que a cada dia que passa vai gerando mais amargos frutos. De facto, isto não é mesmo nada a preto e branco e tem tudo, mas mesmo tudo, para acabar de modo muito diferente do modo como começou.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...