Cruzei-me com ele à saída do Panteão, sob a chuva infernal desta manhã. Descia, ligeiro, em direção de Santa Apolónia. A cara, que olhei de raspão, dizia-me alguma coisa, mas o chapéu de chuva (divertido tipicismo semântico dos lisboetas para um simples guarda-chuva), pressionado pelo vento forte, rapidamente o cobriu. Ao fundo da rua, já ao pé do Estado-Maior, a matrícula diplomática do carro em que apressadamente entrou confirmou a minha suspeita. Era ele, era o meu colega Steinbroken, ministro plenipotenciário finlandês. Reconheça-se que foi um gesto bonito do diplomata da Finlândia ter querido estar presente em Santa Engrácia, na homenagem ao Eça. A bem dizer, Steinbroken deve quase tudo ao escritor.
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