terça-feira, outubro 04, 2022

“Country”


A “country music” tem um mundo de fãs muito estranho. Há quem lhe ache pouca piada, quem considere que aquele ritmo é pobre, repetitivo e adequado a um auditório pouco sofisticado. Não sou dessa opinião. Temos de colocar aquela música no seu ambiente próprio, que é o de uma certa América popular. O “country” tem grandes vozes, homens e mulheres, no seu caminho criativo, que tem quase 100 anos.

Hoje, com 90 anos, morreu uma das grandes cantoras da história do “country”, Loretta Lynn (na fotografia). O seu maior êxito é, na minha opinião, o “Coal miner’s daughter”, que, já há muitos anos, deu origem a um filme, protagonizado por Sissy Spacek.

Estava eu nesta conversa com um amigo, ao final da tarde de hoje, louvando a qualidade da desaparecida rainha do “country”, quando ele me contraditou, escandalizado: “Rainha do “country”?! A Loretta Lynn?! Ora essa! A rainha do “country” é a Patsy Cline! A longa distância!” Diga-se que Cline morreu em 1963, mas este meu amigo tem muito boa memória de ouvido. 

E assim ficámos. Pode ouvir a Loretta Lynn, no “Coal miner’s daughter” e a Patsy Cline, no seu clássico “Crazy”, uma balada de que eu também gosto muito. Mas não lhe disse, claro!

5 comentários:

jj.amarante disse...

Achei a Loreta mais Country do que a Patsy Cline, conhecia a música "Crazy" que classificava com música popular americana dos anos 50, género Pat Boone e outros.

Mas para música country prefiro nítidamente os Peter, Paul and Mary, dentro da tradição mas mais elaborados.

manuel campos disse...


Ao filme biográfico de 1980 sobre a vida de Loretta Lynn foi dado o título desta canção (e a banda sonora incluía o "Crazy").
É uma canção "mais country" do que "Crazy" na minha opinião e teve ainda o grande mérito de ter ficado sempre como tal, do ponto de vista que falo a seguir.

"Crazy", do Willie Nelson, é musicalmente melhor (também para mim, claro) mas foi cantada por tanta gente depois de Patsy Cline, de tantas formas e em tantos estilos - e ainda é - que, de certo modo, a "pureza" inicial perdeu-se um pouco porque acaba quem a ouve e gosta destas coisas da música a inconscientemente fazer comparações.

Há muita canção que é automáticamente associada a um cantor ou cantora e, mesmo que tenha havido ou entretanto surjam versões melhores, fica sempre aquela do "mas ninguém se pode comparar à interpretação de ..." (preencher os pontinhos a gosto).

manuel campos disse...


Só agora li a opinião do J.J. Amarante, que leio com prazer no blogue dele mesmo quando não concordo com a sua linha de pensamento, escreve de forma simples e clara, é independente, não toma partido só porque sim, informa e até educa sobre os mais variados temas.
Deve no entanto ser pouco útil a visita para quem só tem e aceita ter um ou dois temas na cabeça.

Ora isso é cada vez mais raro pela blogosfera, em que alguns autores e muitos outros comentadores só nos "deixam" ser iguais a nós próprios quando vamos ao encontro das opiniões deles, tornando-se fácilmente azedos em respostas "whataboutistas" onde, em vez de nos tentarem convencer das suas boas razões com argumentos, nos acabam criticando até pelo nosso estilo de escrita, que devem considerar indigno de partilhar o mesmo espaço que as suas altas e sábias considerações.
Está tudo dito, "ponho-os na borda do prato" depois de os "provar" e agradeço que eles façam o mesmo comigo e não me chateiem.

A vida é demasiado complicada e cada um sabe de si, obcecados com temas específicos que não sabem falar de mais nada é uma coisa, que nem aceitem que se falemos do nosso mesmo que banal dia-a-dia dispenso.
Aprende-se mais numa conversa de café com seis pessoas completamente diferentes do que num grupo igual em que todos puxam para o mesmo lado, inútil onanismo.
É o que eu chamo de "tristes", o que decerto é mais coisa menos coisa o que eles pensam de mim, ficamos quites.

Por isto gosto deste espaço onde o "dono da casa" não se põe a responder a toda a gente e raramente intervém, é assim que deve ser.

Aproveitei assim para um desabafo que me levou menos de 5 minutos a escrever, informação que "dedico" aos que acham (e já o insinuaram) que não tenho mais nada que fazer: tenho.

Dito isto e avisando que o J.J. Amarante não me contratou como coordenador da sua política de comunicação aqui deixo o "Crazy" pela Loretta Lynn, gravação de 1977:

https://www.youtube.com/watch?v=_imstui2qYU

O meu muito obrigado aos que aguentaram até aqui.

PS- Peço desculpa por este texto que é off-topic e ao mesmo tempo não é.
Quanto ao meu episódio no parque de estacionamento, esse sim off-topic, tenho algo a acrescentar pois aconteceu exactamente o mesmo a um conhecido meu noutro local.
O esquema é que lhes batemos num joelho, que foram recentemente operados àquele menisco, que não querem ír ao hospital (eu disse logo que ía lá dentro também), que nos pedem para os levar ao menos a casa da tia (ou da irmã) e, em caso da recusa partem para a chantagem.
Portanto as palvras-chave são: menisco, casa da tia e recorrermos rápidamente a um segurança ou autoridade.

João Cabral disse...

Patsy Cline, apesar da sua curta vida, distribuiu a sua voz por outros géneros, sendo bastante mais ecléctica.

manuel campos disse...


Muito bem lembrado.

De facto Patsy Cline morreu num desastre de avião com 31 anos (a 5 de Março de 1963) e fez essa "ponte" para a música pop.

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...