sexta-feira, agosto 30, 2024

A verdadeira posta


Caí na esparrela: na carta do restaurante dizia "posta": era apenas uma carne simpática. Eu devia ter desconfiado: a faca era de serrilha, o que é logo um dramático aviso à navegação de que o mar estará rijo. 

Um teste obrigatório por que deve sempre passar algo que se apresente como "posta" - e, muito mais, como "posta mirandesa" - é o imperativo da peça poder ser cortada com o outro lado da faca. Sim, isso mesmo!, o lado que nunca é usado para cortar.

Tudo o resto, o que não passar nesse "teste do algodão", pode ser um bife agradável (às vezes chamam-lhe "naco" e coisas assim), mas será sempre um abusivo genérico na verdadeira posta. 

4 comentários:

Flor disse...

Eu não gosto de carne mal passada e por isso jamais pude degustar um "naco".

Luís Lavoura disse...

Há uma loja em Lisboa (Pitéu Transmontano, no Largo Dona Estefânia) em que se vende posta mirandesa, congelada e embalada em vácuo, produzida algures no concelho de Vimioso.
O Francisco vá lá, compre, e depois diga-me se satisfaz os seus critérios. É um pouco cara, mas não fora do alcance da bolsa do Francisco (nem da minha).
(Não se esqueça de que a genuína posta mirandesa deve ser assada pousada diretamente sobre brasas de madeira.)

Tony disse...

Sr. Embaixador. Sem querer entrar nos seus altíssimos conhecimentos em matéria gastronómica. Fui ontem, mais a minha "Maria" a um restaurante que um amigo me indicara. Sem querer fazer publicidade e só informar que nunca tinha visto, uma coisa daquelas. Restaurante Bufet, com mais de 200 produtos: carnes, peixes, mariscos sushi e variadíssimas sobremesas. E muito barato. Nome: GO CHEF. Desculpe o incómodo.

Flor disse...

"imperativo da peça poder ser cortada com o outro lado da faca." Ou ainda cortar com a faca da manteiga. : ).

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