sexta-feira, agosto 23, 2024

Bolas

Três jornais desportivos (tradução: sobre futebol) diários, alinhados por seitas, são um significativo sintoma. E é pelos sintomas que se chega à doença.

3 comentários:

Unknown disse...

Chegou a praga do futebol. Do futebol português, que interessa pouco, da imprensa desportiva, que, obviamente, não leio e da televisão que nos violenta diariamente. Uma praga.

carlos cardoso disse...

Nunca li nenhum desses jornais. Gosto de ver futebol mas só jogos internacionais. Os campeonatos e taças nacionais não me interessam minimamente. Devo ter ouvido, mas já me esqueci, que clubes ganharam o campeonato e a taça de Portugal. E, claro, não tenho preferência por nenhum dos clubes nacionais.

manuel campos disse...

Apesar de ter passado grande parte da infância e adolescência a acompanhar meu Pai (presidente de um clube nessa altura do meio da tabela, como já disse em tempos), por todo o país e todos os fins de semana, de eu próprio ter jogado futebol de 11 e depois futsal como (mais que) amador todas as semanas da minha vida até ao dia em que fiz 50 anos (uma meta como qualquer outra), faço totalmente minhas as palavras de Carlos Cardoso.
E quando digo totalmente é da primeira à última palavra.
Não faço a mínima ideia de tudo aquilo de que ele também não faz a mínima ideia.
E também só vejo jogos internacionais, aliás a única coisa que vejo pois, como já disse muitas vezes “televisão: zero” fará 32 anos em Março do ano que vem.

Ainda ontem o meu filho que ainda aí está até 2ª feira (este faz 53 anos um dia destes) me chamou para me mostrar situações que eu desconhecia por completo.
Pelos vistos agora há uns canais que, não podendo mostrar os jogos, mostram um senhor a fazer o relato com aquela excitação característica de quando só havia rádio e que, se estivéssemos no campo e a ouvi-los também num rádio de pilhas, nos dávamos conta que a jogada nem tinha sido assim tão emocionante.
E depois há uns outros senhores que vão dando opiniões, sabendo-se que as opiniões sobre esta matéria seguem linhas de raciocínio digamos que pouco criativas, cala-se um médico que está dar conselhos de saúde porque o tempo está a acabar, mas treinadores e jogadores peroram durante o tempo que querem, repetindo exactamente o que outros treinadores e jogadores tinham dito na véspera (e nos outros dias todos).

Mas para aquilo ser assim é porque há público e, como este público já não é o de há mais de 50 anos, isto quer dizer que com o advento de tecnologias que não têm nada a ver com nada quando se recua 20 anos (quanto mais 60!), os famosos “3 F” se transformaram num enorme e único “F” que chega a todo o mundo instantaneamente, quando os tais “Fátima, Fado e Futebol” chegavam a meia dúzia de pessoas em comparação com isto (e passado uma semana e em fotografias a preto e branco, em rádios que poucos ouviam ou em jornais que poucos liam).
Por isso, mesmo eu que nunca fui propriamente um perigoso “fascista”, costumo mandar bugiar de imediato os que me vêm com a história dos “3F”.
Este enorme “F” que correu com os outros dois da sua companhia está a estupidificar tudo e todos como nunca pois é omnipresente, mas é capaz de não ser por acaso, nunca é.



Vale tudo?

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