terça-feira, julho 23, 2024

Raiva

Os cidadãos dos EUA - e só eles - vão escolher alguém que vai acabar por ter uma importância determinante no nosso futuro,  o futuro do mundo não americano. A nós cabe a triste sina de sermos espetadores impotentes de quem nos vai marcar o destino. Dá-me alguma raiva, confesso.

5 comentários:

Joaquim de Freitas disse...

Leio com particular prazer o seu "post" de hoje, Senhor Embaixador. E estou 100% de acordo. Desde há anos que o venho escrevendo no seu "blogue", onde fui acusado de anti-americanismo primário...

E acrescentarei que nunca aceitarei que nenhuma potência, seja ela qual for, me imponha a sua lei. Sobretudo quando me vêm dizer que o “Destino” assim o decidiu. A Nação “predestinada”, basta!

Destinos Manifesto?... Os EUA são sem dúvida a nação mais belicista do mundo.

Assim, ameaçados na sua hegemonia, sem argumentos convincentes, os Estados Unidos perderam a paciência. Eles provocam, trovejam, insultam, ameaçam. Eles sabem fazer mais alguma coisa? Eles demonstram mais uma vez que são um país extremamente perigoso para as pessoas e para a Paz na Terra, e têm sido desde a sua criação... ela mesma baseada num dos piores genocídios da história.

Tony disse...

Joaquim Freitas,
Quero-lhe dize, que concordo, com grande parte do conteúdo do seu Post, relativamente a intervenções belicistas, unilaterais, dos USA, a países terceiros, que posteriormente se veem a provar, sem fundameno objetivo. Mas, palpita-me que se o Trump for eleito, será muito pior, dentro e no exterior dos USA. Veremos. PS: Já agora, não leve a mal, mas as acusas, que atrás refere, de anti-americanismo primário, que outrora, lhe dirigiram, ficam-lhe bem!. Saudações codiais.

Anónimo disse...

mas porquê?

Anónimo disse...

“A nós”, suponho que se trata sobretudo dos países vassalos dos EUA. Embora qualquer que seja o PR norte-americano implique uma atitude diferente, no plano da Política Externa, por exemplo, para quem não pertença ao conjunto dos Estados vassalos de Washington, como é o caso da China, Rússia, Índia e muitos outros. Ou seja, mais ou menos cautelosa, mais ou menos reservada.
No caso de Portugal, não temos uma Política Externa (PE), so to say, limitando-nos a seguir o que Washington, a UE/CE e a Nato pensam e decidem, no respeitante a matérias internacionais relevantes, como hoje acontece no que concerne à Ucrânia, a Israel/Gaza, etc e no passado a outros conflitos (Iraque, Jugoslávia, o reconhecimento do pária Kosovo, a destruição da Líbia, da quase destruição da Síria, no Afeganistão, para com o Irão, na ausência de críticas aos inúmeros golpes de Estado na América Latina, etc). Fazemos de conta que temos uma Política Externa noutros palcos como em África/Palops, Espanha, Brasil, enfim, não é para levar a sério, embora haja quem acredite que ela (a tal PE) existe, com soberania e independência quanto baste. Um país pequeno e pouco relevante, de mão estendida, sobretudo sempre que uma crise nos aperta o cinto, não pode aspirar a ser independente. Aliás, quantos o são hoje em dia, com os nós da globalização, interdependências e dependências económicas, políticas e militares?
No nosso caso, tivemos até alguns casos, como país independente, onde tivemos de engolir uns “dictats” de potências estrangeiras, como se verificou com a mediação do MNE inglês Palmerston em 1847 na nossa Política Interna, seguindo-se o ultimato inglês de 1890 e muito mais tarde com Marcelo Caetano a ter de ceder à pressão norte-americana (de Kissinger/Nixon) no respeitante à Base das Lajes na Terceira, por causa do conflito no Médio Oriente (ainda Portugal não mantinha relações diplomáticas com Israel).
Enfim, seremos sempre espectadores do que dali, de Washington, vier e assim continuará a ser. E o mesmo no que respeita a posições da U/CE, ou Nato. “Estamos sempre nessa”, é a norma. Nós e muitos outros países vassalos dos EUA. “É a vida!” É chato? É!, mas um tipo habitua-se. Que remédio! Consolo-me por pelo menos ter uma opinião pessoal diferente dessas sabujices e servilismo que muitos têm.
a) P. Rufino

Joaquim de Freitas disse...

Caro Tony : Levar a mal porquê? Aceito as opiniões contrárias. Conheço os EUA, onde passei alguns anos nas nossas agências e em visitas clientes sem conta. Aprecio a sua diversidade e a beleza geográfica deste continente. Que de sítios extraordinários.

Depois há os "estado-unidenses"…

Detesto as leis extraterritoriais para proteger os seus crimes, como não aceito de me terem prejudicado em negócios importantes por vezes de milhões, fora dos EUA, quando era obrigado a negociar em dólares e passava por bancos franceses com filiais nos EUA.

Os embargos financeiros mortais com multas astronómicas… Como perdoar o “roubo” da encomenda dos submarinos nucleares dos estaleiros de Brest, destinados à Austrália?

Francamente, como querer fazer com que o bem prevaleça pela força e acreditar que a democracia pode ser implementada instantaneamente em qualquer país, independentemente do seu passado, tradições e crenças.

O antiamericanismo europeu existe. Está mesmo em vias de adquirir “chez nous”, uma escala e uma legitimidade que nunca conheceu.

Eu compreendo a “raiva” do nosso Embaixador! Retribuo as suas saudaçoes, Caro Tony.

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