domingo, julho 28, 2024

"Criadagem"

Estou num embaraço. 

Gosto de Rui Moreira, o atual presidente da Câmara do Porto. Acho graça ao seu falar desempoeirado, à cuidada heterodoxia do seu discurso, ao modo algo solitário, quase aristocrático, como anda pela política. Frequentemente, paga o preço do exercício dessa liberdade, quando usa um tom cáustico e acerado, por vezes chocante. Atitude que o leva a cometer erros: há dias, numa reação pública sobre uma fraturante questão urbana, fugiu-lhe a expressão para o termo "criadagem", num contexto de insuportável arrogância. Tinha lido e quase não quis acreditar que Rui Moreira tinha dito aquilo.

Gosto de Pedro Garcias. É um jornalista desassombrado, com uma atenção grande ao nosso comum Norte, sobre o qual, há muitos anos, editou umas conversas em que tive o gosto de participar. Desde então, com ele dedicado a produzir bons vinhos, fomo-nos vendo em alguns contextos enófilos. Por mim, acompanho-o, com regular atenção, nas excelentes crónicas que escreve no "Público". Tal como Rui Moreira na palavra, o Pedro é muito frontal nesses seus textos, e, frequentemente, imagino que crie reações que não devem ser fáceis de gerir.

Rui Moreira disse o que disse, o Pedro Garcias respondeu-lhe agora com um belo texto no "Público". Um texto em que Pedro Garcias tem toda a razão, uma razão que ele expõe, por escrito, com grande elegância e sabedoria. Tenho pena que Rui Moreira não tenha evitado dar o flanco, com um comentário despropositado e tido por deselegante por muita gente. 

O embaraço que referi no início deste texto é o facto de, sendo admirador dos dois, não poder evitar, neste caso, estar em desacordo profundo com Rui Moreira e em acordo solidário com Pedro Garcias.

8 comentários:

Anónimo disse...

Falam tanto da finura de Rui Moreira que fui procurar. Só mesmo em Portugal é que o descendente e provável herdeiro de uma fábrica de colchões (Molaflex) pode passar por um Montmorency ou um Alba. Haja juízo...e aproveitem os colchões para a rapaziada do Onlyfans.

jose duarte disse...

Pois,estamos perante gente que dá ares de ...mas, na realidade, morar na Foz não dá direito a parecer "aristocrata"....é necessário um pouco mais de "cultura",,,, será???

Anónimo disse...

É uma maldade, vindo de certeza de quem não conhece o Porto, mas tenho que reconhecer que tem graça.

Anónimo disse...

Li agora o artigo, depois de comentar.
Asneira minha!
Nunca imaginei estar em causa um comentário tão rasteiro.
Mereceu a resposta fidalga do Garcias.

Nuno Figueiredo disse...

likewise...

Flor disse...

Gostava de ter lido esse artigo. Aliás só li umas poucas linhas porque de repente zás!, para continuar a ler, fazer a assinatura.

Figueiredo disse...

A Cidade do Porto de 2014 até à presente data está submetida a uma situação de desemprego, pobreza, e miséria, degradação, insalubridade, desertificação, abandono, descaracterização, e deformação dos espaços/vias públicas e respectivo Património, o comércio, serviços, e restauração foram completamente destruídos, economicamente e socialmente a cidade está estagnada, em sub-desenvolvimento, viu aumentar a criminalidade, a insegurança, e o tráfico/consumo de droga.

Este cenário era o mesmo – com algumas diferenças – dos Anos 90 do Século XX durante as Governações Autárquicas liberais/maçónicas do Partido Socialista lideradas pelo dr. Fernando Gomes e o dr. Nuno Cardoso, que teve um fim graças ao Presidente Rui Rio e às boas políticas que praticou levando a Cidade do Porto e os Portuenses a experimentar um ciclo de renovação e desenvolvimento a nível económico, social, laboral, cultural, e de bem-estar, notável e exemplar; era uma Cidade viva tanto de dia como de noite, com segurança e salubridade, pujança económica, boémia, e Identidade.

Recentemente o porta-voz do Executivo em entrevista ao jornal «Sol» volta a mentir:

«...as coisas foram melhorando ali por volta de 2013, o Porto foi uma cidade muito perigosa em meados de 2005, 2006, 2007...»

Fonte: https://sol.sapo.pt/2024/07/26/rui-moreira-nao-quero-ser-o-xerife-do-porto/

Isto é mentira, foi o Presidente Rui Rio que, entre 2002 e 2013, deu início ao combate ao tráfico/consumo de droga e ao crime, controlando, prevenindo, e resolvendo esse problema, através de boas políticas e um planeamento/acção eficaz no que toca à actuação da Polícia de Segurança de Pública do Porto e a Polícia Municipal, efectuando uma autêntica "limpeza" da Cidade.

Infelizmente desde 2014 a Cidade Invicta e os Portuenses estão novamente sequestrados pelo tráfico/consumo de droga e o crime, conforme estiveram nos Anos de 1990, e a culpa não é da “falta de polícias”, isso é outra mentira, mas sim do Executivo liderado pelo «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» e as más políticas intencionais que tem praticado, inclusive o próprio Executivo já veio a público assumir que tem um compromisso com a criminalidade:

«…Um presidente da Câmara de qualquer cidade não deve ser um xerife…»

Fonte: https://portocanal.sapo.pt/noticia/338887

É certo que a Segurança compete ao Governo mas a Câmara pode e deve ajudar, e não é isso que está acontecer desde 2014.

Para que os Portugueses saibam a verdade, este Executivo do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» são aqueles que entre 2002 e 2013 desesperavam com a Governação Autárquica do Presidente Rui Rio que colocou um fim ao Porto sub-desenvolvido, empobrecido, degradado, abandonado, sem cultura e sem boémia, com ruas desertas e sequestradas pelo tráfico/consumo de droga e o crime, onde a manutenção dos espaços e vias públicas não era feita e a sujidade/insalubridade eram a norma, em conjunto com o edificado em elevada degradação.

A propósito do metro-autocarro («metrobus») o problema não está nos cobertos desenhados pelo Sr.º Arquitecto, Siza Vieira, mas sim no projecto da Sr.ª Arquitecta, Joana Barros, que foi mal concebido deformando e atrofiando as Avenidas da Boavista e de Marechal Gomes da Costa, com passeios e vias de trânsito sem as dimensões correctas que prejudicam a circulação de peões e fluidez do trânsito, e a subtracção dos lugares de estacionamento que vai prejudicar os Portuenses, o comércio, serviços, e empresas.

É um projecto mal concebido, mas a arquitecta não tem culpa de ser medíocre, o verdadeiro culpado é o Executivo do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» que aprovou e autorizou um projecto desnecessário.

O Executivo liberal/maçónico do «Porto, o Nosso Partido/Porto, o Nosso Movimento/Aqui Há Porto» representa os interesses do Partido Socialista e do Centralismo na Cidade do Porto, e conta com o apoio dos restantes partidos na Assembleia Municipal representado politicamente o tráfico/consumo de droga e o crime.

Figueiredo disse...

«...morar na Foz não dá direito a parecer "aristocrata"...»

Se não estou em erro o dr. Rui Moreira é natural da Freguesia do Bonfim, nem sequer é um verdadeiro Portuense, Tripeiro de Gema - nasceu no Porto como podia ter nascido noutro lado qualquer, assim como o Pai - e a sua raiz familiar, a sua origem, está em Santa Maria da Feira.

Tarde do dia de Consoada